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Estado de Minas

Pela web, estudante com leucemia busca doador de medula

Pais recebem cerca de 20 liga��es por dia


postado em 20/07/2011 06:00 / atualizado em 20/07/2011 09:12

Felipe Henrique da Silva, estudante
Felipe Henrique da Silva, estudante "Esse sou eu. Quem me conhece sabe que sou assim e tento passar aquilo que realmente penso" (foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)


Por meio de um e-mail despretensioso, o jovem estudante de computa��o Felipe Henrique da Silva, de 25 anos, conseguiu extrapolar os limites da cama do hospital Socor, onde est� internado com leucemia h� 62 dias, e levar a sua mensagem de esperan�a para o mundo. Ele escreveu o texto, pelo qual pede apoio para conseguir doadores de medula �ssea que o ajudem a salvar sua vida. A chance de conseguir a compatibilidade gen�tica � de um em cada 100 mil doadores e ningu�m da fam�lia do rapaz mostrou-se compat�vel, mas nada disso consta da mensagem escrita por ele, que � altamente positiva do in�cio ao fim. Come�a com um “Fala, mo�ada!” e termina com um “Aqueles que n�o puderem doar, esquenta n�o, s� de orar por mim j� me sinto muito feliz”.

Felipe redigiu a mensagem em uma tarde de quinta-feira e, com um clique, enviou para exatos 35 colegas da turma da faculdade. Foi o bastante. Na ter�a-feira da semana seguinte, o apelo j� havia explodido na internet. “Nunca imaginei a propor��o que isso iria atingir”, revela. A vontade de viver de Felipe � t�o forte que contagiou centenas de pessoas que receberam o e-mail na internet e repassaram para outros de suas listas de e-mails, transformando a mensagem numa esp�cie de corrente do bem. Os pais de Felipe, Maur�cio e Oracina Silva, atendem em torno de 20 liga��es por dia, de diversas partes do Brasil. Calculam j� ter falado com cerca de 300 pessoas. � que, para conferir maior credibilidade � correspond�ncia pela internet, Felipe abriu todos os n�meros de telefone dos pais, do hospital onde est� internado e at� do Hemominas, que tamb�m passou a receber contatos de poss�veis doadores e interessados no assunto. “J� ligou gente de S�o Paulo, do Rio, da Para�ba e at� dos Estados Unidos. Do interior de Minas j� at� perdi a conta das cidades – Ouro Preto, Arax�, Ipatinga. Eles ligam, primeiro, perguntando se � verdade, depois, querendo ajudar meu filho, rezar por ele”, revela a costureira Oracina, que largou a profiss�o para fazer companhia ao filho no hospital, revezando com o marido, projetista de uma firma de engenharia de Belo Horizonte.


O tom da mensagem eletr�nica � inteiramente descontra�do. Pessoalmente, Felipe joga a bola ainda mais para cima do que j� faz no e-mail. Recebe a reportagem do Estado de Minas, no Socor, vestido com a camisa do Atl�tico e fala sobre a vontade de conhecer o ex-atacante alvinegro Marques, hoje deputado estadual. No hospital, n�o passa dois, tr�s dias sem receber a visita dos amigos, seja da equipe de futebol do Bairro Belmonte, fundada por ele, ou da PUC do Cora��o Eucar�stico. Todos os colegas do time se cadastraram como poss�veis doadores de medula. Durante a entrevista, Felipe evita responder a perguntas sobre a namorada ou planos para o futuro, apesar de j� estar no s�timo per�odo do curso, restando um para se formar. Tamb�m n�o conta – a m�e � quem revela – que, apesar de adorar futebol, est� impedido de jogar bola, pois a doen�a provoca dores terr�veis nas pernas, s� combatidas com morfina, al�m de cansa�o cr�nico.


“Esse sou eu. Quem me conhece sabe que sou assim e tento passar aquilo que realmente penso. Claro que a gente sempre acha que os problemas da gente s�o maiores que os do outro, mas n�o � porque estou no hospital que vou ficar debilitado, nem abaixar a cabe�a. N�o vou desistir nunca”, afirma Felipe. Para continuar conversando, o estudante precisa fazer pequenas pausas para beber �gua e descansar, pois a boca fica seca sob o efeito das sess�es de quimioterapia, enquanto n�o chega a medula salvadora. J� a queda do cabelo n�o incomoda tanto. “� �ltima coisa que me preocupa. Minha maior preocupa��o seria n�o encontrar um doador, mas tenho muita confian�a de que vou conseguir. Nossa campanha est� muito forte.”, conclui, com um sorriso nos l�bios ressecados.

Origem desconhecida

A leucemia � uma doen�a maligna dos gl�bulos brancos (leuc�citos), geralmente de origem desconhecida. Tem como principal caracter�stica o ac�mulo de c�lulas jovens anormais na medula �ssea, que substituem as c�lulas sangu�neas normais. A medula � o local de forma��o das c�lulas sangu�neas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela s�o encontradas as c�lulas que d�o origem aos gl�bulos brancos, aos gl�bulos vermelhos (hem�cias ou eritr�citos) e �s plaquetas.

 

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