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Estado de Minas

Caso Bruno: desta vez n�o � um ET que coloca Varginha em evid�ncia

Contrata��o do goleiro pelo Boa Esporte Clube agitou a semana na cidade do Sul de Minas, que volta a ocupar a m�dia, 21 anos depois da apari��o de extraterrestre


postado em 19/03/2017 06:00 / atualizado em 19/03/2017 08:13

Goleiro tirou selfies e ganhou aplausos de torcedores (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Goleiro tirou selfies e ganhou aplausos de torcedores (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Varginha – Vinte e um anos depois de uma multid�o de rep�rteres desembarcar em Varginha atr�s da misteriosa hist�ria de tr�s meninas que afirmaram ter visto um ET e cujo caso as For�as Armadas sustentam ser um mal-entendido envolvendo um rapaz que estaria de c�coras, jornalistas da imprensa nacional e internacional retornaram � cidade do Sul de Minas, a 300 quil�metros de Belo Horizonte, em busca de mais uma not�cia recheada de perguntas sem respostas. O munic�pio, com origem nos tropeiros e cerca de 170 mil moradores, voltou a ter uma semana agitada.

O contrato entre o Boa Esporte, que disputa o M�dulo II do Mineiro, e o goleiro Bruno Fernandes das Dores, de 32 anos, � o assunto mais comentado por aquelas bandas. Seja na pra�a com a estrutura em forma de um disco-voador, nos pontos de �nibus em que os equipamentos lembram naves espaciais ou nas lojas que negociam cart�es-postais com desenho do ET. Tamb�m em bares, padarias, lanchonetes e reparti��es p�blicas.

Todos querem saber detalhes do acordo do Boa com o ex-capit�o do Flamengo, condenado a 22 anos e tr�s meses de pris�o pelo sequestro, morte e oculta��o de cad�ver, em 2010, da modelo Eliza Samudio, com quem tem um filho. Bruno cumpriu seis anos e sete meses. Deixou a pris�o em 24 de fevereiro, beneficiado por uma liminar concedida pelo ministro Marco Aur�lio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual o permite aguardar recurso em liberdade.

A chegada do arqueiro � cidade, na segunda-feira, foi marcada por um drible na imprensa. Por volta das 13h, na avenida com acesso � estrutura da nave espacial, jornalistas se aglomeraram em frente ao hotel que o clube mant�m para uso exclusivo dos atletas (outras pessoas n�o podem se hospedar). O jogador e o empres�rio L�cio Mauro entraram pelo fundo. Parte da imprensa foi alertada por um funcion�rio, mas diretores do Boa sustentaram que a informa��o era inver�dica.

Grupo de mulheres organizou protesto contra a contratação de Bruno(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Grupo de mulheres organizou protesto contra a contrata��o de Bruno (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Jornalistas fingiram que acreditaram. Por volta das 20h, na tentativa de dispersar a imprensa, cartolas foram � porta do hotel e afirmaram que o jogador havia tido um problema na viagem de carro do Rio de Janeiro a Varginha e que optara por dormir no meio do caminho. “Era da greta de uma janela que o Bruno acompanhava a movimenta��o”, disse, no dia seguinte, um funcion�rio que tamb�m se recorda do corre-corre dos jornalistas atr�s de respostas na �poca do ET.

Bruno foi apresentado em entrevista coletiva � imprensa na manh� seguinte, com o “general” do Boa, o presidente Ren� Moraes, informando que ele s� responderia �s perguntas relacionadas ao futebol. “N�o falar� do passado.” O atleta, que se converteu � igreja evang�lica durante o per�odo em que esteve preso, n�o respondeu a duas quest�es sobre a morte de Eliza Samudio. Da mesma forma, ao mist�rio de como o Boa custear� suas despesas depois de ter perdido cinco patrocinadores ou apoiadores.

Contrato controverso
Restou apenas a prefeitura, que repassa R$ 32 mil mensais ao Boa, al�m de garantir o pagamento das contas de �gua e luz e de ceder o Est�dio Rubro Negro para os treinos do time e o Dilzon Melo, o Mel�o, para jogos oficiais. Mas, na C�mara Municipal, vereadores defendem o fim do contrato. A prefeitura estuda o assunto.

Cinegrafista registra reações do novo contratado, que acompanha da arquibancada partida pelo Campeonato Mineiro(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Cinegrafista registra rea��es do novo contratado, que acompanha da arquibancada partida pelo Campeonato Mineiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
“Ele recusou propostas do Cear�, do Brasiliense... Se n�o houvesse assinado com o Boa esta semana, iria ser apresentado como atleta do Olaria (RJ). Receber� em torno de R$ 20 mil at� estrear. Depois, cerca de R$ 30 mil”, informou uma pessoa pr�xima ao arqueiro.

Durante a semana, Bruno foi assediado: tirou selfies e ganhou aplausos. Andr�, integrante de uma torcida organizada do Boa, at� ensaiou um canto para dar as boas-vindas ao novo refor�o. “Todos merecem uma segunda chance na vida. A Justi�a o colocou em liberdade. Ent�o, ele precisa trabalhar.”

Mas nem todos pensam como o torcedor. O arqueiro tamb�m foi alvo de cr�ticas, como protesto de mulheres favor�veis � ressocializa��o de condenados, entretanto, contr�rias � contrata��o do arqueiro antes que ele cumpra o restante da pena. “O contrato dele com o Boa tem dura��o (dois anos). Nossa luta em favor das mulheres � eterna”, defendeu uma manifestante.

Na ter�a-feira, cerca de 30 mulheres protestaram contra a contrata��o de Bruno na pra�a em que h� imagem de um ET.

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