
Mimimi, express�o que funciona como uma onomatopeia, � usada na comunica��o informal, de forma pejorativa, para descrever, imitar ou satirizar uma pessoa que reclama. No mercado de trabalho ela � bastante utilizada, j� que � comum o seguinte embate: de um lado, s�cios e gestores insatisfeitos com seu time por serem improdutivos e dependentes. Do outro, funcion�rios frustrados com a falta de reconhecimento e de prop�sito. Como resolver esta equa��o?
�rika Linhares, mentora especializada em acelerar pessoas e neg�cios e fundadora da empresa B-Have, afirma que “as empresas precisam come�ar a focar no perfil do seu funcion�rio, e n�o apenas no do cliente. Quem ainda n�o compreendeu isso, n�o entendeu como prosperar no mundo corporativo. As organiza��es precisam investir na mudan�a de mindset dos seus colaboradores. Estudos comprovam que a baixa produtividade no Brasil tem um custo anual de 42 bilh�es de d�lares e isso ocorre devido a um problema comportamental e cultural”.
Neste contexto, � comum a prolifera��o do chamado mimimi, com e sem raz�o. “Todos temos “mimimis”. No mundo corporativo isso � facilmente identificado: as pessoas n�o est�o sendo transparentes, est�o vaidosas, ego�stas, resistentes e n�o se responsabilizam pelos problemas. Funcion�rios v�timas e l�deres vaidosos. Eles n�o encaram problemas como desafios. Resumindo, as pessoas est�o cheias de “mimimi”. Mas � totalmente poss�vel mudar o mindset das pessoas e � por isso que convido todos a entrarem em um movimento que provoca uma mudan�a real de comportamento”, explica �rika Linhares.
Hoje, � comum as empresas trabalharem com menos profissionais acumulando mais fun��es. Da� o cen�rio perfeito para que o funcion�rio acabe frustrado e, consequentemente, entregue menos. �rika Linhares afirma que isso � uma quest�o de comportamento e organiza��o. E d� o caminho para que cada profissional saiba lidar com essa situa��o: “Em primeiro lugar, seja transparente ao comunicar a redu��o de quadros e fun��es. Depois, mapeie as atividades que n�o s�o relevantes e devem deixar de existir – as empresas n�o costumam fazer isso. E, em terceiro, estabele�a um ranking das atividades que ficaram para prioriz�-las. S� depois de realizar essas tr�s, as atividades que ficaram dever�o ser divididas entre os colaboradores. Como todos foram envolvidos e tiveram o entendimento correto do que aconteceu, dificilmente ocorrer�o frustra��es e certamente o desempenho ser� maior”.
Por isso, o gestor, para uma lideran�a que reconhe�a o colaborador e, assim, garanta a produtividade e o resultado, tem papel fundamental: “No mundo atual, o l�der � respons�vel por garantir o “presente�smo”, ou seja, fazer com que todos os colaboradores estejam engajados e produzindo. E ele s� consegue fazer isso se souber fazer uma gest�o comportamental e n�o apenas t�cnica”.
CULPA X RESPONSABILIDADE
Num cen�rio competitivo e estressante, � poss�vel ser feliz e abandonar o mimimi dentro das organiza��es? Para �rika Linhares, “apesar de muitos n�o acreditarem, isso � totalmente poss�vel. Os atuais problemas nas empresas n�o s�o referentes � tecnologia, mas sim �s quest�es comportamentais dos colaboradores. N�s conseguimos iniciar uma mudan�a real de comportamento dentro das empresas, n�o � um motivacional pasteurizado. Ensinamos como mudar o mindset, e isso traz muito resultado”.
Por outro lado, � preciso cuidado com o mimimi, que nem sempre � apenas uma reclama��o. Muitas vezes, os gestores, para n�o resolver o problema e por n�o saber lidar com conflito, dizem que tal reclama��o (ou melhor, reivindica��o) n�o passa de mimimi e assim adia a��es que poderiam influenciar positivamente no ambiente de trabalho. �rika Linhares destaca que “as pessoas precisam aprender que a vida � feita de problemas, e que tudo depende do modelo mental que cada um tem para encar�-los. Uns enfrentam como desafios e isso os deixam cada vez mais fortes. J� outros encaram como obst�culos, v�timas a espera de uma solu��o, o que os tiram rapidamente do jogo. � esse modelo mental que ajudamos a evoluir”.
