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Estado de Minas OSCAR NIEMEYER

A Pampulha foi o in�cio de Bras�lia

Depois de Bras�lia e Rio de Janeiro, BH � a capital com maior n�mero de obras de Niemeyer. "N�o � o �ngulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflex�vel, criada pelo homem. O que me atrai � a curva livre e sensual", definiu


postado em 06/12/2012 08:12 / atualizado em 06/12/2012 08:36

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Da Pampulha ao Centro Administrativo do governo estadual, no Bairro Serra Verde, na Regi�o de Venda Nova, foram quase sete d�cadas de sonhos, trabalho e amor concreto por BH. Nesse per�odo, Oscar Niemeyer concebeu o conjunto arquitet�nico da orla da lagoa, composto pela Igreja de S�o Francisco de Assis, Casa do Baile, Museu de Arte (antigo cassino) e Iate Clube, deixando tamb�m o tra�o de sua ousadia em pr�dios das pra�as da Liberdade, Raul Soares e Sete, do Bairro Santo Ant�nio e do Mangabeiras.


J� no interior mineiro, a rela��o come�ou mais cedo, em 1938, com a constru��o do Grande Hotel em Ouro Preto. Cataguases e Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, registram obras com a marca do g�nio do modernismo.

(foto: Jorge Gontijo/EM)
(foto: Jorge Gontijo/EM)
Na conversa com amigos – e nas p�ginas do seu livro As curvas do tempo: mem�rias, de 1998, Niemeyer afirmava que a Pampulha, onde trabalhou no in�cio da d�cada de 1940, quando Juscelino Kubitschek (1902–1976) foi prefeito de BH, significou um despertar na sua carreira, servindo de refer�ncia at� para o projeto de Bras�lia, inaugurada em 1960 e fruto da sua parceria com o urbanista Lucio Costa (1902–1998). “A Pampulha foi o come�o da minha vida de arquiteto”, escreveu o mestre.

Para o professor da Escola de Arquitetura da UFMG, Fl�vio Carsalade, “a Pampulha representou a maioridade da arquitetura brasileira. Enquanto o mundo ainda valorizava o �ngulo reto, ela explodia em curvas”. Esse tra�ado, afirma, teria origem nos contornos da mulher brasileira e das montanhas, sendo um dos exemplos mais sens�veis dessa marca registrada a Casa do Baile.

Com efeito, vai ficar na hist�ria uma das frases de Niemeyer que resumem essa pensamento: “N�o � o �ngulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflex�vel, criada pelo homem. O que me atrai � a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu pa�s, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas � feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”. E evocou Minas, lembrando que as curvas estavam presentes nas “velhas igrejas barrocas”.

Depois de Bras�lia e Rio de Janeiro, BH � a capital com maior n�mero de obras de Niemeyer. A sua produ��o arquitet�nica na cidade esteve ligada, direta ou indiretamente, � figura pol�tica de JK como prefeito (1940–1945) e no per�odo como governador de Minas (1951–1955).

JK: o filho bastardo(foto: Marcelo Sant'Anna/EM. Brasil)
JK: o filho bastardo (foto: Marcelo Sant'Anna/EM. Brasil)
Segundo o arquiteto Danilo Matoso Macedo, autor do livro Da mat�ria � inven��o – As obras de Oscar Niemeyer em MG (1938–1955), o contato do arquiteto com a elite pol�tica e intectual vem n�o apenas de sua rela��o com o ex-ministro da Educa��o Gustavo Capanema (1900–1985), mineiro de Pitangui, mas tamb�m do seu projeto para o Grande Hotel de Ouro Preto, encomendado pelo belo-horizontino Rodrigo de Melo Franco de Andrade (1898–1969), respons�vel pela cria��o do Servi�o do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Sphan, hoje Iphan).

“Niemeyer fez uma arquitetura de qualidade. Ele tinha atitude, nunca se colocou em posi��o submissa. Um dos seus m�ritos � nunca ter aceitado a hist�ria de que quem faz melhor � quem copia primeiro”, diz Macedo, residente em Bras�lia e graduado na UFMG.

A historiadora Tha�s Pimentel, autora de disserta��o de mestrado sobre o Edif�cio JK, de 1950, na Pra�a Raul Soares, considera Niemeyer “o arquiteto do s�culo 20”, pela leveza, ousadia e criatividade do seu tra�o. “A Pampulha inova, conseguiu traduzir o sentimento e a est�tica do s�culo 20.” O Edif�cio JK, no entanto, foi renegado pelo modernista, que o viu como filho bastardo.

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