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Estado de Minas Moda

Muito tule, bordados, rendas e bichos

"A alta - costura � composta de segredos cochichados de gera��o a gera��o" (Yves Saint-Laurent)


05/03/2023 04:00

 Lagerfeld
Lagerfeld (foto: MIGUEL MEDINA/AFP)


Semana de moda em Paris mostra muito luxo, muito bordado e modelagens que ser�o copiadas por v�rios estilistasParis est� viveu novamente um dos mais importantes acontecimentos do pa�s: a Semana de Alta-Costura. Institui��o mais famosa e promocional do que qualquer um de seus programas tur�sticos e comidas famosas. Curiosamente, o termo haute couture n�o nasceu de um franc�s, mas do costureiro ingl�s Charles Frederick Worth que, em 1 858, realizou em sua maison o primeiro desfile de modas cujas caracter�sticas continuam mantidas at� hoje. Em lugar de cabides, para mostrar suas cria��es, ele usou modelos e desde ent�o o termo goza de prote��o jur�dica, mas � usado em todos os pa�ses onde costureiros produzem vestu�rios dessa qualifica��o. Apesar da freguesia ter encolhido nos �ltimos anos, o sistema de trabalho continua o mesmo. 
 
Valentino
Valentino (foto: MIGUEL MEDINA/AFP)
 

pr�t-�-porter Uma vez desfilada, a roupa torna-se �nica, � reproduzida sob medida, quase sempre � m�o, mesmo depois do progresso do maquin�rio usado pela moda, pr�t-�-porter, por exemplo. A novidade que se renova a cada ano,que as apresenta��es n�o est�o usando as tradicionais passarelas.Atualmente o seleto grupo � composto por 34 grifes (entre outras, Christian Dior, Chanel, Elie Saab, Givenenchy e Valentino). Na �poca da Segunda Guerra Mundial, criou-se uma s�rie de exig�ncias para preservar a alta costura na Fran�a, porque Hitler queria que ela migrasse pra Alemanha. Nessa �poca, para fazer parte do cl�, n�o bastava fazer roupas sob medida e ter a empresa sediada em Paris, era preciso que o ateli� se localizasse no Tri�ngulo de Ouro (tr�s avenidas luxuosas de Paris) e em pr�dio pr�prio, apresentando 20 funcion�rios no ateli� e 50 looks por temporada. E isso durou at� 2001. 
 
Zuhair Murad
Zuhair Murad (foto: MIGUEL MEDINA/AFP)
 
 
Hoje, o n�mero de funcion�rios e looks � secund�rio, mas o luxo e exclusividade se mant�m.Em priscas eras, o �nico nome brasileiro que participou desse time foi o do mineiro Gustavo Lins, que n�o aguentou o roj�o e preferiu voltar ao inicio de sua carreira,fazendo moda sem tanta complica��o. Esse segmento de luxo � para pouca gente, conforme o nome do estilista, um vestido pode custar tranquilamente 300 mil d�lares e os convidados para esse tipo de apresenta��o que atualmente rola em Paris s�o apenas 200 nomes, selecionados entre os mais ricos do mundo (atualmente, esposas de reis e sheiks do Oriente M�dio e �sia) al�m de empres�rios. A curiosidade de tudo isso � que a alta-costura � uma vitrine de marcas e n�o sobrevive do que produz, pois os clientes s�o poucos. O que os nomes mais famosos do setor fazem � desdobrar sua grife em acess�rios, perfumes, maquilagens, cal�ados e tamb�m nas cole��es de pr�t-a-porter.O mais pr�ximo que j� tivemos da haute couture foram dois estilistas: Guilherme Guimar�es e Denner. O primeiro, o preferido das cariocas, o segundo das paulistas. Mas no fim dos anos 50 e at� meados de 70, duas lojas categorizadas levavam com garbo as cole��es que atraiam as milion�rias. 
 
Elie Saab
Elie Saab (foto: MIGUEL MEDINA/AFP)
 
 
A Casa Canad�, no Rio, e a Vogue, em S�o Paulo, repetiam aqui, em cima das temporadas, o que era lan�ado em Paris. O truque tornou-se, aos poucos, conhecidos nas altas rodas, apesar do segredo com que era cercado. As duas super lojas importavam de Paris n�o s� modelos como telas,e copiavam aqui as cria��es que eram vendidas a pre�os bem mais atraentes do que os de Paris, onde um vestido disputado podia custar o mesmo que um apartamento. 

poder financeiro Naqueles anos onde o hight society nacional tomava forma, se distinguia, criava grupos privilegiados, vestir-se na �ltima moda era uma necessidade. E como sempre existiu uma diferen�a entre o poder financeiro e a exibi��o das madames, nos acontecimentos sociais, n�o era raro acontecer que uma delas, a mais famosa e focalizada, usar um desses modelos c�pia, emprestado, que depois era devolvido para a Vogue ou Canad�. 
 
