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Estado de Minas

Happy hour em BH est� sob press�o por causa da nova Lei Seca

Conhecidos como points de descontra��o, estabelecimentos chegam �s v�speras do maior festival do setor enfrentando crise sem precedentes, que come�a na cal�ada, com fiscaliza��o de mesas, passa pelo caixa, com a Lei Seca, e termina na cozinha, com linha dura da Vigil�ncia Sanit�ria


postado em 09/04/2013 06:00 / atualizado em 09/04/2013 08:12

Os bares que valeram o t�tulo � capital dos botecos chegam �s v�speras do evento que pode ser considerado sua principal vitrine enfrentando uma press�o sem precedentes, embora representada por problemas que est�o longe de serem novidade. Um ano e meio depois do endurecimento da Lei Seca e do in�cio da vig�ncia das novas regras do C�digo de Posturas para mesas e cadeiras na cal�ada, estabelecimentos de Belo Horizonte ainda n�o conseguiram entrar no ritmo das mudan�as e correm para tentar se adequar �s v�speras do festival Comida di Buteco, que come�a sexta-feira. Os desafios se aliam �s frequentes e hist�ricas reclama��es dos vizinhos, incomodados com o barulho, e � linha dura da Vigil�ncia Sanit�ria municipal, que intensificou a fiscaliza��o de olho na Copa das Confedera��es, o que torna o momento ainda mais complicado para o setor, segundo a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel/MG).

Problemas que atingem diretamente o setor mais sens�vel das empresas: o caixa. As perdas no faturamento dos estabelecimentos s�o estimadas em 30% desde que a Lei Seca passou a ser ainda mais rigorosa, no fim do ano passado, com toler�ncia zero ao consumo de qualquer quantidade de bebida alco�lica e multa pesada, de quase R$ 2 mil, ao motorista infrator. E, se tem sido um problema atrair o cliente at� o bar, quando ele se senta surge outro desafio: a adequa��o �s novas regras para colocar mesas e cadeiras nas cal�adas, que ainda geram em m�dia 2,7 infra��es por dia na capital. Apesar de as normas terem entrado em vigor em 2011, com o vencimento das licen�as antigas, s� agora alguns bares est�o sendo surpreendidos pelas exig�ncias, que impedem estabelecimentos de usar passeios com largura inferior a tr�s metros. Este ano j� foram feitas 158 vistorias espec�ficas sobre o uso de mesas e cadeiras, m�dia de 18 por semana.

''Os estabelecimentos tinham de ter se adequado desde a altera��o da lei, em 2010. Em abril de 2011, as licen�as que seguiam a lei antiga come�aram a vencer'', afirma a secret�ria municipal adjunta de Fiscaliza��o, M�riam Leite Barreto. Segundo ela, h� casos de estabelecimentos que s� agora perderam a licen�a para mesas e cadeiras, porque havia algum recurso no processo de renova��o do documento tramitando na prefeitura.

As mesas e cadeiras dispostas pr�ximo ao p� de cana plantado na cal�ada s�o a marca do Bar do Ant�nio, que funciona h� quase 40 anos no Bairro Sion, Regi�o Centro-Sul de BH. Mas desde o fim de fevereiro o cen�rio n�o � mais o mesmo: quem vai ao boteco tem que se acomodar na parte interna. O estabelecimento '' integrante do Comida di Buteco'' n�o conseguiu renovar a licen�a para a coloca��o do mobili�rio no passeio, que tem menos de tr�s metros de largura. Resultado: com a retirada das 15 mesas da cal�ada, o movimento caiu pela metade.

''Em 2012, j� haviam nos negado o alvar�, mas recorremos e continuamos funcionando. Agora, em janeiro, veio o indeferimento do nosso pedido e, logo depois, a fiscaliza��o nos multou em R$ 1.192'', conta um dos donos, T�lio Bontempo. A tr�s dias do festival, n�o h� muito o que comemorar. ''Estamos tentando uma solu��o at� sexta-feira, mas meu bar perdeu o charme e, se continuar assim, vou ter que mandar gente embora'', afirma.

Paulo C�sar da Cunha, dono do Bar do Paulinho, tamb�m no Sion, enfrenta o mesmo problema. Por 30 cent�metros o passeio, de 2,70m, o impede de ter a libera��o para mesas e cadeiras na parte externa. ''Em novembro do ano passado, minha licen�a venceu e meu novo pedido foi negado. Estou a ver navios desde ent�o'', conta o comerciante, que disse ter sido pego de surpresa e perdido 60% dos clientes. ''N�o tenho a menor ideia de por que aceitaram no ano passado e negaram agora'', reclama. Sua �nica chance � propor op��es � prefeitura. ''Podemos diminuir o tamanho da mesa ou pintar uma faixa no passeio. Os bares sem as mesas no passeio descaracterizam BH. Est� chegando a Copa das Confedera��es e os turistas vir�o para a capital dos botecos'', lembra ele.

MEIO-TERMO

Uma das organizadoras do evento que destaca a gastronomia dos bares, Maria Eul�lia Ara�jo admite que a situa��o preocupa. ''Esse � um ponto muito delicado, porque falamos da legisla��o urbana e de uma caracter�stica cultural da cidade, com apelo tur�stico, inclusive. Orientamos os estabelecimentos para que se preocupem em atender o aumento de fluxo dentro da sua capacidade, sem querer engolir o mundo e aumentar o n�mero de mesas, mas esperamos bom senso da prefeitura'', diz ela. ''Tem que existir, sim, a regulamenta��o, porque, quando o prazer incomoda o outro, deixa de ser saud�vel. Mas talvez n�o haja necessidade de tanto rigor.''

Por�m, a press�o que come�a na cal�ada dos bares vai cozinha adentro. Nos �ltimos 30 dias, a Vigil�ncia Sanit�ria municipal tamb�m aumentou o cerco, depois de receber da Belotur uma lista de estabelecimentos que deveriam ter as vistorias intensificadas para a Copa das Confedera��es. Batizado de Rota Copa, o roteiro inclui bares e restaurantes principalmente da Regi�o Centro-Sul e das regionais Pampulha e Leste. ''A ideia � arrumar a cidade para os grandes eventos e, neste momento, estamos priorizando os locais que certamente v�o receber muito movimento, j� que BH � a capital dos botecos'', afirma a gerente de Fiscaliza��o da Vigil�ncia Sanit�ria, Mara Corradi. Segundo ela, os estabelecimentos est�o sendo multados inclusive por estocar comida com data fora da validade. ''Estamos coletando alimentos e �gua tamb�m, para monitorar a qualidade do que � servido'', explicou.


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