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Estado de Minas

Festa pede mudan�as

Marcas que vendem roupas de festa para o atacado consideram a quarentena um bom momento para o mercado repensar o calend�rio. O desejo � que ele n�o seja mais t�o antecipado


postado em 19/04/2020 04:00 / atualizado em 18/04/2020 11:43

Kalandra(foto: Breno Mayer/Divulgação)
Kalandra (foto: Breno Mayer/Divulga��o)

Marcas de roupas de festa que trabalham principalmente com o atacado se 
veem paralisadas entre as entregas do inverno e a produ��o do mostru�rio do ver�o, e enxergam neste momento a chance de o mercado da moda rever o calend�rio de lan�amentos.
 
Para sair na frente do restante do pa�s, a semana de moda mineira sempre antecipou os lan�amentos. Tanto que, l� no in�cio, h� 13 anos, o Minas Trend carregava o nome Preview, ou seja, sua miss�o era apresentar, em primeira m�o, as apostas das marcas para a temporada seguinte. Sem a edi��o de abril do evento, a moda festa reivindica mudan�as no calend�rio. Representantes de marcas que trabalham principalmente para o atacado defendem que o retorno dos lan�amentos para janeiro e julho seria um al�vio tanto para quem produz quanto para quem compra.
 
M.Rodarte(foto: Gustavo Marx/Divulgação)
M.Rodarte (foto: Gustavo Marx/Divulga��o)
 
 
Antigamente, como lembra a diretora comercial da Kalandra, Ana Fl�via Castro, a equipe tinha tempo para curtir todas as fases de uma cole��o, desde desenvolvimento, lan�amento, venda at� a entrega. Mas o calend�rio se antecipou tanto que o ritmo acelerado n�o permite nem um respiro. “Ser� que n�o � a hora de repensar essas datas? Se mudarmos o calend�rio, vamos ter a possibilidade de trabalhar com mais calma, ent�o tudo ser� mais bem feito”, aponta.
 
Marrô(foto: gustavo marx/divulgação)
Marr� (foto: gustavo marx/divulga��o)
 
 
Segundo Ana Fl�via, o calend�rio antecipado tamb�m n�o favorece os lojistas. “O cliente tem que comprar uma cole��o antes de vender a anterior, ent�o � sempre uma aposta. Ele chega ao nosso estande falando que est� com a loja lotada, mas vai fazer o pedido acreditando que vai conseguir vender tudo o que j� tem”, explica. A diretora da Kalandra acredita que a volta dos lan�amentos para janeiro e julho seria bom para o lojista ter tempo de trabalhar a cole��o e n�o ser obrigado a liquidar cedo demais.
 
Em meio ao cen�rio de incertezas, a marca tem que lidar com pedidos de cancelamento, adiamento e prorroga��o de pagamentos. Ainda faltava entregar 30% dos pedidos do inverno. “O meu forte na entrega � segunda quinzena de fevereiro e mar�o, ent�o os lojistas n�o tiveram tempo de vender.” Ana Fl�via tem analisado caso a caso para negociar com os clientes sa�das que atendam aos dois lados.
 
Thays Temponi(foto: Henrique Falci/Divulgação)
Thays Temponi (foto: Henrique Falci/Divulga��o)
 
 
No caso do ver�o, a cole��o estava em fase de pilotagem. A f�brica continua funcionando em escala reduzida para finalizar o mostru�rio, que deve estar pronto quando o isolamento terminar. Em paralelo, Ana Fl�via pensa em estrear no varejo com roupas diferentes das que vende para o atacado. “Vamos tentar fazer uma cole��o c�psula com roupas n�o t�o de festa, usando mat�ria-prima que j� temos, para atrair o p�blico do varejo, mas sem competir com os clientes do atacado”, pondera.
 