A figura era sempre conhecida e fazia parte do que se transformou numa religi�o social: o grupo das dez mais bem vestidas do pa�s.O lan�amento de cole��es da alta-costura na Fran�a segue o sinal dos tempos: al�m das grifes consagradas, estando seus criadores mortos ou n�o (como Chanel, Yves Saint-Laurent, Dior e outros) aparecem tamb�m estilistas convidados, que chegam trazendo uma vis�o nova de estilo. 
 
O que evidencia, por essa nova postura de flexibilidade, que a alta-costura � um mercado em crescimento. Pelo menos � o que explica Ralph Toledano, presidente da Federa��o da Alta-Costura e da C�mara Sindical da Alta-Costura, �rg�o respons�vel por promover a modalidade: “A alta-costura sempre foi, e continua a ser, um lugar de livre express�o para os designers, em que a criatividade une a tradi��o com a inova��o”Os donos do showA estreia do americano Daniel Roseberry, que durante 11 anos trabalhou na Thom Browne, � frente da dire��o criativa da Schiaparelli abriu em Paris os trabalhos da semana de alta-costura com uma cole��o dividida em tr�s partes: dia, noite e sonho, pois sua inten��o � acompanhar as clientes em todas as etapas de seu cotidiano.
 
O destaque maior foi para os pretinhos ajustados, com destaque para bichos como le�es e outros, formados de tamanho visivel, em tecidos que imitaram suas peles naturais. Completando a cole��o, muitos conjuntos jogando com branco(jaqueta em renda) e pantalonas de seda, longos drapeados em cetim, tailleurs e outras pe�as b�sicas.

Outros elementos  Maria Grazia Chiuri, diretora art�stica da Dior, apresentou o desfile do de primavera ver�o inspirada na estrela Josephine Baker- na hist�rica sede da marca. Na apresenta��o dos modelos, o negro foi uma constante. A estilista recriou o peplo, t�nica feminina sem mangas, transformando-o em vestidos de noite brilhantes, assim�tricos ou combinados com camisas de rede. Outros elementos presentes nas cria��es foram a �gua, o vento e o fogo. Um modelo preto, sino, tinha estampa com chamas em cobre pesado. Sensa��o foi o t�rmino do desfile, que em lugar da noiva tradicional, mostrou uma reprodu��o dourada do pr�dio Dior,uma casa de bonecas usada como minivestido. 
 
A grife abandonou o salto stiletto e criou sand�lias de solado t�o fino que os p�s ficam praticamente no ch�oA holandesa Iris Van Herpen testou os limites da moda e fez uma parceria com o artista americano Anthony Howe, criador de obras cin�ticas.
 
A estilista de formas arquitet�nicas e alta tecnologia apresentou a cole��o �gua, com uma s�rie de esculturas on�ricas e vestidos que parecem imposs�veis de usar, mas que passariam sem esfor�o em qualquer tapete vermelho. Van Herpen trabalha com laser principalmente a organza, que permite criar pe�as �nicas com base em m�ltiplas capas e plissados, fazendo com que suas modelos evoquem misteriosas criaturas do fundo do mar.
 
Dois looks superaram as expectativas do p�blico no desfile. O primeiro era um vestido justo de algod�o que abre como duas asas gigantescas com efeito moir� -de distor��o-, composta de milhares de ondula��es entrela�adas. O segundo chamado "Infinity dress", levou quatro meses de trabalho para ser feito e parece estar vivo: um vestido branco do qual sai uma arma��o composta de quatro bases cobertas de plumas que se movem de forma c�clica ao redor do corpo, fazendo nascer uma mulher p�ssaro.Pe�as comportadas ideais para uma tarde de estudos na biblioteca tomaram conta da passarela da Chanel, quando as modelos circularam ao redor de uma estante de livros enorme no segundo desfile de alta costura da estilista Virginie Viard. Viard, colaboradora de longa data de Karl Lagerfel ex-chefe de cria��o veterano da Chanel, assumiu as r�deas da marca de luxo ap�s a morte do astro alem�o da moda, aos 85 anos, em fevereiro.
 
 Em homenagem, o desfile foi marcado por um minuto de sil�ncio. O desfile Chanel foi marcado com a apresenta��o de pe�as �nicas, como um tailleur com cal�as largas, saia rosa choque com ombros emplumados, e vestidos tomara que caia em tweed.Ralph & Russo tamb�m a inspira��o na arte, no caso em Ert�. A grife cria principalmente para jovens, entre 18 e 25 anos, porque elas adoram n�o s� novidade como recriar em cima de lan�amentos. Usando os pepluns lan�ados como saias ou tops, os modelos de tweed combinados com minissaias. “As consumidoras querem recriar, e elas sempre poder�o” diz Ralph.


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