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Estado de Minas Minas Trend 2023

A for�a de Minas

Desfile de abertura do Minas Trend aposta no coletivo para exaltar o potencial criativo da moda mineira


29/10/2023 04:00 - atualizado 29/10/2023 00:24
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Diego Alvarenga
Diego Alvarenga (foto: M�rcio Rodrigues/Divulga��o)

 
Vibrante, criativa, plural. A moda mineira mostrou toda a sua for�a no desfile de abertura da 30ª edi��o do Minas Trend, no ic�nico Pal�cio das Artes. Promovido pela Associa��o dos Criadores e Estilistas de Minas Gerais (A.Criem-MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e a Funda��o Cl�vis Salgado, o “Moda e Arte no Pal�cio” apresentou 50 looks, sendo 40 de veteranos e 10 de novos talentos.
 
Marina Rosa
Marina Rosa (foto: M�rcio Rodrigues/Divulga��o)
 
 
“Minas tem grandes criadores (exportamos, inclusive, para outros estados), que precisam ser valorizados. A nossa ideia � mostrar que temos muito potencial no estado”, comentou o presidente da A.Criem, Ant�nio Diniz. Victor Dzenk, diretor de rela��es-p�blicas da associa��o, completou: “Que aqui � um polo criativo da moda n�o temos d�vida, isso ficou bem claro. Mostramos uma moda pulsante e criativa, que estava meio escondida. Acho que desabrochamos.”
 
Amarildo Ferreira (Civil)
Amarildo Ferreira (Civil) (foto: M�rcio Rodrigues/Divulga��o)
 
 
A passarela atravessou o foyer do Pal�cio das Artes. No fundo, a imponente escada em curva, projetada por Oscar Niemeyer, que capturou todos os olhares logo no in�cio do desfile. Os tr�s primeiros looks ficaram congelados por alguns segundos, enquanto as luzes piscavam de uma maneira at� desconcertante e a trilha sonora de Anderson Noise aumentava a expectativa dos presentes. O show estava s� come�ando.
 
 Rodrigo Fraga
Rodrigo Fraga (foto: M�rcio Rodrigues/Divulga��o)
 
 
Com a maestria de sempre, o stylist Paulo Martinez conseguiu alinhar os trabalhos de forma a montar um desfile coletivo muito coeso. O resultado ficou t�o harm�nico que as ideias dos criativos se complementavam. Claro que ajudou a escolha do preto para ser a cor predominante na passarela (tend�ncia observada nos desfiles internacionais), iluminado por flashes de tons metalizados.
 
O primeiro look j� abalou as estruturas: um casaco com volumes exageradamente disruptivos. Cria��o do novato Diego Alvarenga, que fez sua estreia abrindo o desfile. Muito mais do que tinha sonhado. “No p�s-pandemia, foi dif�cil voltar �s atividades normais em locais p�blicos. A roupa gigante acolchoada leva aconchego e seguran�a para qualquer lugar, como se voc� estivesse dentro de casa”, explicou o designer, que usou nove metros de tecido (vinil) e cinco sacos de enchimento de estofado. O casaco pesa entre 5kg e 7kg e, mesmo compactado, mal cabe no porta-malas de um carro.


Intelig�ncia artificial

O look causou muito impacto visual, mas ficou ainda mais interessante quando se soube que foi criado a partir de intelig�ncia artificial (IA). Diego “disse” para a ferramenta que precisava de shapes gigantescos e que dessem a sensa��o de “morar na roupa”. A partir das imagens geradas, ele criou um design autoral, seguindo o que tinha imaginado inicialmente. “Consegui trazer a IA para a realidade, propondo algo novo que causasse impacto. O meu look � um h�brido entre o presente e o futuro”, ele disse, defendendo que “criar sem tecnologia est� ficando ultrapassado”.
 
