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Grupo Mineiro de Moda, uma lenda

Homenageado por arquitetos em mostra de decora��o, o GMM foi o embri�o de todos os movimentos que surgiram na moda de Minas e transformou Belo Horizonte em um polo lan�ador de tend�ncias e destino comercial dos lojistas


postado em 14/07/2019 04:08

Sentados: Celeno Ivanovo, Nem Campos, Márcia Corrêa (Art Man), Renato Loureiro. De pé: Luiz Henrique Ribeiro, Georgiana Mascarenhas (Barbara Bela), Janine Ester, Claudia Magalhães (Mabel Magalhães), Liana Fernandes (Comédia), Mônica Batista (Frizon), Luiza Magalhães (Art Man)(foto: Marcos Vieira)
Sentados: Celeno Ivanovo, Nem Campos, M�rcia Corr�a (Art Man), Renato Loureiro. De p�: Luiz Henrique Ribeiro, Georgiana Mascarenhas (Barbara Bela), Janine Ester, Claudia Magalh�es (Mabel Magalh�es), Liana Fernandes (Com�dia), M�nica Batista (Frizon), Luiza Magalh�es (Art Man) (foto: Marcos Vieira)


Quase 40 anos ap�s sua cria��o, o Grupo Mineiro de Moda continua provocando interesse e surpreendendo as novas gera��es como movimento de base respons�vel pela constru��o do setor no estado. Uma hist�ria que ficou no imagin�rio de quem viveu os anos 1980, nos quais a associa��o dava seus primeiros passos, e que atravessou o tempo rumo � posteridade.
 
Composto por 10 marcas, o GMM tornou-se um exemplo de empreendedorismo de sucesso no setor privado e retornou � cena agora com a homenagem prestada a ele pelos arquitetos Celeno Ivanovo e Luiz Henrique Ribeiro, autores do ambiente Seu Quarto na mostra Modernos Eternos.
 
No di�logo da arquitetura de interiores com o fashion, a dupla explorou uma linguagem subliminar no espa�o, priorizando elementos recorrentes no of�cio, como renda guipure, plumas, pelos, peles, emoldurados pelas telas delicadas de Rodrigo Mogiz, que remetem ao universo dos ateli�s de costura. Na su�te propriamente dita, um busto carrega look de Renato Loureiro desfilado pelo estilista na S�o Paulo Fashion Week. O estilista, tamb�m homenageado na mostra, veste ainda todas as recepcionistas do evento com pe�as do seu acervo particular.
 
Mas a tarefa maior de Celeno e Luiz Henrique foi reunir, com aux�lio de Loureiro, os componentes do GMM para uma roda de conversa, na casa em que a mostra foi realizada, para falarem sobre as experi�ncias que viveram durante a d�cada e meia em que estiveram juntos.
De l� para c�, j� ocorreram baixas importantes na sua composi��o, como Mabel Magalh�es – que iniciou sua participa��o no grupo com a marca Artimanha e depois se tornou a Mabel Magalh�es – e Eliana Queir�z, primeiramente com a grife Femme Fatale, mais tarde Eliana Queir�z, falecida h� tr�s anos.
 
Para o encontro conjunto que n�o acontecia desde 2015, quando houve a exposi��o comemorativa dos 35 anos do GMM no Mumo - Museu da Moda, al�m de Renato Loureiro, compareceram Nem Campos, ex-dona da Straccio, e, posteriormente da IBZ; M�rcia Correia e Luiza Magalh�es, da Art Man; Georgiana Mascarenhas, representando a m�e, Helen Carvalho, da B�rbara Bela; Liana Fernandes, da Com�dia; Cl�udia Magalh�es, que, ap�s a morte da m�e, assumiu a Mabel Magalh�es; M�nica Batista, s�cia de Cl�udia Mour�o no in�cio com a Frizon, e seguindo caminho solo ap�s com marca hom�nima de cal�ados. Quem n�o foi: Terezinha Santos, fundadora da Patachou, e Scheila Mares Guia, propriet�ria da Allegra. Faltou tamb�m S�nia Pinto, que passou brevemente pelo Grupo com a famosa Printemps, e continua no mercado com o Espa�o S�nia Pinto.
 
Pouca gente sabe enumerar a forma��o inicial do GMM com suas eventuais mudan�as, mas o certo � que sua exist�ncia e import�ncia chegaram �s novas gera��es, estudantes, jornalistas e estilistas jovens, pesquisadores, embora tenha havido na cena nacional outras iniciativas cong�neres, atuando paralelamente no Rio de Janeiro e em S�o Paulo, que n�o s�o mais lembradas.

Calend�rio O que ficou na mem�ria fashion foram os desfiles fant�sticos realizados ao longo do tempo e o exemplo passado para a posteridade de que o cooperativismo, a uni�o, a vontade de fazer, funcionam. Para Nem Campos, a cria��o de um calend�rio de lan�amentos, convergindo para Minas os compradores em potencial, foi um grande marco, influenciando fortemente o calend�rio nacional. “Cada um lan�ava em uma �poca diferente e t�nhamos clientes em comum. A cria��o do grupo possibilitou um movimento que beneficiou n�o s� as nossas marcas, mas as outras existentes na cidade”, afirmou.
 
Outro feito citado na roda de conversa foi a coragem de transpor as montanhas de Minas, convidando para Belo Horizonte a imprensa atuante na �poca, ve�culos especializados, jornalistas de outros estados, revistas semanais conceituadas com conte�do ecl�tico. A divulga��o tornou-se essencial para a repercuss�o do trabalho. Recebidos com os mimos da hospitalidade mineira, dispondo de carros para se movimentar livremente, conferiam as novidades nos showrooms das grifes do Grupo, mas visitavam tamb�m os de outras empresas. “Todo mundo lan�ava cole��es na data escolhida por n�s, a gente n�o escondia”, recorda Renato Loureiro.
 
