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Estado de Minas

Pistas do cativeiro de Eliza Samudio incriminam Bruno e comparsas

Imagens do processo que relata morte de Eliza mostram evid�ncias que refor�ar�o tese de que a mulher e seu filho ficaram presos no s�tio de Esmeraldas antes do assassinato


postado em 13/11/2012 06:00 / atualizado em 15/11/2012 11:05

Fraldas queimadas encontradas no sítio do goleiro Bruno, indicando que o filho do réu esteve no local com a mãe, Eliza Samúdio(foto: Reprodução/Policia Civil)
Fraldas queimadas encontradas no s�tio do goleiro Bruno, indicando que o filho do r�u esteve no local com a m�e, Eliza Sam�dio (foto: Reprodu��o/Policia Civil)


Em meio ao embate entre defesa e acusa��o �s v�speras de um dos j�ris mais esperados da hist�ria da Justi�a mineira, pe�as do processo em que o goleiro Bruno Fernandes de Souza � acusado de ser o mandante do sequestro e morte de Eliza Samudio recontam o que, na vis�o da pol�cia e do Minist�rio P�blico, foram os momentos de c�rcere que a mulher viveu no s�tio do ex-capit�o do Flamengo, no Condom�nio Turmalina, em Esmeraldas, antes de ser executada. O Estado de Minas teve acesso �s mais de 10 mil p�ginas que mostram imagens do trabalho dos peritos para recolher provas de que a jovem e seu filho, o beb� Bruninho, estiveram na casa por quatro dias, entre 5 e 10 de julho de 2010. O desaparecimento de Eliza foi descoberto a partir de uma den�ncia an�nima, um m�s depois. � pol�cia, uma amiga carioca da v�tima informou que a ex-amante do atleta tinha viajado com Bruno para Belo Horizonte, com a promessa de ganhar um apartamento.

 

Acompanhe a cobertura completa no Especial Caso Bruno


Segundo o processo, Eliza foi sequestrada pelo bra�o direito de Bruno, Luiz Henrique Rom�o, o Macarr�o. Naquele dia, mostra o processo, a jovem e o amigo do goleiro se falaram 73 vezes. Um primo de Bruno, J.L.L.R., que na �poca era menor, os acompanhou at� a mans�o do jogador na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O atleta estava concentrado para um jogo do Flamengo e o grupo viajou para Minas no dia seguinte, pernoitando em um motel de Contagem, na Grande BH. A den�ncia do Minist�rio P�blico afirma que Eliza e o beb� foram mantidos em c�rcere privado. No s�tio em Esmeraldas, outro primo de Bruno, S�rgio Rosa Sales (assassinado em agosto, no que a pol�cia apontou como um crime passional), vigiava a modelo e lhe oferecia comida. Foi ele que participou de uma simula��o com policiais e indicou aos investigadores onde viu Eliza machucada na cabe�a. O ferimento teria sido provocado por J., que afirmou ter dado coronhadas na mo�a no trajeto entre o Rio e Minas. Refor�ando a vers�o, a per�cia encontrou sangue da jovem no banco do carro em que eles viajaram.


J� no s�tio de Esmeraldas, Bruno garante que ela tinha livre acesso � casa e � piscina, mas S�rgio, em depoimento � pol�cia, contou que Macarr�o chegou a impedi-lo de entrar em um dos c�modos onde a mulher estava. A ex-amante de Bruno teria ficado com o filho, Bruninho, em um quarto do primeiro andar, sem acesso a telefone celular. Ali, a pol�cia recolheu fios de cabelo longos e pretos, que poderiam ser dela. Havia tamb�m fios no banheiro social, usado pela modelo. A an�lise, por�m, n�o conseguiu identificar se o cabelo era de fato da jovem. No quarto ao lado, o colch�o estava manchado de sangue, mas o material n�o era compat�vel com o de Eliza. A confort�vel ch�cara, com campo de futebol e sala de trof�us, era avaliada em R$ 1,5 milh�o e recentemente foi vendida, em um contrato de gaveta, por menos de R$ 800 mil.


Fraldas

A per�cia foi feita na noite de 13 de julho, por causa do uso do luminol, produto qu�mico que reage com sangue e identifica amostras, inclusive em locais que j� tiverem sido limpos. A �rea externa foi vistoriada no dia seguinte. Peritos recolheram fraldas queimadas e outras encontradas junto com lixo. Uma cisterna ao lado da casa acumulava um monte delas. Na geladeira da cozinha do espa�o gourmet havia papinhas de beb�. Um pote de farinha para mingau foi encontrado sobre uma bancada do fog�o, al�m do bico de uma mamadeira. Escondida no forno � lenha, estava uma sacola de pl�stico com lixo, fraldas e cotonetes.


Ainda do lado de fora da casa a per�cia identificou v�rios pontos de lixo queimado e um patamar de concreto carbonizado. Os primos de Bruno, J. e S�rgio, em depoimento, contaram que as roupas de Eliza e do beb� tinham sido queimadas por Macarr�o e pelo goleiro, depois do crime, junto com a mala vermelha da mulher. Laudo do Instituto de Criminal�stica sugere que as marcas do material encontrado no cimento s�o semelhantes �s de tecido sint�tico queimado.

Rela��o de liga��es  complica acusados

Centenas de liga��es entre os acusados est�o relacionadas nos autos. Trunfo da acusa��o, os telefonemas refor�am os depoimentos prestados pelos primos do goleiro. De acordo com o MP, Eliza foi atra�da a Minas por Bruno e Macarr�o e acabou assassinada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Para refor�ar a tese, a quebra de sigilo telef�nico mostra, por exemplo, seis conversas entre Macarr�o e Bola no dia 10 de junho de 2010, nas horas que teriam antecedido o crime. Nesse meio tempo, os registros dos celulares deles se aproximam na Pampulha. Depois disso, Bola desliga o telefone e s� o religa quando fala com um policial civil e marca um encontro na delegacia, em hor�rio supostamente posterior �  morte de Eliza.


De acordo com a den�ncia da promotoria, a ent�o namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, foi chamada por Macarr�o para cuidar do beb�. Ela tamb�m falou diversas vezes com J., no dia em que Eliza foi sequestrada, e com Macarr�o. Foi Fernanda quem apresentou o bra�o direito de Bruno a um tatuador em Jacarepagu�. Na tarde de 4 de junho, por volta das 15h, Macarr�o fez nas costas uma homenagem ao goleiro: “Bruno e Maka, a amizade nem mesmo a for�a do tempo ir� destruir”. �s 21h07 do mesmo dia, ele busca Eliza em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio. J. os acompanha e Fernanda encontra os dois na mans�o do goleiro, pouco depois. Ela passa a cuidar da crian�a, segundo a pol�cia usando uma camiseta no rosto, para que Eliza n�o a identifique. A promotoria diz que Fernanda voltou ao Rio antes da morte de Eliza, mas que acompanhou os desdobramentos daquela semana por telefone, em outras conversas com Macarr�o.

 

Ju�za fixa regras do j�ri


A ju�za Marixa Fabiane Lopes Rodrigues decidiu nessa segunda-feira que Fernanda Gomes de Castro n�o poder� ser filmada ou fotografada pela imprensa, a pedido da defesa da acusada. A r� ser� retirada da sala do julgamento pouco antes da entrada de fot�grafos e cinegrafistas. A magistrada tamb�m determinou que os advogados com inten��o de pedir adiamento do julgamento devem levar solicita��es e documentos prontos em meio eletr�nico. O julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, semana passada, demorou a come�ar por causa dos pedidos de adiamento. Bola respondia pela morte de um carcereiro, e foi absolvido.

 

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