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Estado de Minas

Festejo do Tambor mineiro homenageia santos de devo��o da cultura afro-mineira

Festa no Bairro Prado completou 10 anos no domingo


postado em 20/08/2012 07:22

Em coloridos trajes de gala, os devotos rezaram cantando, dançando e tocando instrumentos de percussão(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Em coloridos trajes de gala, os devotos rezaram cantando, dan�ando e tocando instrumentos de percuss�o (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


Nossa Senhora do Ros�rio recebeu homenagens ontem nas ruas do Bairro Prado, Regi�o Oeste de Belo Horizonte. Embalados pelo som do tambor, devotos de todo o estado se reuniram em trajes de gala para louvar a padroeira do congado, no dia em que o Festejo do Tambor Mineiro completava 10 anos. Em uma festa que n�o envolve apenas a f�, mas m�sica, dan�a e percuss�o, os grupos que representam a cultura afro-mineira dividiram as aten��es com artistas como a cantora Elza Soares e o instrumentista Marco Lobo. A expectativa era receber 10 mil pessoas nos tr�s quarteir�es fechados da Rua Ituiutaba.

Idealizado por Maur�cio Tizumba, o Festejo do Tambor Mineiro celebra o encontro de guardas do congado. Em cortejo, os grupos desfilaram em dire��o a um altar onde estava Nossa Senhora do Ros�rio, Santa Efig�nia e S�o Benedito. Os devotos rezam cantando, dan�ando e tocando os instrumentos de percuss�o. Como anfitri�o da festa, o m�sico mineiro refor�a que a inten��o � mostrar que a cultura popular resiste. “� raro ver uma festa em Minas Gerais que re�ne um grande n�mero de negros festejando. Isso ajuda a quebrar preconceito e mostrar a import�ncia da nossa tradi��o”, destaca Tizumba, que se sente fortalecido depois de acompanhar o festejo.

Est� sempre marcado no calend�rio do advogado Tiago de Miranda, de 32 anos: o terceiro domingo de agosto � dia de celebrar o congado. “A minha liga��o com a festa n�o � por ascend�ncia, mas por afinidade. Valorizo muito a cultura mineira e gosto de prestigiar os artistas locais”, explica. Ao lado da mulher, Isabel Vieira, de 32, ele registrou com a c�mera fotogr�fica a primeira vez em que o filho participou do festejo. “Fazemos quest�o que ele conhe�a essa cultura e aprenda desde cedo a respeitar as diferen�as”, completa ela. Pelo visto, Pedro Vieira de Miranda, de 1, gostou de tirar foto entre os congadeiros.

Desde que nasceu, Felipe Mota, de 2, desfila com a Guarda do Divino, sediada no Bairro Aparecida, Regi�o Nordeste da capital. Fizeram at� um tambor pequeno para ele, mas o menino se interessamesmo� pela roupa branca e vermelha. “Ele n�o pode ver que quer usar. Se eu n�o esconder, ele fica o dia todo com ela”, conta a m�e, a auxiliar de servi�os gerais Meyre Rodrigues Mota, de 49, que dan�ou por 19 anos na Guarda de Congo Feminina. Destaque da guarda, Felipe demonstra que quer seguir os passos dos pais congadeiros. “� um orgulho para a gente v�-lo aprender a dan�ar. Vai seguir a raiz negra.”

Assim como Nossa Senhora do Ros�rio, S�o Benedito � homenageado no Festejo do Tambor Mineiro. Por ser santo cozinheiro – dizem que ele guardava comida para os escravos –, as refei��es s�o momentos importantes do encontro. H� 10 anos, a congadeira Neusa Pereira Teixeira � respons�vel pelo caf� da manh� e almo�o dos integrantes das guardas. Foram 30 quilos de feij�o, 130 quilos de frango e 50 quilos de arroz, preparados desde s�bado de manh�, para servir 800 pessoas. “� muito gratificante fazer esse trabalho. Agrade�a a S�o Benedito, pois � ele que cozinha, e n�o eu.” O santo ganhou um altar enfeitado com frutas na entrada do sal�o, idealizado por Maria do Nascimento Silva, de 62, e suas quatro filhas, que tamb�m enfeitaram o altar principal. “Digo que � um pal�cio que a gente decora para que os visitantes se sintam reis, rainhas, pr�ncipes e princesas”, diz a capit� do Grupo de Congo Feminino.

Neta de rainha e filha de dan�arina do congado, a seguran�a Lucilene Ferreira da Silva, de 44, participou pela primeira vez da festa no Prado. Posicionada ao lado do altar, ela viu de perto a homenagem das guardas a Nossa Senhora do Ros�rio e dan�ou no ritmo africano. “O toque do tambor contagia. Voc� n�o sabe dan�ar, mas vai se mexendo”, diz.


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