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Estado de Minas

M�dicos que vieram de fora defendem revalida��o do diploma


postado em 16/07/2013 06:00 / atualizado em 16/07/2013 06:43

M�dicos estrangeiros que trabalham em Belo Horizonte reconhecem as peculiaridades do sistema de sa�de brasileiro e defendem avalia��o para certificar a compet�ncia do profissional para atuar no pa�s. At� garantir a revalida��o do diploma, a cirurgi�-geral e mastologista alem� Kerstin Kapp Rangel, de 43 anos, levou cerca de dois anos envolvida com est�gios para complementar sua forma��o, al�m das provas. Na resid�ncia de cirurgia geral, Cl�udia Mariel Herrera Gallardo, de 30, levou o mesmo tempo, numa avalia��o que envolveu dedica��o e foco.

Hoje chefe de resid�ncia m�dica de mastologia dos hospitais Luxemburgo e M�rio Penna, Kerstin acredita ter passado por avalia��o imprescind�vel. “Acho que foi completamente justo. A grande diferen�a em rela��o � Alemanha � que a forma��o � muito mais te�rica e aqui o m�dico desenvolve uma presteza cl�nica enorme”, comenta ela, que se mudou para o Brasil ainda crian�a e voltou � Alemanha apenas para fazer a gradua��o. Como os pais continuaram em Minas Gerais, nas f�rias ela fazia est�gios no Hospital das Cl�nicas. Logo que terminou a faculdade, retornou do continente europeu.

Diante dessa trajet�ria, ela condena a inten��o do governo federal de permitir a atua��o de profissionais estrangeiros sem a necessidade de passar por uma prova de avalia��o. “� injusto com todos estrangeiros e brasileiros que passaram por um processo t�o longo para conseguir trabalhar. Al�m de tudo, o problema da sa�de no pa�s n�o � num�rico, mas estrutural”, avalia. “A melhora da assist�ncia da popula��o n�o ser� t�o efetiva, porque os m�dicos estar�o indo para locais sem estrutura m�nima de funcionamento”, ressalta.

Peruana, Cláudia defende teste para revalidar diploma(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Peruana, Cl�udia defende teste para revalidar diploma (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
A peruana Cl�udia Gallardo, de 30, veio para o Brasil interessada em aprimorar sua forma��o e fazer resid�ncia em cirurgia pl�stica, especialidade muito concorrida no Peru. “Mas a prova aqui no Brasil � para ningu�m passar e � muita cara. Com todo o processo, entre cart�rio e inscri��es, gastei R$ 20 mil”, conta, dando no��o da dificuldade da vinda para o pa�s. Cl�udia conta que foi bem recebida e isso a ajudou muito a superar adversidades. “J� falava bem portugu�s e, mesmo assim, quando cheguei, atendi um paciente que falou que estava com frieira no p� e achei que ele sentia frio no p�. Mas fui muito ajudada pelos colegas”, ressalta, com bom humor.

Cl�udia, que se casou com um brasileiro e n�o pretende mais voltar ao pa�s de origem, trabalha em hospitais p�blicos em Santa Luzia e Lagoa Santa, na regi�o metropolitana, e n�o tem d�vida de que a quest�o n�o � por quem as vagas ser�o ocupadas, mas a estrutura oferecida a esses profissionais. “S� fico nesses lugares porque preciso de dinheiro. Na �poca da dengue, n�o tinha nem dipirona. J� tratei de crian�as que s� conseguiram cirurgia depois de ficar em estado grave. O que fazemos � apagar inc�ndio, porque as condi��es de trabalho s�o muito dif�ceis”, conta a m�dica.

O coordenador de uma das cl�nicas do Hospital Mater Dei, o cl�nico e intensivista Andr�s de la Flor, nasceu em Lima, no Peru, e veio para o Brasil ainda crian�a. Os passos na profiss�o foram trilhados em territ�rio brasileiro, mas nem por isso ele deixa de analisar a abertura de vagas para estrangeiros como ele. “Em um pa�s desta dimens�o, n�o conseguiremos suprir a demanda de m�dicos a m�dio prazo e com qualidade. Uma solu��o seria permitir a entrada de estrangeiros, at� porque � uma oportunidade de trazer talentos para o Brasil”, afirma. Mas o m�dico tamb�m acredita ser fundamental a revalida��o dos diplomas desses profissionais em exames oficiais como o Revalida. Na avalia��o de Andr�s, o assunto n�o se encerra na quantidade de profissionais e passa pela qualidade do servi�o. “O ponto nevr�lgico � qual a condi��o de trabalhar que se dar� a quem migrar para o interior.”


Repercuss�o

Em rea��o �s regras anunciadas pelo governo federal para a aplica��o do Revalida – exame de revalida��o de diplomas de medicina estrangeiros – a estudantes brasileiros, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou comunicado apontando que a avalia��o deve levar em considera��o aspectos como tempo de funcionamento, localiza��o geogr�fica e m�dias de avalia��o j� obtidas (Enade e Conceito Preliminar de Cursos). A entidade prometeu estar atenta ao acompanhamento da aplica��o do Revalida, denunciando ind�cios de irregularidades, caso necess�rio. Em protesto contra as pol�ticas do governo para a categoria, entidades m�dicas convocam para hoje novos atos de protesto.


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