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Estado de Minas exemplo

Tal pai, tal filho

Felicidade de pais e filhos trabalhando juntos e dando continuidade ao legado familiar


09/08/2020 04:00

 Henrique com o pai, José Salvador Silva, um apaixonado pelas coisas que faz. Tudo é com muito amor, dedicação, prazer e felicidade(foto: Edésio Ferreira/em/d.a press)
Henrique com o pai, Jos� Salvador Silva, um apaixonado pelas coisas que faz. Tudo � com muito amor, dedica��o, prazer e felicidade (foto: Ed�sio Ferreira/em/d.a press)


Pai. Se olharmos o sin�nimo desta pequena palavra encontraremos v�rios significados como genitor, gerador, progenitor, autor, e a� surgem outros ainda mais profundos e importantes, como mentor, defensor, protetor, fundador, motivador, guia, l�der. � exatamente isso que um pai �, aquele que d� a vida, e tamb�m o que ensina, que � o exemplo, que protege, que mostra o caminho e motiva o filho na vida.
 
Muito mais do que falar, o exemplo de conduta de vida pessoal e profissional � o que de mais importante os pais deixam para seus filhos, � no exemplo que aprendem e apreendem, e � o exemplo que procuram seguir e passar para seus filhos. Exatamente por isso, muitos filhos acabam seguindo os passos de seus pais profissionalmente.
 
Foi assim com Henrique Salvador, que cresceu vendo o grande amor, dedica��o e comprometimento dos pais m�dicos, Norma e Jos� Salvador, pela profiss�o, e posteriormente pela rede de hospitais que fundaram. Apaixonado por fazenda, queria ser veterin�rio desde crian�a, mas � medida que foi crescendo ficou dividido entre as duas profiss�es: medicina e veterin�ria. A escolha foi racional: “Como m�dico posso ser fazendeiro, como veterin�rio n�o poderia ser m�dico. Escolhi a medicina”.
 
Emir Cadar Filho e Emir Cadar, orgulho de ver o quanto o filho cresceu na profissão e de tê-lo como seu braço direito(foto: Juarez Rodrigues/em/d.a press)
Emir Cadar Filho e Emir Cadar, orgulho de ver o quanto o filho cresceu na profiss�o e de t�-lo como seu bra�o direito (foto: Juarez Rodrigues/em/d.a press)
 

Segundo Henrique, o instrumento pedag�gico mais eficiente � o exemplo, e essa foi a influ�ncia exercida por seu pai sobre ele, e nunca impositiva. Jos� Salvador cansou de ouvir colegas dizendo que n�o tiveram ningu�m para suced�-los, por isso, a educa��o que ele e Norma deram aos filhos foi de sempre mostrar o lado bom e positivo da profiss�o, a felicidade que sentiam quando traziam uma crian�a ao mundo, quando salvavam uma vida, quando solucionavam um problema grave.
Emocionado, ele relembra da �poca em que atendia no hospital do estado a popula��o de baixa renda e o carinho como agradeciam a aten��o que dispensava a cada paciente. “� para isso que diz medicina, ajudar as pessoas, e foi isso que tentei passar para meus filhos.”
 

“Papai � um apaixonado pelas coisas que faz. Tudo tem muito amor e dedica��o, nunca foi sacrif�cio, sempre enfrentou as adversidades que surgiram com muita tranquilidade. Fui observando isso e me apaixonando pela medicina e pelo hospital. O que mais me marcou foi v�-lo fazendo as coisas com dedica��o e amor”, relembra Henrique, contando que o primeiro trabalho com o pai foi aos 14 anos. A fam�lia tinha um terreno na Rua Inconfidentes com Rua Pernambuco. Assim que demoliram as casas, o pai o transformou em um estacionamento e ele, ao lado do irm�o Renato, cuidavam do neg�cio.
Tinham que prestar contas para o pai e recebiam um percentual. Depois, quando come�ou a obra de um pr�dio, os irm�os tinham sociedade em caminh�es que levavam areia a brita para a constru��o. Segundo o m�dico, o pai era bastante severo, por�m tinha uma paci�ncia muito grande para ensinar. Sempre o apoiou e foi uma refer�ncia muito boa.
 
Quando come�ou a trabalhar como m�dico, Henrique se viu em meio a sentimentos inquietantes, sem saber como seria sua vida profissional sendo filho de uma pessoa de tanto sucesso, se encontraria seu caminho na medicina e na gest�o hospitalar. Inquieto e cheio de energia, decidiu explorar as diversas �reas da medicina e se preparou profundamente para todas elas. Entrou para a �rea acad�mica, publicou mais de 200 artigos, escreveu 11 livros entre mastologia e gest�o hospitalar. interessou-se pela representatividade da classe e foi presidente das mais importantes entidades de representa��o locais e nacionais. Especializou-se em mastologia, tornando-se refer�ncia nacional, e se dedicou ativamente ao consult�rio, e tamb�m em gest�o hospitalar.
 
