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Estado de Minas

PBH vai produzir laudos do edif�cio que resta do conjunto amea�ado no Buritis

Segundo secret�rio de Obras, movimenta��o de terra pode ter abalado outro im�vel


postado em 16/01/2012 07:09 / atualizado em 16/01/2012 07:16

Entulho da demolição finalizada ontem será mantido no local para, em caso de necessidade, servir de base para as escavadeiras trabalharem(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press. Brasil)
Entulho da demoli��o finalizada ontem ser� mantido no local para, em caso de necessidade, servir de base para as escavadeiras trabalharem (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press. Brasil)

O que parecia al�vio para muitos ainda n�o representou o desfecho de uma hist�ria de riscos, preju�zos e afli��o no Bairro Buritis, Regi�o Oeste de Belo Horizonte. Movimenta��es de terra durante os trabalhos de quatro escavadeiras para demolir o edif�cio 1 do condom�nio Art de Vivre, terminados oficialmente ontem �s 15h10, podem ter comprometido ainda mais a estabilidade do pr�dio 2. Peda�os de laje e pedras acabaram se chocando contra a estrutura durante o desmanche do edif�cio vizinho. “Tivemos movimenta��es de solo nesse tempo e tudo precisar� ser avaliado amanh� (hoje) pelos nossos peritos para ver se o outro pr�dio tamb�m representa perigo”, disse o secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Murilo Valadares.

Dois laudos ser�o produzidos: um sobre as condi��es do pr�dio remanescente do condom�nio Art de Vivre e outro sobre o solo e os escombros da demoli��o finalizada ontem. As movimenta��es do solo da encosta preocupam, principalmente por terem sido respons�veis pelo desabamento do primeiro edif�cio, o Vale dos Buritis, na ter�a-feira passada. “O problema aqui � mesmo o solo que est� inst�vel. A estrutura do pr�dio n�o amea�a ruir. � a encosta que preocupa e pode escorregar. Mas o tempo tem ajudado a gente. N�o tem chovido e o sol tamb�m ajudou”, avaliou Valadares.

Os laudos ser�o enviados � Justi�a para fundamentar mais um pedido de demoli��o ou para assegurar o processo de corre��o e indeniza��o dos propriet�rios afetados. Os custos da demoli��o assumida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tamb�m seguir�o ao Judici�rio para que as construtoras respons�veis pelos edif�cios ressar�am a administra��o municipal da empreitada. O valor ainda n�o foi divulgado. A demoli��o do pr�dio 1 do Art de Vivre foi iniciada na sexta-feira e a PBH assumiu os trabalhos por considerar que o perigo de novo desmoronamento era iminente e avaliar que as construtoras respons�veis demorariam muito a proceder o desmanche, j� que seu departamento jur�dico vinha recorrendo das decis�es judiciais.

Os escombros de concreto armado, pedras e cabeamento ser�o levados para o aterro municipal na BR-040. Contudo, o material s� ser� embarcado em caminh�es pela Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) depois que se decidir o destino do edif�cio 2 do Art de Vivre. “Se precisarmos demolir o segundo pr�dio, vamos ter de usar o entulho como uma base para as escavadeiras poderem se mover e trabalhar sobre o barranco”, acrescentou o secret�rio municipal de Obras. A parte mais dif�cil da demoli��o, ontem, foi justamente cal�ar o barranco com os destro�os para que as m�quinas pudessem avan�ar e alcan�ar as partes mais baixas do barranco. Uma cena impressionante foi o levantamento de um dos elevadores pela p� de uma das m�quinas. O aparelho foi erguido e depois jogado sobre um monte de pedras, sobrando apenas um emaranhado de metal retorcido e cabos.

INTERDI��O PERMANECE

As casas e pr�dios interditados dentro da �rea sujeita a desabamentos na Rua Laura Soares Carneiro n�o poder�o ser liberados at� que se defina o futuro do Art de Vivre 2. De acordo com a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), tal decis�o caber� � Defesa Civil, que vai avaliar as condi��es de seguran�a do local. “Se tivermos de demolir o outro pr�dio, as interdi��es dever�o ser mantidas e os trabalhos continuar�o”, prev� Valadares.

