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Estado de Minas

Luna Lunera faz de pe�a ant�doto � febre dos dilemas existenciais

Oitava montagem da companhia mineira integra agenda do Ver�o de Arte Contempor�nea


postado em 24/01/2020 04:00

E ainda assim se levantar, oitava montagem da companhia Luna Lunera, participa do festival Verão Arte Contemporânea(foto: Carlos Hauck/divulgação)
E ainda assim se levantar, oitava montagem da companhia Luna Lunera, participa do festival Ver�o Arte Contempor�nea (foto: Carlos Hauck/divulga��o)

Fernanda Gomes*

Como fazer para continuar e se reinventar em meio a tantas batalhas? Essa � a pergunta-base da pe�a E ainda assim se levantar, da Cia. Luna Lunera, que pela primeira vez participa do Ver�o Arte Contempor�nea (VAC). “N�o � uma pe�a sobre desist�ncia, mas sobre querer fazer algo”, explica Isabela Paes, diretora do espet�culo. As apresenta��es come�am na sexta-feira (24) e v�o at� domingo (26), sempre �s 20h, no Teatro do Minas T�nis Clube.

O texto gira em torno de tr�s personagens que, segundo Isabela, est�o vivenciando um certo cansa�o, uma sensa��o de n�o estar mais aguentando. E, a partir da�, come�am a levantar reflex�es diferentes sobre suas vidas. “Os tr�s s�o constru�dos por meio de situa��es que nos afetam politica e emocionalmente”, revela Cl�udio Dias, que d� vida ao homem maduro, personagem que leva seu nome.

“O homem maduro est� exausto diante de tantos fatos que ele considera terr�veis”, conta Cl�udio. O personagem � gay, ativista e se sente perdido por n�o entender direito o que est� ocorrendo com os direitos pol�ticos e humanistas que considerava j� conquistados pela sociedade.

Anderson, o homem jovem, outro personagem da pe�a, � um empreendedor que se considera preso em uma constante roda. Sufocado pela ideia de masculinidade e sucesso, sente como se tivesse o dever de continuar se atualizando para que a roda n�o pare de girar. O terceiro pilar da hist�ria � Let�cia, a mulher que acredita precisar se esfor�ar continuamente para provar merecer a posi��o que ocupa no mundo dos neg�cios, sendo afetada pela ideia do sucesso sempre associada � masculinidade.

Apesar de constru�dos com base nas hist�rias de vida dos membros da companhia e das pessoas que participaram dos ensaios, Isabela lembra que a pe�a � uma constru��o coletiva, o mais fiel poss�vel � realidade, capaz de tocar e fazer com que o p�blico se identifique. “De fato, n�o sou eu, mas parte de mim. � tudo muito pr�ximo do que eu penso”, conta Cl�udio sobre o homem maduro.

“� como se nos sent�ssemos menos sozinhos. N�o somos os �nicos que passam por isso”, reflete Isabela, se referindo �s hist�rias contadas. Ela explica que, apesar de a pe�a retratar momentos de fragilidade, ela n�o busca enaltec�-los. Mas reconhece que, �s vezes, � neles que se encontra a for�a para conti- nuar. “N�o tem uma resposta �nica. Mas algumas v�o surgindo durante o espet�culo”, completa a diretora, sublinhando os questionamentos levantados pelos personagens.

Quando perguntada sobre o porqu� de criar uma pe�a que vai em busca do que � necess�rio para n�o desistir, Isabela cita inquietude e a procura por uma porta de sa�da: “N�o saber�amos agora, neste momento, fugir destas quest�es. Juntou a necessidade de respostas, a necessidade de fazer algo”. Ela afirma que cada artista deve falar sobre aquilo que mais o toca. “A arte n�o pode apenas ser beleza est�tica, ela precisa ajudar a pensar”, completa.

Al�m dos questionamentos que s�o lan�ados ao p�blico, o espet�culo � recheado de m�sicas que fazem parte do imagin�rio popular brasileiro e das hist�rias pessoais dos membros da companhia. Can��es como Baby, de Caetano, Apesar de voc�, de Chico Buarque, e Proibido o carnaval, de Daniela Mercury, comp�em a trilha.

A companhia Luna Lunera, que est� completando 19 anos, � composta por um grupo de formandos do Pal�cio das Artes. “Nosso espet�culo de formatura (Perdoa-me por me tra�res), fez um sucesso t�o grande que tivemos a ideia e vimos a necessidade de nos organizar”, conta Isabela. E ainda assim e levantar � a oitava pe�a da companhia, que se empenha em promover espet�culos autorais com base em questionamentos de seus componentes. “Essas situa��es nos afetavam e come�amos a construir”, explica Cl�udio sobre a montagem dos textos.

E AINDA ASSIM SE LEVANTAR
Com Cia Luna Lunera. Dire��o: Isabela Paes. Com Anderson Luri, Cl�udio Dias e Let�cia Castilho. Teatro do Minas T�nis Clube. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1027. De sexta-feira (24) a domingo (26), 20h. R$ 30 (inteira) 
e R$ 15 (meia). 

*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Murta


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