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Estado de Minas

Futuro do goleiro Bruno de volta �s m�os da Justi�a

Goleiro assina contrato com o Montes Claros Futebol Clube e espera autoriza��o para deixar pres�dio e jogar


postado em 01/03/2014 06:00 / atualizado em 01/03/2014 07:29

Pedido de transferência de Bruno, que está preso em Contagem, na Grande BH, para Montes Claros, no Norte de Minas, já foi enviado à Justiça. Cadastro dele no Boletim Informativo(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS )
Pedido de transfer�ncia de Bruno, que est� preso em Contagem, na Grande BH, para Montes Claros, no Norte de Minas, j� foi enviado � Justi�a. Cadastro dele no Boletim Informativo (foto: ED�SIO FERREIRA/EM/D.A PRESS ED�SIO FERREIRA/EM/D.A PRESS )

Est� nas m�os da Justi�a o futuro do goleiro Bruno Fernandes de Souza, condenado a 22 anos e tr�s meses de pris�o pela morte da ex-amante Eliza Sam�dio. Os advogados do atleta registraram ontem na Federa��o Mineira de Futebol (FMF) o contrato para que ele possa defender o Montes Claros Futebol Clube, que disputa o M�dulo II do Campeonato Mineiro. � tarde, o nome dele j� estava inclu�do no Boletim Informativo Di�rio (BID), da Confedera��o Brasileira de Futebol, como jogador oficial do clube.

A defesa acredita que com endere�o fixo na cidade do Norte de Minas, j� que a mulher de Bruno, Ingrid Calheiros, alugou um apartamento e agora, com trabalho garantido, n�o haveria motivos para que a Justi�a seja contra a transfer�ncia e permita que ele volte a jogar futebol. Mesmo no regime fechado, os advogados sustentam que a Lei de Execu��es Penais (LEP) estabelece que o preso trabalhe fora da pris�o, o que abriria as portas para o ex-goleiro do Flamengo. O contrato assinado por ele e pelo presidente do Montes Claros estabelece sal�rio mensal de R$ 1.430 e multa rescis�ria de R$ 2,8 milh�es. No Flamengo, ele recebia R$ 250 mil mensais e quase o mesmo valor de patrocinadores e direito de imagem.

Segundo o calend�rio da FMF, ontem foi o �ltimo dia de inscri��o de atletas para disputar o Campeonato Mineiro. O prazo motivou a ida dos advogados de Bruno � Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, para colher a assinatura dele. Tiago Lenoir e Francisco Simim, representantes legais, estavam acompanhados do psiquiatra Paulo Repsold, que foi atestar as condi��es f�sicas e mentais do preso. “Ele est� apto a retomar a fun��o de goleiro do ponto de vista m�dico”, disse Repsold. Lenoir afirmou que Bruno ficou bastante emocionado com a assinatura do documento e lembrou sua inf�ncia pobre. “O come�o da minha carreira foi muito dif�cil e sofrido. Este recome�o n�o ser� diferente, mas vou vencer", afirmou Bruno, segundo Lenoir.

Com o contrato em m�os , os advogados partiram para a sede da FMF, no Barro Preto, Centro-Sul, para protocolar o registro.

Simim informou que j� entrou com pedido de transfer�ncia e aguarda o of�cio consumando a mudan�a: “A din�mica de prov�veis viagens para jogar ficaria a cargo do juiz respons�vel pela vara de execu��es da comarca. Tem de ter a autoriza��o. O juiz � quem definir� se � poss�vel e como poder� acontecer”.

Diário (BID) da CBF também já foi feito(foto: Reprodução de internet)
Di�rio (BID) da CBF tamb�m j� foi feito (foto: Reprodu��o de internet)

RECUPERA��O
O presidente do Montes Claros, Vile Mocellin, garantiu que n�o est� preocupado com a presen�a do Bruno nos jogos imediatamente nem com poss�veis viagens para defender o clube. “Nosso objetivo � recuperar o Bruno. Queremos dar uma oportunidade para que ele retome sua vida. S� corremos para o registro porque era o �ltimo dia. At� porque temos tr�s bons goleiros. Se der certo e ele vier, ter� que se destacar para entrar no time”, disse.

O contrato termina em 27 de fevereiro de 2019 e pode ser renovado. No mesmo ano, ele dever� passar para o regime semiaberto.

Trabalho � interno no regime fechado

Especialistas em direito criminal consideram pouco prov�vel que Bruno seja liberado pela Justi�a para jogar. O advogado criminalista S�rgio Leonardo explica que a lei estabelece que no regime fechado o preso s� trabalhe internamente. A sa�da s� acontece quando h� escolta e seguran�a espec�ficas para que o detento permane�a em situa��o de regime fechado no trabalho. “Para que ele possa cumprir o contrato, ter� de progredir no regime, quando cumprir dois quintos da pena e tiver bom comportamento. Somente no regime semiaberto � poss�vel fazer trabalho externo”, informou.

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mant�m conv�nios com empresas privadas para oferecer trabalho aos detentos. Quando est�o em regime fechado, eles saem juntos, com escolta da penitenci�ria e permanecem vigiados por agentes durante todo o per�odo de trabalho at� o retorno. Na semiliberdade, saem da pris�o por conta pr�pria e devem estar de volta no hor�rio determinado pelo juiz.

Para o criminalista Andr� Nyssior, especialista em direito penal da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), o goleiro n�o pode ter tratamento diferenciado agora, apenas quando passar para o semiaberto. “N�o h� embasamento legal para que ele seja autorizado a jogar no regime fechado. Seria contradit�rio diante de v�rios habeas corpus negados a ele. O fundamento � exatamente da necessidade de ficar preso para assegurar, entre outras coisas, a ordem p�blica”, afirma.

O Tribunal de Justi�a informou que a defesa fez um pedido de transfer�ncia para Montes Claros, que ser� julgado pelo juiz da cidade. Em seguida, a comarca de Contagem, onde est� o processo, e a Seds s�o comunicadas, mas sem poder de decis�o. O TJ informou que n�o recebeu pedido de autoriza��o para Bruno trabalhar em regime fechado e, quando chegar, ser� julgado pelo titular da Vara de Execu��es Criminais de Contagem, Wagner Cavalieri.


SAIBA MAIS: BICHO ENCAROU GALO E RAPOSA
Fundado em 1992, o Montes Claros usa as cores e o escudo em homenagem ao Gr�mio, time do cora��o do empres�rio ga�cho Vile Mocellin, que sempre bancou a maior parte das despesas do clube. O Bicho, como � conhecido, teve ascens�o mete�rica na d�cada de 1990 e foi o clube sensa��o do Mineiro’1997, quando superou Cruzeiro e Atl�tico, em casa, e encarou o clube celeste nas quartas de final refor�ado por �der Aleixo. Nos anos seguintes, n�o repetiu o sucesso. Diante do preju�zo, Vile encerrou as atividades em 2000, mas retomou em 2012, quando ficou em segundo lugar na Terceira Divis�o estadual, alcan�ando o acesso. Na atual temporada, o time lidera o Grupo A do M�dulo II, j� classificado para o hexagonal que define os dois classificados para a elite estadual.

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