“Preparei-me para isso. Voc� n�o � ungido para uma lideran�a dessas de uma hora para outra, voc� constr�i. As pessoas precisavam me perceber como l�der e entender essa sucess�o. O meio externo, os concorrentes, os pares, fornecedores e pacientes entenderam que a sucess�o passaria por mim. Foi uma transi��o tranquila, conseguimos faz�-la de maneira muito respeitosa e cooperativa. Tenho uma admira��o enorme por ele e sinto que ele tamb�m tem por mim, al�m de muito respeito, amor, amizade e companheirismo. Sempre fomos muito pr�ximos, a vida inteira”, conta.
 
 Euler Nejm entre os filhos Rafaela e Rodolfo: dar continuidade aos empreendimentos da família(foto: Edy Fernandes/divulgação)
Euler Nejm entre os filhos Rafaela e Rodolfo: dar continuidade aos empreendimentos da fam�lia (foto: Edy Fernandes/divulga��o)
 
 
Salvador afirma que os filhos n�o aprendem com as falas dos pais, mas vendo o que eles fazem. “Criamos nossos filhos com regras e recompensas como fonte de est�mulo e deu muito certo. Por exemplo, para ir � Disney tinha que primeiro aprender ingl�s. Todos sempre se empenharam muito e se prepararam para ser os profissionais que s�o, sinto muito orgulho de todos eles. No dia em que o Henrique chegou para mim e disse “papai, eu quero ser diretor do Mater Dei, eu tive um orgasmo cerebral, eu vi que tinha valido a pena”. Mas Salvador ressalta que o papel da Norma foi fundamental e important�ssimo na cria��o dos filhos. Que em tudo ela esteve presente, nunca guardou um segredo importante de um filho, sempre compartilhou tudo com ele, e afirma que se tivesse se casado com outra n�o teria constru�do o que fez. E que foi dific�limo ach�-la.
 
Um dos exemplos de gest�o empresarial � o processo sucess�rio implantado na Rede Mater Dei de Sa�de. Por causa dele, Salvador decidiu sair da presid�ncia executiva quando completasse 80 anos, o que ocorreu em 2011, quando ent�o foi para a presid�ncia do Conselho e Henrique assumiu seu lugar. O fundador do grupo ressalta que para se gostar de alguma coisa � preciso conhec�-la, e foi isso que ele fez, mostrou a profiss�o e o hospital para os filhos, mas n�o sabia se eles iriam querer atuar em gest�o hospitalar. O primeiro filho a ocupar uma cadeira na diretoria foi Renato, que saiu por escolher a engenharia como profiss�o. Mas fica muito feliz em ver que os outros tr�s filhos gostaram e agora j� conta com seus netos no grupo, depois de uma longa e intensa prepara��o. “Aqui n�o entra por ser da fam�lia, � por meritocracia. Jos� Henrique, Felipe e Renata j� est�o trabalhando aqui e Lara est� se preparando”.
 
Emocionado, Salvador faz quest�o de dizer que quando fundou o primeiro hospital, em 1980, nunca pensou que chegaria onde est�o hoje, e que todo este trabalho n�o � dele nem de sua fam�lia, mas de toda uma equipe de colaboradores que o ajudou e ajuda a criar e tocar os hospitais e a prestar um servi�o importante para os pacientes.

TERCEIRA GERA��O Euler Nejm foi sucessor de seu pai. Ele tinha um atacado, no qual Euler come�ou a trabalhar aos 8 anos, e aos 12 j� estava com carteira assinada. Aos 15, estudava � noite e foi emancipado, e com  a responsabilidade da maioridade, passou a ser s�cio da empresa, que virou o grande grupo que � hoje: Apoio/Supernosso.
 
Para o empres�rio, tudo isso � fruto da cria��o e dos exemplos que seu pai deixou, dos desafios que ele lhe impunha. “A gente vai se ambientando no neg�cio da empresa e vai se envolvendo aos poucos e se compromissando. Foi assim comigo e n�o foi diferente com os meus filhos. A mesma receita de medir a responsabilidade, o equil�brio, respeitando a idade prematura de iniciar o trabalho, sempre focados nos exemplos. N�o adianta s� falar, temos que dar exemplos. A palavra influencia, mas os exemplos arrastam. Essa � a receita vitoriosa. Tenho certeza de que meu pai est� orgulhoso por mim, e eu estou orgulhoso dos meus filhos, pois n�o estou construindo herdeiros, mas sucessores. Todos os dois t�m compet�ncia para, na minha falta, dar continuidade aos empreendimentos da fam�lia”, conta o empres�rio.
 
Rodolfo come�ou a “cheirar armaz�m” – como diz o pai – aos 13 anos, bem como Rafaela, que tamb�m come�ou de forma prematura. Quando Euler abriu o neg�cio, sonhava que os filhos trabalhassem com ele para dar continuidade e perpetuar a empresa. “Isso � o sonho de todo empres�rio e todo empreendedor. Gra�as a Deus pude realizar esse sonho”.
 