O casaco deu o recado do que estava por vir. Muitos volumes (o balon� se repetiu em v�rios looks) e shapes estruturados, elementos que, simbolicamente, mostram a for�a da moda mineira. Em contraste, a delicadeza do feito � m�o, com bordados pontuais, e a leveza da transpar�ncia. Como a grande maioria dos looks eram monocrom�ticos, os cortes e as texturas das roupas ficaram em evid�ncia.
 
A roupa que Victor Dzenk levou para a passarela resumiu bem a proposta do desfile. A modelo usava um vestido de renda chantili (todo bordado � m�o), capa de tafet� estruturada e volumosa com cinco metros de cauda e coturno de cano alto. Tudo no preto. Ao mesmo tempo em que a capa levava o volume, com uma proposta de diva de cinema, o vestido reverenciava o handmade das bordadeiras e o cal�ado dava a cara urbana para o look, que poderia estar no tapete vermelho.
Essa cria��o foi um desafio para o experiente estilista. “Tenho me reinventado, porque estamparia n�o � mais a vedete da minha cole��o. Estou trabalhando muito com bases lisas, tecidos mais estruturados e amando isso. Fazer o que j� fa�o bem � f�cil, o bom � enfrentar novos desafios.”
 
Nada de salto

O desfile teve o objetivo de aproximar a moda da rua, de reafirmar que ela faz parte do nosso dia a dia. Por isso, os modelos (todo o casting era mineiro, vale dizer) usava botas e coturnos. Nada de salto. Passaram pela passarela a skatista de vestido curto e bon� carregando seu skate, a motociclista com vestido de couro segurando o capacete e a executiva a caminho do trabalho com a mochila nas costas. Detalhe: todos esses looks tinham algum tipo de bordado, num desejo de descomplicar a roupa de festa.
 
A moda masculina ganhou mais espa�o no desfile coletivo (oito dos 50 looks eram para homens). Entre eles, o macac�o saruel de neoprene com colete de couro craquelado e gola em black jeans, que marca o retorno de Rodrigo Fraga ao streetwear. “Criei um look que provocasse questionamentos, se � bonito ou estranho, se � para homem ou mulher”, apontou. A estampa reproduz a pintura “Renascendo do caos”, do estilista e artista pl�stico Marcelo Birni, que n�o conseguiu participar do desfile por motivos de sa�de (sua aus�ncia gerou um momento de emo��o no discurso do presidente da A.Criem).
 
O desfile fez Rodrigo se lembrar de quando era adolescente, nos anos 1980, e se empolgava com os eventos de moda na cidade. “Eventos como esse servem como combust�vel para quem est� come�ando. Acho sempre importante termos novos criadores, darmos espa�o para novas gera��es, porque precisamos ter futuros representantes da moda mineira, para que ela continue a ser respeitada em qualquer canto do pa�s”, apontou o estilista, que tem 30 anos de carreira.
Os looks do desfile ficaram expostos no Minascentro durante o Minas Trend e poder�o ser vistos a partir desta ter�a-feira at� 26 de novembro no Pal�cio da Liberdade. 
 
Refor�os 
no line-up

Dois setores que movimentam a ind�stria da moda ocuparam a passarela do Minas Trend nesta edi��o. A pronta-entrega, que estreou em abril no sal�o de neg�cios, brilhou com o desfile “4 Fashion Show”, no Grande Teatro do Minascentro, que mesclou moda e m�sica, com a presen�a da Opus Orquestra. Quatro marcas mineiras – Regina Salom�o, Manie, Isa Paes e Amicci – mostraram suas apostas para o ver�o 2024, com uma cartela de cores que passou por branco, off white, dourado, prateado, azul, laranja e vermelho. O setor infanto-juvenil, que vai integrar o sal�o de neg�cios na pr�xima edi��o, fechou a sequ�ncia de desfiles com o projeto “Minas Trend Kids – Baby e Teen”. Na passarela, 40 marcas apresentaram suas cole��es outono-inverno 2024. 


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