H� tamb�m maneiras de blindar o mimimi, sabendo diferenciar problema real do choror�: “Problemas existem para serem resolvidos. Tirando pouqu�ssimos que n�o t�m solu��o (portanto solucionados est�o), se voc� n�o encara e n�o resolve, � mimimi. Quero deixar claro a diferen�a entre culpa e responsabilidade. Voc� pode n�o ter culpa por um problema ter ocorrido, mas se ele te atinge, voc� tem a responsabilidade de resolv�-lo.”No mundo atual, o l�der � respons�vel por garantir o "presente�smo", ou seja, fazer com que todos os colaboradores estejam engajados e produzindo. E ele s� consegue fazer isso se souber fazer uma gest�o comportamental e n�o apenas t�cnica
�rika Linhares, mentora especializada em acelerar pessoas e neg�cios
Os 20 de atua��o como executiva deram a �rika Linhares mais do que experi�ncia corporativa, ela pode constatar como o mimimi no ambiente de trabalho � motivo de empresas e funcion�rios n�o desenvolverem seus potenciais. Determinada a mudar o comportamento de pessoas nas organiza��es, em 2018 ela iniciou um novo desafio: a funda��o da B-Have, empresa que oferece mentoria especializada em acelerar pessoas e neg�cios.
Graduada em pedagogia, ela come�ou a carreira aos 19 anos como atendente de loja com um sal�rio de R$ 350. Assim que passou a atuar como executiva na �rea de vendas e ao longo de sua trajet�ria foi percebendo as lacunas que faziam com que os profissionais n�o se desenvolvessem nas empresas, ao mesmo tempo em que os neg�cios n�o cresciam. “Gra�as a esse olhar de pedagoga e gestora, ela deixou um posto de diretora nacional de vendas de uma grande empresa de telecomunica��es do Brasil para lan�ar o movimento #NoMiMiMi, que tem como lema levantar a bandeira de que o comportamento � o que impede organiza��es e funcion�rios de crescerem.
Graduada em pedagogia, ela come�ou a carreira aos 19 anos como atendente de loja com um sal�rio de R$ 350. Assim que passou a atuar como executiva na �rea de vendas e ao longo de sua trajet�ria foi percebendo as lacunas que faziam com que os profissionais n�o se desenvolvessem nas empresas, ao mesmo tempo em que os neg�cios n�o cresciam. “Gra�as a esse olhar de pedagoga e gestora, ela deixou um posto de diretora nacional de vendas de uma grande empresa de telecomunica��es do Brasil para lan�ar o movimento #NoMiMiMi, que tem como lema levantar a bandeira de que o comportamento � o que impede organiza��es e funcion�rios de crescerem.
PROP�SITO
A partir da�, ao lado dos s�cios La�rcio Faria e Gabriela Couto, ela fundou a B-Have, empresa que apoia corpora��es e funcion�rios a lidarem com as “dores” do mundo corporativo por meio de uma metodologia pr�pria: “Na perspectiva das empresas, essas dores s�o donos e diretores que veem em seus funcion�rios o principal problema de seus neg�cios. Para os profissionais, as “dores corporativas” s�o frustra��es com a falta de reconhecimento, incentivo e prop�sito no trabalho”.
�rika Linhares aplicou os ensinamentos da metodologia que desenvolveu na vida profissional das mais de 15 mil pessoas que passaram pela sua gest�o. Para ela, as pessoas precisam ser educadas no ambiente de trabalho, aprendendo a fazer o que � correto: “Ningu�m faz nada sozinho. Eu s� cresci porque a minha equipe cresceu. Por isso, resolvi investir no maior ativo de qualquer empresa, que � a sua gente”.
Para �rika Linhares, as pessoas n�o est�o felizes nas empresas e as empresas, por sua vez, n�o est�o felizes com as pessoas, o que resulta em um ciclo de menor produ��o e, consequentemente, menor resultado. “Mudar o mindset significa mudar tamb�m os resultados da empresa”.
A executiva acredita que a produtividade est� relacionada com a felicidade e diz que � poss�vel ser uma grande profissional e ainda ter tempo para curtir a fam�lia, ter momentos de lazer e ser feliz. “Nunca deixei de ficar com a minha filha, correr na praia e aproveitar os bons momentos. Sempre trabalhei e fui muito cobrada, mas era focada em conquistar os resultados e minha equipe estava sempre comigo”.