Focada em venda no atacado, Marina Rodarte, diretora de estilo da M.Rodarte e Marr�, est� de p�s e m�os atados. A produ��o seguia a todo vapor para garantir o restante das entregas do inverno (faltavam 60%) e j� havia muitos pedidos de reposi��o. “Os pr�ximos meses seriam os de maior faturamento da empresa”, lamenta. Al�m disso, estava pronta metade da cole��o de ver�o, que seria apresentada no Minas Trend e no Sal�o Casamoda, em S�o Paulo.
 
Thays Temponi(foto: Henrique Falci/Divulgação)
Thays Temponi (foto: Henrique Falci/Divulga��o)
 
 
Marina torce para que a pausa em fun��o da pandemia ajude a ajustar o calend�rio da moda em Minas, que estava cada vez mais antecipado. Ainda � cedo para fazer planos, mas ela j� decidiu que vai estender a entrega do inverno. Algumas bordadeiras continuam trabalhando de casa. “A nossa roupa � completamente atemporal, ent�o pode ser vendida no inverno ou no ver�o. Assim que tudo isso passar, as pessoas v�o querer comprar roupa de festa.” A diretora de estilo imagina que a cole��o de ver�o ser� mais enxuta, considerando que ser� necess�rio reduzir custos e os clientes estar�o receosos de gastar.
 
Tudo o que Danielle Braga Fagundes, diretora da Village Condotti, mais deseja � a mudan�a do calend�rio da moda. A marca tem o h�bito de lan�ar suas cole��es no Minas Trend e em S�o Paulo. “O que fizeram com o mecado da moda � uma loucura. Aqui deixou de ser preview para se transformar em uma cole��o de verdade e as lojas n�o d�o conta de comprar como antes. No nosso caso, ainda estamos produzindo uma cole��o e j� temos que fazer o mostru�rio da outra”, avalia.
 
Village Condotti(foto: Henrique Falci/Divulgação)
Village Condotti (foto: Henrique Falci/Divulga��o)
 

ADIAMENTO A princ�pio, as entregas do inverno est�o remarcadas para o fim de junho. Com 80% do mostru�rio de ver�o pronto, a marca trabalha para finalizar a cole��o o quanto antes, com a expectativa de retomar as vendas no in�cio do segundo semestre. “N�o podemos parar. Acredito que l� pra julho a situa��o comece a normalizar, ent�o as lojas v�o liquidar, ficar sem estoque e v�o precisar de reposi��o”, calcula. “O mundo vai mudar, mas o desejo por roupas de festa n�o vai deixar de existir.”
 
At� por respeito aos clientes, que est�o de portas fechadas e com estoque parado, Thays Temponi acredita que o mais sensato seja pular uma edi��o dos eventos de moda (ela sempre participa do Minas Trend e do Sal�o Casamoda, em S�o Paulo). A cole��o de ver�o j� estava adiantada, mas a estilista n�o v� problema em vender depois. “Este � o lado bom desta festa que fa�o, sem seguir tend�ncia. As roupas s�o como uma joia, que voc� pode usar hoje ou daqui a 20 anos.”
H� um ano, Thays abriu para atendimento ao varejo, com hora marcada, mas o atacado ainda representa 80% das vendas. Agora ela entende que o momento � de estar pr�ximo do lojista, ouvir o que ele tem a dizer, e j� come�ar a pensar em estrat�gias de venda para quando a situa��o mudar. Uma op��o seria treinar os clientes para vender os produtos. “N�o podemos jogar um balde de �gua fria sobre a esperan�a, temos que acreditar que tudo vai voltar ao normal, por isso precisamos gerar possibilidades para o mercado continuar girando. Trabalhamos com sonhos, ent�o n�o podemos parar.”
 
De qualquer forma, quando a marca voltar � ativa, a estilista enxerga que ter� que repensar toda a cole��o de ver�o, que estava em processo de produ��o. Al�m dos vestidos bordados para formandas, m�es de noiva e madrinhas de casamento, Thays considera assertivo manter a linha para convidadas, que tem bordados pontuais (“numa manga, ombro, ou barra da saia”) e pre�os atrativos. 
 
 


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