No cen�rio atual, pessoas de mais idade est�o frequentemente convivendo com pessoas de menos idade devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro. Esse fato acarreta fortes desentendimentos no ambiente de trabalho causados pelas diferen�as marcadas pela gera��o de cada um. As disparidades, em vez de ser entendidas como um fator enriquecedor para a institui��o, s�o entendidas como um inc�modo e um fardo di�rio.
Num polo est�o os mais jovens. A juventude � marcada pela irrever�ncia, ousadia, flexibilidade e inova��o. Contudo, alguns operadores do direito, ao perceber-se mais novos, imp�em regras e limites aos que t�m mais tempo de casa. N�o raro, os percebem com um olhar de apequenamento e os subestimam nas atribui��es. Isso porque podem consider�-los sem valor, lentos e retr�grados. Nessa posi��o, desvalorizam todo o trabalho que os mais experientes fizeram ao longo de v�rios anos de institui��o.
De outro polo est�o os mais velhos. Esses s�o pessoas com bastante conhecimento, que lutaram por conquistas e crescimento da institui��o para as gera��es subsequentes. Alguns, contudo, acreditam ser os mais novos incompetentes e superficiais para seus of�cios. Dizem que s�o ing�nuos e ditam a todo o momento como esses “deveriam ser”. Concisos, rigorosos e inexor�veis nas decis�es, subestimam-nos, impondo suas vontades tiranamente. Percebem nos mais jovens um perigo existente, pois representam mudan�a, quebra de paradigmas e outros jeitos de se pensar. H� preconceito e falta de di�logo dos dois lados.
Por outro lado, tamb�m ocorre nas institui��es jur�dicas algo extraordin�rio: os antigos e os recentes com os mesmos ideais! E � nesse ponto que ambos se encontram e podem se unir. Juntos, com a experi�ncia dos mais velhos e a energia dos mais novos, s�o capazes de fazer grandes obras para que a institui��o exer�a a finalidade e a fun��o social para a qual foi criada. Quando ocorre o encontro, h� uma explos�o de ideias que trazem � baila um equil�brio harmonioso, transformando as diferen�as em oportunidades de colabora��o, bem como crescimento pessoal e institucional.
Os jovens s�o mais imaturos e mais inseguros. Contudo, s�o como materiais explosivos nos quais est� acumulada uma enorme for�a! Na maioria das vezes, basta um est�mulo de uma pessoa mais experiente para fazer vir ao mundo uma boa a��o, um bom destino e alguma modifica��o.
Por tudo isso, para a melhoria das institui��es, � preciso perceber que todos temos muito que aprender e por isso devemos tratar qualquer semelhante com seriedade e respeito. Fazer isso em meio �s dificuldades de nosso pa�s � de imensa responsabilidade. O respeito m�tuo entre as diferentes gera��es � uma no��o essencial e nova nas institui��es de direito e, portanto, desafiadora.
Melhorar uma institui��o jur�dica n�o significa apenas melhor�-la por si s�. Isso vai gerar diversos impactos positivos na sociedade, pois ir� desaguar em um servi�o p�blico de melhor qualidade. O Estado, o atendimento ao jurisdicionado, as pessoas que trabalham nos �rg�os p�blicos: o povo sair� ganhando, a fim de que os direitos dos cidad�os fiquem amplamente garantidos.
Camila Marques Rosado Ferraz � aluna do 9º per�odo de Direito da PUC MINAS
Camila Marques Rosado Ferraz
9º per�odo de Direito da PUC MINAS
Publicidade
Diferen�a de idade gera conflitos no ambiente de trabalho
Desentendimentos, em vez de serem entendidos como fator enriquecedor para a institui��o, s�o vistos como um inc�modo e um fardo di�rio
Publicidade
