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Estado de Minas

Cidade criativa

Festival apresenta Belo Horizonte como capital da inova��o e do design. Programa��o inclui apresenta��o do Museu da Cadeira Brasileira, que ocupar� casa perto da Pra�a da Liberdade


postado em 02/06/2019 04:11

O casarão na esquina das ruas Gonçalves Dias e Sergipe recebeu saraus literários na década de 1920(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O casar�o na esquina das ruas Gon�alves Dias e Sergipe recebeu saraus liter�rios na d�cada de 1920 (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)



S�o Paulo � a cidade dos neg�cios. J� o Rio de Janeiro tem voca��o para o turismo. E Belo Horizonte, por que n�o ser reconhecida pela criatividade? O BH Design Festival (antigo Dmais Design), em sua primeira edi��o, levanta a bandeira da capital como polo de inova��o e design. Um dos destaques da programa��o, que termina neste s�bado, � a apresenta��o do Museu da Cadeira Brasileira (MuC), que ocupar� um casar�o hist�rico na Rua Gon�alves Dias, a poucos metros da Pra�a da Liberdade.


Segundo Renato Tomasi, o BH Design Festival n�o � um evento, mas sim um movimento que agrupa todos os agentes que se prop�em a transformar a cidade atrav�s da criatividade e do design.


O organizador se espelha em Mil�o, onde ocorre a maior semana de design do mundo. Tomasi observa que a It�lia conseguiu vender o selo made in Italy e n�s precisamos enxergar o nosso potencial criativo para fazer o mesmo. “Antes eu tinha uma preocupa��o muito grande de mostrar a nossa criatividade para as pessoas de fora. Agora queremos que o pr�prio mineiro compreenda, abrace a ideia e valorize BH como uma cidade que pensa design”, destaca.


Nesses dias de BH Design Festival, a futura sede do MuC recebe a exposi��o A cadeira e a poesia. O designer Jo�o Caixeta, idealizador do museu, explica que o objetivo no momento � apresentar o destino do casar�o conhecido pelo nome de Sal�o Vivacqua, com homenagem aos antigos moradores e exibi��o de parte do acervo. A abertura definitiva do espa�o, ainda sem data definida, depende da verba que vir� atrav�s da Lei de Incentivo � Cultura.


H� 13 anos, Caixeta teve a ideia de criar um museu para contar hist�rias relacionadas � cadeira. O designer sempre se interessou pelo objeto que, como ele diz, n�o passa impune pelo tempo e est� longe de ser inocente. “A cadeira carrega em si todas as nuances do seu dono. Costumo dizer que � uma pr�tese desgarrada de cada um, j� que estamos sempre buscando uma para descansar, para lembrar, para fazer nada, para nos divertirmos”, analisa o professor da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).


Para um lugar que conta hist�rias, n�o poderia haver sede mais apropriada. Quis o destino que o museu ocupasse o Sal�o Vivacqua, que tem um imenso valor hist�rico para a cidade. Constru�da em 1909, na esquina das ruas Gon�alves Dias e Sergipe, a casa tombada pelo munic�pio testemunhou a efervesc�ncia da poesia moderna. “Fiquei inteiramente emocionado e honrado de ocupar um im�vel t�o nobre, que est� em uma esquina e tem arquitetura not�vel.”


Na d�cada de 1920, a casa foi habitada pela fam�lia Vivacqua, de Cachoeira do Itapemirim, no Esp�rito Santo. Ant�nio, Etelvina e 15 filhos. Todos vieram para acompanhar o tratamento de tuberculose de um dos filhos, Achilles. BH, na �poca, era refer�ncia de bons ares para doen�as respirat�rias. Achilles Vivacqua acabou se tornando protagonista da poesia moderna na capital e abriu o casar�o para encontros e saraus liter�rios. Carlos Drummond de Andrade, um dos ilustres frequentadores, foi quem batizou a casa de Sal�o Vivacqua. Pedro Nava tamb�m era um visitante habitual.


Filha mais nova de Ant�nio e Etelvina, Dora Vivacqua foi outra moradora do casar�o que fez hist�ria. Atriz e dan�arina, conhecida pelo nome art�stico Luz del Fuego, ela ficou marcada pelo nudismo e paix�o por cobras. Dora conheceu o serpent�rio que ficava ao lado do Pal�cio da Liberdade ainda crian�a, enquanto passeava com os irm�os. No Rio de Janeiro, j� nos anos 1960, ela fundou a Ilha do Sol, que abrigou a primeira col�nia de nudismo da Am�rica Latina.


A hist�ria do museu e da casa se misturam na exposi��o A cadeira e a poesia. Em um dos c�modos, ganha destaque uma cadeira com um passarinho. A pe�a com estrutura de madeira e assento de palhinha representa o lugar onde Achilles Vivacqua se sentava para escrever. Uma das irm�s do poeta, Eunice conta no livro Sal�o Vivacqua: lembrar para lembrar que, todos os dias, um sabi�-laranjeira pousava no espaldar da cadeira, cantarolava e depois voava. Nesta mesma sala, os visitantes podem ver nas paredes fotos dos moradores e dos poetas que frequentaram a casa.


BATE-PAPOS O sal�o do piano – maior c�modo da casa, com uma pequena varanda virada para o jardim – era o lugar onde ocorriam os saraus liter�rios. No per�odo da exposi��o, ele se transforma em espa�o para os bate-papos do BH Design Festival. O paulista Paulo Alves, por exemplo, conhecido pelo trabalho com madeira, fala sobre design com afeto nesta sexta-feira, �s 11h.


A exposi��o tamb�m abre espa�o para cadeiras de novos designers, todos de BH, que fazem um trabalho autoral e se destacam no mercado nacional e at� internacional. Juliana Vasconcellos, Andr� Ferri, Thales Pimenta, Olavo Machado Neto e �le Alvarenga foram selecionados por Adriana Dornas, curadora de design contempor�neo do MuC. “Estamos em um mundo cada vez mais descart�vel, os m�veis de hoje s�o feitos para durar muito pouco, mas, ao mesmo tempo, vemos trabalho de novos designers com uma qualidade que beira a arte”, aponta Caixeta.


O projeto de reforma do Sal�o Vivacqua para receber o MuC j� est� aprovado, mas depende da verba que ser� pleiteada atrav�s da Lei de Incentivo � Cultura. De acordo com Caixeta, est� prevista a instala��o de um elevador para garantir acessibilidade aos visitantes. No andar de baixo, haver� um caf� com mesas, cadeiras e ombrelones no jardim externo.
O museu ter� exposi��es fixas e itinerantes, que poder�o ser transportadas para outros espa�os, inclusive no exterior. Existe, ainda, a inten��o de trazer mostras de fora para contar hist�rias de outros lugares. Segundo Caixeta, estuda-se uma parceria com a Academia Mineira de Letras para organizar saraus liter�rios, como antigamente. Al�m disso, ele espera que o museu seja refer�ncia em pesquisa, ainda mais com a proximidade da Escola de Design da Uemg, que vai ocupar o antigo pr�dio do Ipsemg, na Pra�a da Liberdade. Hoje, o acervo conta com 100 cadeiras de datas e estilos diferentes.

 

 

Servi�o

BH Design Festival
At� 8 de junho
Programa��o completa no site www.bhdesignfestival.com.br


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