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Estado de Minas

Bares 'oitent�es' de BH esbanjam charme e seduzem a freguesia

Abertos no in�cio do s�culo 20, Caf� Bahia, Caf� Nice, Tip Top e Bilhares Brunswick atravessaram d�cadas, mantiveram a proposta dos fundadores e souberam se renovar


postado em 25/10/2019 04:00 / atualizado em 23/10/2019 17:43

Senhores do tempo
Tip Top, Café Nice e Bilhares Brunswick já passaram dos 80 anos e continuam atraindo a freguesia. Ronaldo Lúcio dos Santos, do Café Bahia, comanda a casa que o pai abriu em 1937(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Tip Top, Caf� Nice e Bilhares Brunswick j� passaram dos 80 anos e continuam atraindo a freguesia. Ronaldo L�cio dos Santos, do Caf� Bahia, comanda a casa que o pai abriu em 1937 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O tempo voa, mas os “velhinhos” est�o firmes no peda�o. Tip Top, Caf� Nice, Bilhares Brunswick e Caf� Bahia j� passaram dos 80 anos e continuam conquistando a freguesia.

Aberto em 1939 por Francisco de Souza Couto, Bilhares Brunswick est� comemorando oito d�cadas. No in�cio, chamava-se Bilhares Avenida. Migrou para o Edif�cio Acaiaca, onde permaneceu at� 1975. Mudou-se para o alto da Afonso Pena e est� l� at� hoje. A casa � comandada por Andrea Pazzini, neta de Francisco. “E l� se v�o 44 anos no Bairro Cruzeiro”, comenta ela.

A empresa continua “em casa”. “O neg�cio permanece porque temos o suporte da fam�lia, al�m de v�rios parceiros. A quest�o maior � manter a tradi��o e o desejo do meu pai e do meu av�”, orgulha-se Andrea.

Brunswick tem sete mesas de bilhar – seis do tamanho oficial e outra semi. O card�pio lista tira-gostos e sandu�ches. Entre as op��es est�o fil� com fritas 
(R$ 44,50), lingui�a com mandioca (R$ 36,90) e torresmo com mandioca (R$ 21,90. “Nosso sandu�che mais pedido se chama Campe�o, vem com p�o franc�s, ovo, tomate, fil� e queijo”, conta Andrea. O pre�o � R$ 17,20.

A freguesia � fiel, faz de l� um ponto de encontro. “V�rias turmas jogam aqui todas as semanas. Um cliente das sextas-feiras frequenta a casa h� mais de 40 anos. A turma de segunda vem h� 20. Talvez a turma mais 'jovem' tenha por volta de 15 anos de frequ�ncia”, calcula Andrea Pazzini.

A clientela � ecl�tica: empres�rios, artistas, profissionais liberais e pol�ticos. “O doutor Pedro Aleixo foi um dos frequentadores do Brunswick. V�rios m�sicos tamb�m, como o pessoal da banda Tianast�cia”, conta.

O publicit�rio e professor Ademar Murici, de 68 anos, frequenta o Brunswick h� mais de 30. “Gosto de vir quando saio do trabalho, pois � tranquilo e sempre encontro algum conhecido jogando. �s quartas-feiras, marco com velhos amigos para tomar cerveja, bater papo e jogar sinuca”, diz.

CENTRO
O Caf� Bahia completa 82 anos este m�s. Jo�o In�cio dos Santos, o Jo�o Bahia, abriu a casa em 1937. Ficava na Rua da Bahia, pertinho do extinto Cine Metr�pole. Em 1970, mudou-se para a Rua Tupis, onde permanece at� hoje.

Juscelino Kubitschek e o compositor R�mulo Paes – autor da m�sica Rua da Bahia e do verso “minha vida � esta/ subir Bahia/ e descer Floresta” – batiam o ponto l�. “Me lembro bem do presidente JK. Ainda era crian�a e o vi de terno, tomando cafezinho”, recorda o propriet�rio Ronaldo L�cio dos Santos.

O Caf� Bahia serve cervejas artesanais (a partir de R$ 9,90) e tradicionais (a partir de R$ 8,80), al�m de cacha�as de v�rias marcas. De segunda a s�bado, tem almo�o, que pode ser prato feito (a partir R$ 13,90) ou self-service (R$ 42,90 o quilo).