Gerente da L’Oreal, ele era dono da loja Pitti, em sociedade com a irm�, Regina, na Savassi. E comprava para ela produ��es locais, como as que Liana Fernandes (Com�dia) come�ou a fazer. “Renato gostou das pe�as e comprou o que mostrei. A� perguntei: “E agora?”. “V� fazer mais”, respondeu. Confesso que quando entrei no Grupo fiquei com medo da responsabilidade”, conta a estilista. Muita responsabilidade sim, inclusive financeira, que inclu�a bancar os eventos promovidos a cada esta��o. Uma pequena fortuna para cada um na �poca, diga-se de passagem, com direito � contrata��o de servi�os dos bambamb�m do momento, como Regina Guerreiro, Paulo Ramalho, Paulo Borges, al�m de modelos famosas.
 
Entre as lembran�as relatadas no talk, veio a da reuni�o em que v�rios confeccionistas foram convocados e na qual foi tra�ado o destino do GMM. Quem n�o aderiu � proposta ficou de fora para sempre. Da� para a frente, foi um crescente. “Fizemos o desfile de inaugura��o do shopping Quinta Avenida com Monique Evans na passarela”, recorda Nem. N�o faltaram ainda men��es aos outros desfiles que despertaram como��o na cidade, como o da Pra�a da Esta��o, com cerca de 100 modelos na passarela, Pal�cio das Artes, Museu de Arte da Pampulha, Cabar� Mineiro, Minas T�nis Clube II, e o de Ouro Preto, defronte � Igreja S�o Francisco, j� sob a batuta de Paulo Borges. “Ele criou para a M�nica Torres um quadro em que as modelos usavam lingeries em l�tex feitas por Alexandre Herchcovitch com sombrinhas iluminadas na frente para destacar os cal�ados. Teve muita repercuss�o na imprensa nacional”, relata M�nica Torres.
 
Em um tempo em que viajar para o exterior era privil�gio de poucos, os membros do GMM ganharam o mundo, passaram pela Europa, Estados Unidos, foram at� o Jap�o, em busca das novidades para as cole��es. “A gente viajava junto, comprava tecidos juntos, indicava clientes uns para os outros”, rememoram.
 
Cada um teve oportunidade de contar um pouco do in�cio dos seus neg�cios. O sucesso das pe�as em tric� vendidas na sua loja fez com que Renato Loureiro abandonasse a L’Oreal e se tornasse expert no assunto, com forte influ�ncia do japonismo. M�rcia e Luiza, s�cias de Mabel e Mariza Salum na Artimanha, deixaram a sociedade para focar no masculino, elegendo o linho como mat�ria-prima, apostando nos ternos bem constru�dos e em cores inusitadas para o guarda-roupa dos homens, contribuindo fortemente para mudar a est�tica desse p�blico. A B�rbara Bela do in�cio – �nica marca remanescente do GMM no mercado – se notabilizou pelas pe�as trabalhadas em rendas criadas por Helen Carvalho. E a Mabel Magalh�es se destacou pelas cole��es pr�t-�-porter contempor�neas e pela qu
alidade primorosa das pe�as at� chegar na linha festa festejada em todo o Brasil.
 
Arquitetura  Outro fator importante foi a contribui��o que o GMM deu a setores afins, entre eles a arquitetura. Com a crise da constru��o civil, na d�cada de 1980, diversos arquitetos de Belo Horizonte se voltaram para os interiores. V�rios deles se projetaram assinando showrooms e lojas dos integrantes da associa��o. As da galeria BHZ representavam o di�logo crescente entre as duas �reas.
 
A da Art Man, projetada por Carlos Alexandre Dumont, o Carico, era alvo de observa��o dos estudantes da profiss�o. Um dos admiradores era Celeno Ivanovo. “Eu descia para a faculdade de arquitetura pela rua Para�ba e passava sempre por ali. Havia tamb�m outras lojas bacanas, na Savassi, que me despertavam interesse como a da Zak, a da Rep�blica dos Gatos...Foi uma �poca de muita efervesc�ncia cultural em Belo Horizonte que exportava tanto moda como boa arquitetura”.
O trabalho como consultor t�cnico em shoppings, como o P�tio Savassi, Ponteio e Ita�, fez com que estreitasse os la�os com os dois setores. Segundo ele, o que mais chamou sua aten��o no talk foi a quest�o da uni�o e for�a de vontade das dez marcas. “Foi isto que fez com que elas movessem as montanhas de Minas. Fiquei muito emocionado em ouvir as hist�rias. A Liana falando das primeiras pe�as que vendeu para o Renato, que se tornou este estilista talentoso, a coragem dele em largar a L’Oreal para se dedicar � moda, a Luiza e a M�rcia relatando as experi�ncias delas com a Art Man, a M�nica relembrando as vaias que o GMM ganhou em evento no Rio de Janeiro. Foi tudo muito rico”, enfatiza.
 
J� seu s�cio, Luiz Humberto, criado em fam�lia de muitas mulheres, cresceu ouvindo os nomes das marcas do GMM. “Elas eram consumidoras, minha m�e comprava e compra ainda na Equipage (lojas de Cl�udia Mour�o). Logo depois de formado tive a ocasi�o de fazer um projeto de reforma para a f�brica da Eliana Queir�z, na Pampulha, que me contava muitas hist�rias do Grupo e sua import�ncia para a moda. Conhecer e reconhecer esses nomes pessoalmente foi muito importante”, ressalta.
 
 


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