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Estado de Minas

Sa�da de defensor de Macarr�o refor�a tese de manobra para tentar livrar Bruno

Para juristas, ao culpar ex-bra�o direito de goleiro pela morte de Eliza advogado do atleta manobra para libertar cliente.


postado em 13/03/2012 06:00 / atualizado em 13/03/2012 06:39

Segundo a defesa de Bruno, foi Macarrão quem tramou morte de Eliza Samudio. É isso que goleiro(abaixo) deverá dizer aos jurados(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 23/9/10)
Segundo a defesa de Bruno, foi Macarr�o quem tramou morte de Eliza Samudio. � isso que goleiro(abaixo) dever� dizer aos jurados (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 23/9/10)


Livrar o ex-goleiro Bruno Fernandes da culpa e atribuir toda a responsabilidade pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio, amante do jogador, a Luiz Henrique Ferreira Rom�o, o Macarr�o. Para especialistas do meio jur�dico, as declara��es do advogado do atleta, Rui Caldas Pimenta, que no domingo � noite afirmou que Macarr�o foi o mandante do crime, e a ren�ncia, nessa segunda-feira, de Wasley C�sar de Vasconcelos, que se afastou da defesa do antes melhor amigo de Bruno, fazem parte da estrat�gia de colocar o goleiro em liberdade o quanto antes.


De acordo com esses especialistas, o alvo do plano � o julgamento do pedido de habeas corpus do ex-capit�o do Flamengo, em tramita��o no Supremo Tribunal Federal (STF). Com Bruno disposto a declarar em ju�zo que Eliza est� mesmo morta, a mando de Macarr�o, e que o executor do crime foi o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a defesa acredita que o STF ser� favor�vel ao pedido de liberdade. O relaxamento da pris�o do goleiro Bruno est� nas m�os do ministro Ayres Britto, relator do processo. De acordo com a assessoria do STF, n�o h� prazo Fpara aprecia��o.


O ex-advogado de Macarr�o garante que renunciou sem ter conhecimento das declara��es de Rui Pimenta, mas chegou a dar entrevistas rebatendo a tese da defesa de Bruno. Nelas, Wasley afirmou que havia deixado clara a possibilidade de abandonar o caso se os acusados aceitassem participar de manobras para ajudar o suspeito mais ilustre do grupo. Ou seja, sairia do caso se houvesse qualquer articula��o para responsabilizar apenas Macarr�o pelo crime.


No fim da manh�, o defensor mudou de ideia e negou que as acusa��es do colega tenham sido a raz�o para largar o caso e mais ainda que tomou a atitude por acreditar na culpa de Macarr�o. “Est�vamos em fase de transfer�ncia e j� havia feito um contato pr�vio com a fam�lia. Havia incompatibilidade de pensamentos em rela��o ao caso. Foram quest�es de foro �ntimo”, disse. O advogado fez quest�o de ressaltar que continua acreditando na vers�o do ex-cliente: “Tenho certeza da inoc�ncia dele na execu��o dos fatos”. O novo advogado de Macarr�o, Leonardo Diniz, n�o foi encontrado para comentar o caso.


O presidente da Comiss�o de Assuntos Penitenci�rios da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), Adilson Rocha, caracteriza a situa��o como “peculiar”. “Essa fala do Rui pode ser algo desesperado, porque o Bruno est� envolvido numa s�rie de outras situa��es, como a amea�a � ju�za, o que influencia no julgamento da liberdade dele no Supremo. J� o discurso de agora pode desviar as aten��es do goleiro e conseguir at� mesmo que o m�rito do habeas corpus seja favor�vel”, opina. “Mas tirar a responsabilidade do cliente dele � uma fala temer�ria. Os advogados que t�m conhecimento do caso podem tamb�m resolver falar e jogar por terra essa tese da defesa”, afirma.


Para Rocha, a manobra pode ter consequ�ncias imprevis�veis. “Todas as linhas de defesa tinham um discurso comum, que a mulher n�o est� morta, mas desaparecida. Agora, o Rui resolveu falar o que acha que � verdade. Pode ser uma estrat�gia de defesa ruim, pois pode acirrar os �nimos dos outros, culminando numa confiss�o do que ocorreu e at� mesmo envolvendo o Bruno”, diz. “N�o necessariamente partir� do Macarr�o, a n�o ser que ele se sinta tra�do pelo Bruno, pois, ao que me parece, h� uma liga��o emocional forte entre os dois.”

Estrat�gia furada

O delegado Edson Moreira, que comandou as investiga��es policiais do caso, foi categ�rico ao afirmar que n�o acredita na inoc�ncia de Bruno e que tudo n�o passa de uma manobra. “O Rui � um advogado inteligente e experiente. Mas est� adotando uma estrat�gia furada. J� venho dizendo isso h� mais de um ano, que o Macarr�o est� disposto a assumir tudo sozinho”, disse o policial.


J� o representante de Bola, Zanone Oliveira, continua firme na tese de que Eliza n�o foi assassinada e est�, sim, desaparecida. Para ele, todas as acusa��es s�o obra de Rui Pimenta e nenhuma delas partiu do goleiro Bruno. “O advogado est� falando, mas n�o tem prova de nada. Parece n�o ter lido o processo e est� repetindo o que est� no inqu�rito. No que diz respeito ao Macarr�o, o Bruno parece estar virando as costas para ele”, afirmou. Ainda segundo Zanone, Bola estaria inconformado com as declara��es de Rui Pimenta. “Ele (Rui) est� falando o que o cliente dele n�o disse. N�o acredito que o Bruno repita isso em ju�zo. Se falar, ter� de provar, n�o basta alegar. Ningu�m provou nada at� agora”, desafiou.

 

Mem�ria

 

Bruno deu declara��es conflitantes

 

N�o �  a primeira vez que o goleiro Bruno p�e a culpa pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio no amigo Macarr�o, atribuindo a ele toda a responsabilidade pelo crime. Em 8 de julho de 2010, no avi�o que o trouxe preso do Rio de Janeiro para BH, em conversa gravada em um celular, o ex-goleiro de Atl�tico e Flamengo tentou se livrar da acusa��o de ter matado a ex-amante.


"Ele me entregou o beb� e disse que havia dado dinheiro para ela sumir. A�, eu pedi ajuda para a Dayanne (ex-mulher do goleiro), para ela cuidar do beb�", afirmou Bruno ao se referir a Macarr�o, acrescentando que n�o podia mais confiar no amigo, seu bra�o direito e respons�vel pela administra��o de seus neg�cios. "Estou chocado. Depois de tudo o que ocorreu, fica dif�cil acreditar nele", comentou o goleiro ao se referir a Macarr�o, durante a conversa com os policiais que o trouxeram
para Minas Gerais.


Em novembro de 2010, ao ser interrogado pela ju�za Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, em Contagem, ele mudou a vers�o e declarou que Eliza estava viva e que dois amigos dele a haviam visto em S�o Paulo dois dias depois de 10 de junho, data em que, segundo a Pol�cia Civil, a ex-modelo foi assassinada. O jogador, entretanto, n�o informou os nomes das pessoas que teriam visto Eliza viva. Ningu�m se apresentou para confirmar o depoimento do jogador. Em junho de 2011, ao depor na Assembleia Legislativa, voltou a dizer que Eliza estava viva e que o pai da jovem sabia onde ela estaria vivendo.

 

 

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