Ronaldo fez algumas modifica��es no card�pio, introduzindo os bolinhos de carne e de bacalhau. Conta que a clientela aprovou a l�ngua, a dobradinha, a moela, a batata e o miolo. Al�m do menu, o Caf� Bahia tem outra “atra��o”: o gar�om Edson “Passarinho” Alberto Pio, que trabalha l� h� 40 anos e diverte a clientela imitando p�ssaros brasileiros.

Sem bebida alco�lica
Andrea Pazzini comanda o Bilhares Brunswick, aberto em 1939 por seu avô(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Andrea Pazzini comanda o Bilhares Brunswick, aberto em 1939 por seu av� (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O Caf� Nice, na Pra�a Sete, foi fundado por Heitor Resende em 1939. Parada obrigat�ria de pol�ticos durante campanhas eleitorais, j� recebeu JK, Lula, Dilma Rousseff, Itamar Franco, Tancredo Neves e Michel Temer, entre tantos outros, cujas fotos est�o espalhadas pelas paredes.

A casa serve caf� passado no coador (R$ 2,50), salgados (a partir de R$ 4,20), sandu�ches (a partir de R$ 5,50) e omelete (a partir de R$ 12). “N�o vendemos bebidas alco�licas, apenas caf�, suco, �gua, vitaminas, refrescos e refrigerantes”, informa Renato de Moura Caldeira, que comanda o caf� com o irm�o, Tadeu.

Sinal dos tempos, a tabacaria est� acabando. “As pessoas quase n�o fumam mais. Minha linha de isqueiros se resume a cinco pe�as, mas ainda vendemos cachimbos, fumo e canetas. O forte aqui � o caf�, o p�o de queijo e os salgados”, conta Renato. “J� chegamos a vender cerca de tr�s mil caf�s por dia”, orgulha-se.

A casa das mulheres
Ludmila Carneiro e Cleusa Silva, do Tip Top, seguem a cartilha da pioneira Paula Huven(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Ludmila Carneiro e Cleusa Silva, do Tip Top, seguem a cartilha da pioneira Paula Huven (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O Tip Top, fundado em 1929 pela tcheca Paula Huven, est� festejando seus 90 anos. Um dos restaurantes mais antigos de BH, sempre foi administrado por mulheres. Tudo come�ou na Rua Esp�rito Santo, no Centro. Em 1971, a casa se transferiu para a Rua Rio de Janeiro, no Bairro de Lourdes. O Tip Top introduziu em BH a gastronomia alem�. Em 1980, Tereza Recoder assumiu o restaurante, transferido em 2013 para Ludmila Carneiro e Cleusa Silva.

“Dona Paula trouxe muita novidade para BH. O mineiro n�o conhecia bem os embutidos e produtos importados. O Tip Top era tamb�m um emp�rio, tinha produtos diet. Ela inventou o refrigerante artesanal. Servia um tipo de refresco que se tornou tradi��o aqui”, revela Ludmila.

“H� clientes que frequentam o restaurante h� mais de 50 anos. Vinham com os pais e hoje v�m com os filhos”, conta Ludmila. Mas o card�pio se adaptou a novos h�bitos. “Antes, as por��es eram grandes, serviam a fam�lia. Hoje, s�o menores, com pratos individuais. Inclu�mos op��es mais leves, pois a gastronomia alem� � pesada. N�o podemos nos esquecer dos vegetarianos”, explica .

Entre as pedidas tradicionais, destacam-se joelho de porco (R$ 79), salada de batata (R$ 27), roastbeef (R$ 49), fil� � parmegiana (R$ 49), fil� � milanesa (R$ 49), chucrute (R$ 16) e kassler (R$ 51). “Nenhum deles pode sair do card�pio”, concorda Ludmila Carneiro.

OS EXPERIENTES
Renato Caldeira, do Café Nice, já vendeu três mil cafezinhos por dia(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Renato Caldeira, do Caf� Nice, j� vendeu tr�s mil cafezinhos por dia (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

>> BILHARES BRUNSWICK
Avenida Afonso Pena, 4.172, Cruzeiro, (31) 3223-6933. Aberto diariamente, das 13h �s 2h.

>> CAF� BAHIA
Rua dos Tupis, 369, Centro, (31) 3224-5574. Aberto diariamente, das 5h30 � 1h

>> CAF� NICE
Avenida Afonso Pena, 727, Centro, (31) 3222-6924. Aberto de segunda a sexta, das 7h30 �s 20h30, e aos s�bados, das 8h �s 14h.

>> TIP TOP
Rua Rio de Janeiro, 1.770, Lourdes, (31) 3275-1880. Aberto de segunda a s�bado, das 11h � meia-noite.


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