O julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, pelo assassinato do carceireiro Rog�rio Martins Novelo, ocorrido em maio de 2002, s� deve terminar nesta quarta-feira. A sess�o desta ter�a-feira, segundo dia de j�ri, foi suspensa por volta das 22h30, quando terminou o interrogat�rio do r�u no F�rum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com o Tribunal de Justi�a, a ju�za Marixa Fabiane Rodrigues decidiu por continuar o julgamento pela manh� devido ao cansa�o de todos. A sess�o desta ter�a-feira teve in�cio por volta das 9h30. Encerrado o interrogat�rio de Bola, restam ainda os debates da defesa e da promotoria. Cada parte tem prazo de duas horas para as argumenta��es, seguidas de r�plica e tr�plica.
O segundo dia de julgamento foi marcado por �nimos exaltados no tribunal. Visivelmente nervoso e abatido, Bola pediu clem�ncia � ju�za, por meio de um bilhete, afirmando inoc�ncia e se dizendo desesperado pela possibilidade de condena��o. Ao responder perguntas da promotoria, o r�u foi humilhado pelo pr�prio advogado, que perguntou se ele “problemas de audi��o ou cerebrais” por ignorar a orienta��o da defesa de n�o responder antes da apresenta��o dos autos.
Defesa otimista
Para o advogado �rcio Quaresma, Bola j� est� condenado. O defensor afirmou que a postura de Bola diante do j�ri, ignorando as orienta��es dos advogados, atrapalha a defesa dele. Al�m disso, ele considera que devido ao caso da modelo Eliza Samudio, cuja execu��o � atribu�da ao ex-policial, a sociedade o considera um assassino e j� o condenou pelos crimes aos quais responde.
J� o advogado Zanone Emanuel, que tamb�m defende Bola neste processo, acredita que s�o grandes as chances de absolvi��o. O principal argumento da defesa � relacionado � maior habilidade de Bola: atirar. O ex-policial � atirador de elite, e chegou a treinar outros atiradores.
O carceireiro foi morto com um tiro de pistola 765 no peito, disparado, segundo a per�cia, a pouco mais de um metro de dist�ncia. Os advogados insistem na tese de que Bola tem conhecimentos suficientes para saber que uma arma com este calibre tem pouca precis�o e escolheria uma arma 40 ou 380. Al�m disso, argumentam que se ele foi contratado para matar, atiraria na cabe�a, com possibilidade m�nima de errar o alvo, dada sua habilidade.
Pr�via do Caso Bruno
Por v�rias vezes o nome de Eliza Samudio foi citado durante o julgamento. Nos dois dias a ju�za colocou em vota��o entre os jurados se eles queriam que o suposto envolvimento de Bola na morte da ex-amante do goleiro Bruno fosse tratada na sess�o. Os sete foram un�nimes em n�o tratar do assunto e limitar os depoimentos ao crime que est� sendo julgado.
Bruno, Bola e outras tr�s re�s ser�o submetidos ao J�ri Popular pelo desaparecimento e morte de Samudio no pr�ximo dia 19, tamb�m no F�rum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. (Com informa��es de Clarisse Souza)
Entenda o caso
Bola � acusado da morte de Rog�rio Martins Novelo, em maio de 2000, no Bairro S�o Joaquim. Bola foi reconhecido pela irm� da v�tima, que testemunhou o crime, depois que a imagem dele foi veiculada em diversas emissoras de TV e em jornais pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.
Segundo den�ncia do Minist�rio P�blico (MP), Bola teria atirado contra a v�tima, que estava dentro de um ve�culo em frente ao estabelecimento comercial onde trabalhava. Para o MP, o crime teria sido encomendado, j� que os envolvidos n�o se conheciam. Dados do processo revelam que o r�u teria espreitado o local de trabalho de Rog�rio, na tentativa de identific�-lo.