(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Entenda o que foi decisivo na condena��o de Bola

Para criminalistas, racha entre goleiro e Macarr�o e afirma��o de ex-bra�o direito de que Eliza foi levada para morrer foram decisivos para senten�as contra atleta e Bola


postado em 29/04/2013 06:00 / atualizado em 29/04/2013 06:50

Landercy Hemerson


A confiss�o de Luiz Henrique Ferreira Rom�o, o Macarr�o, de 27 anos, ex-amigo e funcion�rio do goleiro Bruno Fernandes da Dores de Souza, de 28, em julgamento realizado em novembro, teve um efeito domin� em cima dos outros acusados. Diante do j�ri, ele contou a discuss�o que teve com Bruno no dia da morte de Eliza Samudio e disse “Eu estava pressentindo que estava levando a senhorita para morrer”. A partir daquele momento, desencadeou a consolida��o das acusa��es contra os tr�s principais envolvidos no assassinato e oculta��o do cad�ver da ex-amante do jogador, apesar da complexidade do caso para comprova��o do homic�dio. Al�m de Macarr�o, sentenciado a 15 anos, e Bruno, a 22 anos e 3 meses pelos crimes, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de 50 anos, n�o escapou � senten�a de 22 anos de pris�o em regime fechado, no s�bado, mesmo negando participa��o no caso.

O resultado do j�ri, para o criminalista e professor de Direito Penal da PUC Minas Guilherme Marinho, foi �bvio. “A decis�o do conselho de senten�a considerou as senten�as dos dois j�ris anteriores, em que os r�us confessaram, e n�o as an�lises da falta de elementos de convic��o da culpa de Marcos”. O promotor do caso, Henry Wagner Vasconcelos, dizendo-se satisfeito com a condena��o do ex-policial pelo homic�dio duplamente qualificado e oculta��o de cad�ver, admite a import�ncia da confiss�o de Luiz Henrique. “O julgamento de Macarr�o foi o mais tenso, diante da possibilidade ou n�o de confiss�o. Com a senten�a dele, transitada em julgado, foi expedido o atestado de �bito de Eliza, por asfixia”. No documento, o local da morte � apontado como sendo o endere�o de Bola.

O criminalista Rodrigo Bizzotto Randazzo, que no j�ri de novembro integrava a defesa de Bruno Fernandes, considera a confiss�o de Luiz Henrique um “divisor de �guas” que mudou o rumo do processo, em que prevalecia a tese de negativa de crime. “A confiss�o de Macarr�o, que n�o foi uma dela��o premiada, teve uma redu��o de pena aparente. Mesmo que a ju�za (Marixa Fabiane Rodrigues) elevasse a pena, nos recursos a defesa conseguiria a redu��o. Por�m, com Luiz Henrique confessando, a nova defesa de Bruno n�o quis apostar no tudo ou nada, mantendo a negativa de autoria, e tamb�m buscou o mesmo benef�cio”.

Na avalia��o de Henry Vasconcelos, a estrat�gia do advogado de Macarr�o, Leonardo Diniz, foi a mais acertada. “Ele defendeu o interesse de seu cliente. Conseguiu a redu��o de pena e em breve seu cliente passa para o regime semi-aberto. Com o desmembramento do j�ri de Luiz Henrique e Bruno, penso que o advogado teve maior autonomia para defender seu cliente, conseguindo que ele confessasse”, explica.

Macarr�o e o goleiro iriam participar do mesmo j�ri em novembro do ano passado. Tamb�m eram r�us Dayanne Rodrigues do Carmo, de 26, ex-mulher do jogador, e Fernanda Gomes de Castro, de 35, ex-namorada dele, que na ocasi�o foi sentenciada a cinco anos por sequestro e c�rcere privado. Bruno destituiu seus advogados e foi levado ao banco dos r�us em mar�o deste ano, quando foi condenado a 22 anos e 3 meses. Dayanne, tamb�m levada ao mesmo j�ri, foi absolvida.

Guilherme Marinho prefere n�o criticar as estrat�gias adotadas pela defesa do goleiro, que permitiu que ele e Luiz Henrique fossem julgados em separados. “Durante a fase de inqu�rito houve a negativa da autoria e a defesa de Bruno sustentava a tese. O r�u foi mal orientado e n�o saberia que a destitui��o de seus advogados seria t�o grave. A confiss�o de Macarr�o contaminou o j�ri de Bruno, criando um efeito cascata, que o levou a denunciar Bola. Da�, o j�ri de Marcos Aparecido foi um teatro que ia resultar na condena��o.”

Entenda o caso
Depois de uma breve rela��o com Eliza Samudio, em 2009, o ent�o goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, pressiona a mulher para abortar a gravidez depois de sequestr�-la. Ela presta queixa na pol�cia do Rio de Janeiro, em outubro daquele ano. Em junho de 2010, Eliza � atra�da pelo goleiro com o fechamento de um poss�vel acordo. Mas, com ajuda de seus funcion�rios, parentes e amigos, trama o sequestro da ex-amante, que � levada em cativeiro, junto com o filho do casal, ainda beb�, para um s�tio do jogador, em Esmeraldas, na Grande BH. No dia 10 de junho, Luiz Henrique e um primo adolescente de Bruno levam a mulher para ser morta por Marcos Aparecido dos Santos. A pol�cia mineira recebe den�ncia 25 dias depois e inicia as apura��es, mas n�o encontra o corpo de Eliza Samudio. Oito pessoas s�o denunciadas por participa��o na trama, sendo que Bruno, Macarr�o e Bola acusados diretamente pelo assassinato.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)