Quem n�o gostou nada da not�cia foram os moradores dessas resid�ncias amea�adas. Ontem, por volta das 13h, enquanto homens ainda trabalhavam na demoli��o do edif�cio 1 do Art de Vivre, um casal que mora no pr�dio interditado de cinco andares no n�mero 177 da Rua Laura Soares Carneiro (tamb�m sujeito �s movimenta��es de terra) chegava de viagem e n�o conseguiu entrar em casa. “Est�vamos for a e ficamos sabendo da demoli��o. S� que n�o pudemos voltar a tempo de tirar nossas coisas nem aprontar nada. N�o sei o que fazer, como a situa��o ser� resolvida?, indagou o homem, que se identificou apenas como Pedro. O casal aguardou o fim do almo�o dos 15 oper�rios que trabalhavam no desmanche para pedir � Defesa Civil que pudesse entrar na resid�ncia e retirar pertences. A vendedora Val�ria Ara�jo, de 38 anos, estava aflita. “Quero ver se acabam logo com essa loucura. Minha casa est� abandonada e meus c�es sozinhos. Preciso retomar minha vida logo”, reclamou a mulher, que mora em uma casa que fica ao p� do barranco sobre o qual os edif�cios est�o dependurados, na Avenida Prot�sio de Oliveira Penna.


Prefeitura garante exigir mais de regras construtivas

N�o � preciso rodar muito pelas ruas do Bairro Buritis para ver que perigos de deslizamento rondam constru��es em toda parte. Se do alto das janelas dos edif�cios que s�o erguidos o destaque s�o placas de “Vende-se”, embaixo, nas encostas abertas nos morros, � o colorido das lonas negras, azuis, brancas e amarelas que chamam a aten��o. As coberturas pl�sticas s�o artif�cios comuns para impedir que a �gua entre no solo pelo alto dos montes, fa�a o barranco pesar e ceder sobre as estruturas, vias e edifica��es vizinhas. “A prefeitura n�o vai deixar mais que essas situa��es se repitam. Estamos trabalhando para tornar mais seguras essas obras. Vamos tornar as regras de constru��es mais exigentes e cobrar mais responsabilidade de quem atesta a seguran�a da obra e de seu entorno”, avisou o secret�rio de Obras e Infraestrutura, Murilo Valadares.

A meio quarteir�o dos escombros que rolaram por 50 metros morro abaixo quando o edif�cio Vale dos Buritis desmoronou semana passada, um outro condom�nio com duas torres foi apontado pela Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) como �rea de risco. “S�o exemplos muito pr�ximos que o Buritis apresenta, como tamb�m o Barreiro, Mangabeiras, Belvedere, Sion”, afirma o superintendente da Sudecap, Fernando Jannotti. Os pr�dios a que ele se referiu, na Rua Marco Aur�lio de Miranda, foram erguidos no sop� de um morro �ngreme. Parte da grama plantada em quadrados j� cedeu expondo um barranco de barro vermelho lavado que se precipita para cima dos apartamentos. Uma lona azul � usada para tentar escoar rapidamente a �gua das chuvas para evitar danos e deslizamentos.

Os instrumentos que a prefeitura estuda aprimorar para tornar mais exigentes as regras de constru��es na capital, de acordo com a Sudecap e a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, seriam alterar o C�digo de Obras, tornando mais r�gido o controle sobre as funda��es das edifica��es e tamb�m a extens�o da responsabilidade t�cnica de engenheiros para as estruturas do entorno da constru��o que estiver sendo feita. Hoje, para que um alvar� de im�vel seja liberado, basta que o engenheiro assine um termo de responsabilidade t�cnica. A prefeitura n�o vistoria esse tipo de estrutura no processo de concess�o de alvar�s.


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