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Estado de Minas

Mulheres v�timas do man�aco do Anchieta relatam momentos de terror

Tr�s mulheres estupradas em julho de 1996 reconhecem Pedro Meyer Ferreira como o homem armado que as amea�ou e as violentou em um pr�dio no Bairro Nova Floresta


postado em 05/04/2012 07:30 / atualizado em 05/04/2012 08:15

Jovem vítima de abuso identificou ex-bancário como responsável pelo crime sexual contra ela e duas primas(foto: Cristina Horta/EM/ D.A Press )
Jovem v�tima de abuso identificou ex-banc�rio como respons�vel pelo crime sexual contra ela e duas primas (foto: Cristina Horta/EM/ D.A Press )
Um ba� de lembran�as ruins foi aberto ontem na Delegacia Especializada de Atendimento � Mulher de Belo Horizonte. Quinze anos ap�s terem sido abusadas sexualmente, tr�s mulheres da mesma fam�lia, com idades de 26, 27 e 29 anos, reconheceram o ex-banc�rio Pedro Meyer Ferreira Guimar�es, de 56 anos, como o homem que as estuprou na garagem de um pr�dio no Bairro Nova Floresta, Regi�o Nordeste da capital. O reencontro das duas irm�s e de uma prima com a imagem do agressor foi marcado por l�grimas, emo��o e pela dor de relembrar uma hist�ria j� adormecida, embora nunca esquecida. Na ocasi�o, em julho de 1996, elas teriam sido colocadas sob a mira de uma arma quando voltavam da casa de uma amiga, na mesma rua, e entravam no hall do pr�dio onde duas delas moravam. Contam que foram obrigadas a tirar a roupa e abusadas. Pouco mais de 20 minutos que marcaram para sempre a vida das meninas, na �poca com 11, 12 e 13 anos.

Para a se��o de reconhecimento na Delegacia de Mulheres, Pedro deixou o pres�dio Inspetor Jos� Martinho Drumond, em Ribeir�o das Neves, onde cumpre pris�o tempor�ria de 30 dias, sob escolta da Pol�cia Civil. Ele foi detido na quarta-feira, 28 de mar�o, depois de ter sido reconhecido por uma outra v�tima que o identificou como o homem que a estuprou em 1997. No dia em que foi visto, o acusado entrava no pr�dio onde morava com a m�e, no Bairro Anchieta, na Regi�o Centro-Sul da capital.

As tr�s mulheres chegaram � delegacia por volta de 15h, minutos depois de Pedro. Uma hora depois, come�ou o reconhecimento. Policiais que assistiram � cena destacaram a firmeza das v�timas ao apontarem o ex-banc�rio como o respons�vel pela agress�o sexual. “Elas foram postas em uma sala separadas do agressor por um vidro que permitia que elas o vissem, mas que as preservava de serem vistas por ele. E quando entraram, n�o houve d�vidas. Entre mais tr�s homens com apar�ncias semelhantes a Pedro, o identificaram com muita firmeza”, informou a delegada Margaret de Freitas de Assis Rocha, da Divis�o de Prote��o � Mulher, Idosos e Deficiente F�sico. Segundo os agentes, uma das mulheres chegou a passar mal. Todas foram levadas para o atendimento do N�cleo de Psicologia da delegacia.

Pela manh�, uma das tr�s mulheres, L.R, de 27 anos, prestou depoimento na Divis�o e contou a mesma hist�ria relatada anteontem pelas primas � Pol�cia Civil. Al�m de dar detalhes da abordagem violenta de Pedro, falou como o abuso deixou marcas profundas na vida dela. “Fiz tratamento psicol�gico por tr�s anos. N�o queria mais sair de casa, tinha medo de tudo. Quando via um homem de bigode na rua, minha perna ficava bamba. Custei a vencer esse medo, mas o trauma ficou para sempre”, contou.

Man�aco

Mesmo sem ter conclu�do as investiga��es, a delegada Margaret afirma que os ind�cios de que a pol�cia est� diante do caso de um man�aco s�o muito fortes. “Temos que concluir os inqu�ritos, mas n�o resta d�vida de que ele foi respons�vel por esses crimes. Falo isso pelos depoimentos contundentes dessas v�timas, pelo mesmo perfil de abordagem e pelas caracter�sticas f�sicas relatadas por elas, que s�o o bigode, a sobrancelha grossa, com uma falha, o bon� e os �culos escuros que usava no dia dos ataques. Depois de ser reconhecido pelas v�timas, Pedro seria ouvido pela policial antes de voltar ao pres�dio. No entanto, foi orientado pelo advogado que o acompanhava a s� falar em ju�zo. A delegada afirmou que, caso seja necess�rio, poder� pedir a prorroga��o da pris�o do acusado.
Cristina Horta/EM/D.A Press (foto: Pedro tinha sinais de agressão no rosto e em outras partes do corpo. Ele foi atacado por colegas de cela)
Cristina Horta/EM/D.A Press (foto: Pedro tinha sinais de agress�o no rosto e em outras partes do corpo. Ele foi atacado por colegas de cela)




Espancado no pres�dio

O olho roxo, os bra�os e as pernas marcados denunciaram ontem que o acusado de estupro Pedro Meyer Ferreira Guimar�es, de 56, apanhou no pres�dio Inspetor Jos� Martinho Drumond, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, onde est� preso. As marcas da viol�ncia foram percebidas ontem logo na chegada dele � Delegacia de Atendimento � Mulher de Belo Horizonte para ser reconhecido por tr�s v�timas que o acusam de ataque ocorrido em julho de 1996. Em vez das camisas sociais que habitualmente usava, Pedro deixou a cela da viatura policial que o conduziu do pres�dio vestido com o uniforme vermelho do sistema prisional, de chinelo de dedo e sem o caracter�stico bigode que o identificava.

Nas poucas palavras que disse � imprensa entre a rua e a delegacia, n�o confirmou os casos de abuso sexual pelos quais est� sendo incriminado. Questionado sobre o n�mero de v�timas, se manteve em sil�ncio. Tamb�m n�o denunciou nenhum tipo de agress�o, fato entretanto relatado pelo advogado de defesa Lucas Laire. Apesar de afirmar que tanto ele como o cliente s� falariam em ju�zo, informou � imprensa que Pedro estava com o corpo todo marcado.

Respons�vel pela tutela do acusado, a Subsecretaria de Administra��o Prisional (Suapi) informou, por meio de nota, que Pedro pode ter sido agredido por outros presos. Conforme o texto, o detento foi encaminhado ao Instituto M�dico Legal (IML), em Belo Horizonte, no s�bado, 31, para exames de corpo delito devido a ind�cios de agress�o por parte de homens que dividiam a cela com ele e que cometeram o mesmo crime. Ainda segundo a Suapi, a unidade prisional instaurou um procedimento interno para apurar as circunst�ncias do ocorrido. Ontem, antes de ir � delegacia na capital, Pedro foi levado a um hospital de Ribeir�o das Neves para fazer exames.


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