O contrato entre o Boa Esporte, que disputa o M�dulo II do Mineiro, e o goleiro Bruno Fernandes das Dores, de 32 anos, � o assunto mais comentado por aquelas bandas. Seja na pra�a com a estrutura em forma de um disco-voador, nos pontos de �nibus em que os equipamentos lembram naves espaciais ou nas lojas que negociam cart�es-postais com desenho do ET. Tamb�m em bares, padarias, lanchonetes e reparti��es p�blicas.
Todos querem saber detalhes do acordo do Boa com o ex-capit�o do Flamengo, condenado a 22 anos e tr�s meses de pris�o pelo sequestro, morte e oculta��o de cad�ver, em 2010, da modelo Eliza Samudio, com quem tem um filho. Bruno cumpriu seis anos e sete meses. Deixou a pris�o em 24 de fevereiro, beneficiado por uma liminar concedida pelo ministro Marco Aur�lio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual o permite aguardar recurso em liberdade.
A chegada do arqueiro � cidade, na segunda-feira, foi marcada por um drible na imprensa. Por volta das 13h, na avenida com acesso � estrutura da nave espacial, jornalistas se aglomeraram em frente ao hotel que o clube mant�m para uso exclusivo dos atletas (outras pessoas n�o podem se hospedar). O jogador e o empres�rio L�cio Mauro entraram pelo fundo. Parte da imprensa foi alertada por um funcion�rio, mas diretores do Boa sustentaram que a informa��o era inver�dica.
Bruno foi apresentado em entrevista coletiva � imprensa na manh� seguinte, com o “general” do Boa, o presidente Ren� Moraes, informando que ele s� responderia �s perguntas relacionadas ao futebol. “N�o falar� do passado.” O atleta, que se converteu � igreja evang�lica durante o per�odo em que esteve preso, n�o respondeu a duas quest�es sobre a morte de Eliza Samudio. Da mesma forma, ao mist�rio de como o Boa custear� suas despesas depois de ter perdido cinco patrocinadores ou apoiadores.
Contrato controverso
Restou apenas a prefeitura, que repassa R$ 32 mil mensais ao Boa, al�m de garantir o pagamento das contas de �gua e luz e de ceder o Est�dio Rubro Negro para os treinos do time e o Dilzon Melo, o Mel�o, para jogos oficiais. Mas, na C�mara Municipal, vereadores defendem o fim do contrato. A prefeitura estuda o assunto.
Durante a semana, Bruno foi assediado: tirou selfies e ganhou aplausos. Andr�, integrante de uma torcida organizada do Boa, at� ensaiou um canto para dar as boas-vindas ao novo refor�o. “Todos merecem uma segunda chance na vida. A Justi�a o colocou em liberdade. Ent�o, ele precisa trabalhar.”
Mas nem todos pensam como o torcedor. O arqueiro tamb�m foi alvo de cr�ticas, como protesto de mulheres favor�veis � ressocializa��o de condenados, entretanto, contr�rias � contrata��o do arqueiro antes que ele cumpra o restante da pena. “O contrato dele com o Boa tem dura��o (dois anos). Nossa luta em favor das mulheres � eterna”, defendeu uma manifestante.
Na ter�a-feira, cerca de 30 mulheres protestaram contra a contrata��o de Bruno na pra�a em que h� imagem de um ET.