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Estado de Minas

Comunista inveterado, Niemeyer fez da ideologia sua inspira��o

Arquiteto por voca��o, comunista por ideologia. A vida centen�ria de Oscar Niemeyer se sustentou nesses dois pilares e demonstrou o desejo do ''g�nio do tra�ado'' em fazer do of�cio uma contribui��o para melhorar a vida do homem. Esp�rito insatisfeito com o que via de desigual em sua volta, Niemeyer se empenhou para imprimir em sua arte a marca da uni�o das pessoas


postado em 21/10/2009 13:05 / atualizado em 25/06/2012 15:15

(foto: VANDERLEI ALMEIDA/AFP)
(foto: VANDERLEI ALMEIDA/AFP)

O pensamento pol�tico do poeta das formas sempre foi muito discutido. Em 1945, ele ingressou oficialmente no Partido Comunista Brasileiro, mas h� quem afirme que, ainda nos tempos de estudante, antes do PCB ser legalizado no pa�s em 1932, Niemeyer j� carregava o lado contestador sobre a condi��o humana. Durante a ditadura militar, o arquiteto foi perseguido e, em 1965, em protesto contra o cerceamento �s liberdades democr�ticas, ele e cerca de 200 professores se retiraram da Universidade de Bras�lia (UnB). Oscar nunca foi preso, mas chegou a ser interrogado algumas vezes pelas for�as de repress�o.

O escrit�rio no Rio foi invadido e a revista M�dulo, que Oscar havia fundado em 1955, foi impedida de circular. Diante da situa��o opressora do Brasil naquela d�cada, ele saiu do pa�s e se exilou.

O per�odo internacional do arquiteto coincide com grandes transforma��es sociais em todo o mundo, como a guerra fria, as barricadas estudantis de 1968, a Guerra do Vietn�, al�m da crise do sistema econ�mico. E � nesse turbilh�o de acontecimentos hist�ricos que Niemeyer, j� com mais de 60 anos, d� mais dinamismo � sua arte, conferindo a ela elementos que uniam o concreto com a dimens�o p�blica da obra.


Exemplo disso s�o os projetos da sede do Partido Comunista Franc�s, de 1965; da Bolsa de Trabalho de Bobigny (regi�o oper�ria de Paris), de 1972; e da Casa de Cultura de Le Havre, de 1982. No caso do conjunto de dois pr�dios do PC franc�s, a ideia do arquiteto foi integrar forma com o maior espa�o poss�vel para a circula��o de pessoas. J� a Casa de Cultura de Le Havre - hoje Pra�a Oscar Niemeyer – mostra o esfor�o dele em planejar algo belo sem se esquecer da fun��o do espa�o interno.

Nesse aspecto, o pr�prio arquiteto contesta aqueles que argumentam a falta de funcionalidade de suas obras.

Entre um projeto e outro, Oscar aproveitava o tempo em Paris para debater seus pontos-de-vista com amigos, entre eles o fil�sofo Jean-Paul Sartre.

A Universidade de Constantine é um dos projetos favoritos do arquiteto
A Universidade de Constantine � um dos projetos favoritos do arquiteto
Euforia

Do pa�s colonizador para a col�nia. A convite do presidente da Arg�lia, Houari Boumedienne, Niemeyer desenvolveu alguns projetos naquele pa�s, cujo povo experimentava a euforia com o fim do dom�nio da Fran�a. L�, o arquiteto se embalou nesse esp�rito e foi respons�vel pelo projeto da Universidade de Constantine, uma de suas cria��es prediletas, e da mesquita da capital Argel. Ao v�-la, o presidente Boumedienne se manifestou: “Mas esta � uma mesquita revolucion�ria”, ao que o arquiteto respondeu: “Presidente, a revolu��o n�o deve parar”.

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