
Temperos asi�ticos entraram no card�pio das refei��es servidas ontem no Restaurante Popular do Centro de Belo Horizonte. A tradicional polenta ganhou o sabor picante do curry e as coxas de frango assadas foram servidas com molho xadrez � base de shoyu, gengibre e amendoim. O arroz doce teve um toque diferente de concentrado de manga, servido por cima da sobremesa. As receitas foram assinadas por chefs de famosos estabelecimentos da capital, que ontem se juntaram aos funcion�rios do bandej�o e colocaram a m�o na massa para o preparo dos cerca de 4 mil pratos servidos. O card�pio foi aprovado pelos clientes, a maioria gente simples, que teve a oportunidade de consumir a R$ 2 refei��es preparadas por profissionais que assinam pratos pelo menos 20 vezes mais caros na Regi�o Centro-Sul de BH.
A iniciativa � parte da 7ª edi��o do Festival Ver�o Arte Contempor�nea (VAC), que privilegia eventos de gastronomia, moda, dan�a, literatura, teatro, cinema, dan�a, arquitetura e artes visuais. A edi��o de ontem abriu o experimento, com previs�o para ocorrer ainda no dia 30 e em 22 de fevereiro.
Para os tr�s profissionais volunt�rios, as grandes por��es, imensas panelas e a multid�o no hor�rio do almo�o fugiram � rotina de suas cozinhas, com clientela bem menor, servida a la carte. “A experi�ncia � muito desafiadora, porque, apesar de j� ter cozinhado em eventos para cerca de 2.500 pessoas, trabalho no dia a dia com pratos individuais ou no m�ximo para duas pessoas”, contou o chef de cozinha Beto Haddad, � frente do restaurante de culin�ria asi�tica Bangkok, no Bairro de Lourdes.
Acertar o a��car do doce tamb�m foi um aprendizado a mais para a chef de cozinha Juliana Scucato, dona da Easy Ice, no Bairro Funcion�rios. “Fazer 4 mil sobremesas � bem diferente de preparar tr�s ou quatro litros de sorvete”, afirmou Juliana.
A log�stica dos funcion�rios do restaurante popular tamb�m chamou a aten��o dos chefs. “� interessante vir a uma cozinha industrial. Aqui, apesar de tanta comida para ser preparada, n�o h� tumulto. Os funcion�rios trabalham em sintonia”, destacou o chef Bruno Albergaria, que comanda o restaurante OAK, no Bairro de Lourdes.
Harmonia que resultou na refei��o que tanto agradou a aposentada Geraldina Alves Salgado, de 83 anos, que sempre almo�a no bandej�o. Ontem, ela achou a comida ainda mais saborosa. “Est� com um gostinho diferente”, disse ela, ansiosa para provar o arroz-doce.