Membros da ouvidoria da Pol�cia Militar e da OAB estiveram nesta segunda-feira em Concei��o do Par�, na regi�o Centro-Oeste de Minas, a 129 quil�metros de BH, onde participaram da segunda Audi�ncia P�blica que investiga o suposto abuso de autoridade cometido por dois policiais no munic�pio. H� cerca de um m�s, um documento com pelo menos 30 den�ncias foi entregue � Comiss�o de Direitos Humanos da Assembl�ia Legislativa. Na lista, a popula��o reclamava de crimes como extors�o, tortura, apologia ao crime, acobertamento de roubo de cargas e sonega��o fiscal, enriquecimento il�cito, desrespeito � hierarquia militar, amea�a de morte, abuso de autoridade e invas�o de domic�lio
Uma das den�ncias mais chocantes � de um jovem de 19 anos. Ele garante que os militares tentaram encomendar a morte de um pescador local. Em troca, o rapaz, que � usu�rio de drogas, ganharia “carta branca” para comercializar o produto il�cito dentro da cidade. O caso foi parar na Corregedoria da Pol�cia Militar de Minas Gerais. “Eu recusei na hora. Decidi procurar a Corregedoria para contar o que estava acontecendo. Queria ajudar esse pescador, que eu conhe�o, � pai de fam�lia, muito trabalhador e que, segundo o militar, merecia morrer porque era muito folgado”, diz.
A lista de crimes envolvendo o nome do sargento Regicardo Ant�nio Rosa e o cabo Jos� Geraldo da Silva � extensa. Mais de trinta pessoas na cidade afirmam ter sido v�timas de abuso de autoridade por parte dos dois policiais. Segundo o vereador e membro da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara de Concei��o do Par�, Ademilson de Campos (PT), depois da primeira audi�ncia, os militares come�aram a exigir que a popula��o assinasse um abaixo assinado, pedindo que ambos continuassem a trabalhar na seguran�a na cidade. “As pessoas assinavam por medo”, afirma.
De acordo com assessor jur�dico da ouvidoria da Pol�cia Militar, Caio Vila�a, a atitude pode complicar ainda mais a situa��o dos policiais, j� que pode-se entender que os dois estavam coagindo v�timas e testemunhas dos supostos crimes. “Uma vez instaurado inqu�rito, � vedado qualquer ato que prejudique o andamento das investiga��es. Coagir os denunciantes em plena apura��o dos fatos n�o � permitido”, declara.
O presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da OAB-MG, Willian Santos, informou que ser�o feitas mais a��es para apurar as denuncias. “Tudo o que estamos colhendo aqui, junto � popula��o, ser� entregue ao estado maior da Pol�cia Militar”, explica.
O Sargento Regicardo Rosa e o cabo Silva foram afastados das ruas. Atualmente eles prestam servi�os administrativos no 23º batalh�o da Pol�cia Militar, em Divin�polis.