Quando ainda eram pr�-adolescentes, Euler levava os filhos para a empresa, dava para cada um uma caixa de chicletes com 60 unidades para venderem na porta ou para os funcion�rios. No final do expediente faziam o acerto com o pai. “A� j� come�a a hist�ria de responsabilidade, de neg�cio, de troca, compra, venda, resultado. Espelhei-me em um exemplo semelhante. Rodolfo foi crescendo na empresa por m�ritos pr�prios, come�ou no balc�o da Ceasa, depois passou a visitar as lojas do Supernosso, passou por diversos setores, at� que chegou a ser diretor comercial, e agora � vice-presidente. J� a Rafaela � diretora de marketing e branding”.
 
Para o empres�rio os filhos trouxeram muitas contribui��es para a empresa, cresceram como pessoa e como profissionais. T�m diverg�ncias de pensamentos, mas para ele isso � enriquecedor. Sempre respeitamos a rela��o como pessoas, como s�cios, como executivos e os valores principalmente de fam�lia, de honestidade, de trabalho, de �tica, de constru��o de legado, isso pra mim � a maior riqueza, estar com meus filhos compondo e comprometidos com a empresa.
“Esses meninos t�m crescido tanto, pessoalmente, na fam�lia, nos neg�cios, que meu receio � eu perder a ‘boquinha’ e eles me dispensarem. Ent�o, isso faz com que eu me atualize sempre, acompanhe, jogue junto e isso a gente n�o pode acomodar. Fazemos frequentemente viagens t�cnicas internacionais, em que a gente estuda tend�ncias, discute o neg�cio e pensa fora da caixa. � um momento de reflex�o, principalmente um momento de integra��o da pr�pria rela��o familiar”, diz Nejm.
Rodolfo come�ou a gostar do com�rcio desde cedo porque sempre acompanhava o pai, por isso seu interesse pelo neg�cio foi natural. “Trabalhar com meu pai � muito bom. Ele sempre foi muito exigente, e o estudo e o trabalho eram prioridade, depois podia me dedicar ao esporte, que era minha paix�o, e ao lazer. Aprendi com ele a ter foco, disciplina, simplicidade e amor pelo que fa�o e a querer crescer. Essa educa��o equilibrada que tive com ele � o que pretendo passar para meus filhos. Sempre tivermos muita lealdade e cumplicidade, apesar de divergir em alguns pontos, mas sempre chegamos a um consenso.”

CAMINHO NATURAL Emir Cadar fundou com o irm�o L�cio a Cadar Engenharia e preparou seu �nico filho, Emir Cadar Filho, para seguir seus passos. Desde crian�a, levava Emirzinho – como � conhecido – com ele �s obras, mesmo �s mais distantes, que demandavam viagem, mas percebeu o gosto do menino pela engenharia quando ele tinha 12 anos, e j� entendia bastante do assunto e se interessava. N�o esconde que a educa��o que deu ao filho foi para que tomasse gosto pela engenharia. E deu certo. Hoje, o empres�rio tem o grande orgulho de dizer que seu filho � seu bra�o direito, e ver que o ensinamento de ser um homem �ntegro, digno e transparente deu certo.
Apesar de ter sido educado para isso, Emirzinho nunca se sentiu direcionado ou pressionado para seguir esse caminho. Foi uma escolha natural, de quem nasce em uma fam�lia de engenheiros, e de quem cresce acompanhando o pai. Mesmo tendo uma empresa pronta para ele, o jovem profissional come�ou sua carreira longe do pai. Assim que fez 18 anos, abriu uma empresa de engenharia com um tio. Foi seu “est�gio”. Sofreu todos os problemas de um empres�rio. “Foi uma grande escola, aprendi muito. Acho que precisamos aprender fora antes. Entraria em uma empresa pronta e n�o passaria os apertos que passei na vida, e n�o teria o aprendizado, que foi muito importante para mim”, conta, lembrando-se orgulhoso do dia em que seu pai fez o convite para ele ajudar na empresa, quando ele j� estava bem colocado no mercado.
Emir sente orgulho do filho, que al�m de ser excelente engenheiro e administrador, se revelou um excelente representante da classe. Emir Filho � hoje presidente do Sicepot-MG, da Brasinfra – entidade que re�ne todos os sindicatos regionais de constru��o pesada do pa�s, e da Coinfra.
Os dois sempre foram muito unidos e seu pai sempre foi um exemplo de vida para ele, “Um homem que saiu do nada e construiu com muito suor uma hist�ria linda, de irmandade, confian�a, seriedade, integridade. Valores que passo para meus filhos. Sempre ser s�rio, exemplo, correto e lidar com tudo com a maior lisura poss�vel”, diz.
Segundo o empres�rio, eles combinam muito, todos exp�em sua opini�o, e juntos decidem o que � melhor. O filho aprendeu muito quando entrou, e tamb�m levou coisas novas que agregaram � empresa, como avan�os de tecnologia e de gest�o.


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