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Estado de Minas

Objetos que contam hist�ria est�o espalhados por BH e passam despercebidos

As obras e pe�as est�o em pr�dios p�blicos, igrejas e em v�rios espa�os, mas nem sempre s�o reparados por quem passa por esses locais


postado em 06/01/2014 06:00 / atualizado em 06/01/2014 06:57

O advogado Lucas Magalhães observa o mural Minas Gerais, de Di Cavalcanti, no TJMG:
O advogado Lucas Magalh�es observa o mural Minas Gerais, de Di Cavalcanti, no TJMG: "A gente corre o tempo todo e nem para a fim de admir�-lo" (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press)

A pressa � inimiga do conhecimento, da falta de informa��es, da arte. E o desinteresse, do prazer de curtir a cidade e aprender mais sobre ela. Com 116 anos completados dia 12, Belo Horizonte reserva surpresas para moradores e visitantes, que, muitas vezes, passam por espa�os importantes sem reparar que ali est�o obras de autores renomados, monumentos emblem�ticos e peda�os preciosos da hist�ria, alguns da �poca do Arraial de Curral del-Rei. Desfrutar desse patrim�nio ainda longe dos olhos da maioria n�o custa nada, nem o pre�o de um ingresso de cinema – basta pedir licen�a, dar uma espiada e guardar na mem�ria o recorte cultural.

Os segredos desta BH oculta se encontram em pr�dios p�blicos, igrejas, na Serra do Curral e at� nos aglomerados, entre dezenas de espa�os. Dois bons exemplos est�o na sede do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), na Rua Goi�s, no Centro: os pain�is Minas Gerais e Justi�a, feitos pelo modernista Di Cavalcanti (1897-1976). Em ambos os murais, produzidos no in�cio da d�cada de 1950, o artista teve a colabora��o do mineiro Inim� de Paula (1918-1999).

O movimento � constante no sagu�o do pr�dio conhecido como anexo 1, principalmente de advogados acompanhando julgamentos ou diante do guich� para protocolar peti��es. A cinco metros do ch�o, est� a obra de 9,5m de largura por 4m de altura, mostrando a evolu��o pol�tico-hist�rica e a riqueza econ�mica do estado. Os olhos atentos v�o encontrar desde um profeta inspirado nas esculturas de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), a montanhas, igrejas, paisagem colonial, gado, bra�os fortes na labuta e colheita do caf�.

H� tr�s anos como recepcionista do pr�dio onde funcionou o F�rum Lafayette, Rijane Martins Dellareti s� prestou aten��o no mural Minas Gerais muito tempo depois de come�ar a trabalhar ali, embora a obra esteja bem pr�xima dela. “Estava quase completando um ano no servi�o quando fui not�-lo. � bonito, observei o desenho de uma cidade colonial, como Ouro Preto, e procurei saber mais sobre Di Cavalcanti. Olhar para o painel relaxa a mente e leva � reflex�o.” Passando apressado pelo local, o advogado Lucas Bessoni Coutinho Magalh�es, morador do Bairro Sion, na Regi�o Centro-Sul de BH, afirma que a obra valoriza o pr�dio. “A gente corre o tempo todo e nem para diante do painel a fim de admir�-lo. A cidade tem outras obras que precisamos conhecer”, afirmou Lucas.

Aberto apenas em ocasi�es especiais, como solenidades, o audit�rio do anexo 1 do tribunal tem como destaque o painel Justi�a (12,8m de altura por 5m de largura), representando, conforme os estudos, a justi�a humana e os dramas vividos pelas partes de um processo criminal. A coordenadora do Museu e Mem�ria do Judici�rio Mineiro, Andr�a Costa Val, destaca que os pain�is s� engrandecem o pr�dio e lembra que h� muito mais para ser visto, tanto no centen�rio pr�dio do TJMG, na Avenida Afonso Pena, que mant�m atividades jur�dicas, guarda documentos, mobili�rio, quadros, e outros objetos hist�ricos, quanto no anexo 1. Para informar o visitante, a institui��o oferece gratuitamente o volume 1 da Cole��o Mem�ria e Arte.

Forro

Na igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Bairro do Carmo, na Regi�o Centro-Sul, o forro do sal�o nobre Frei Inoc�ncio, um local de reuni�es, desperta de imediato a aten��o. � frente das comemora��es do jubileu de ouro de constru��o do templo, o titular da par�quia, frei Evaldo Xavier Gomes, mostra o forro doado � par�quia pela fam�lia Toledo. Apontando as pe�as de madeira decorada, o religioso conta que o forro pertenceu, inicialmente, a uma casa constru�da na d�cada de 1930, na Rua Alagoas, na Savassi, onde hoje est� um shopping center. “Quando a resid�ncia foi demolida, o forro foi levado, na d�cada de 1970, para outra casa, na Rua Assun��o, no Bairro Sion. O im�vel foi vendido, mas os propriet�rios fizeram quest�o de doar o forro”, conta o frade.

Durante obras recentes na igreja, o p�roco decidiu colocar o forro na sala de reuni�es e pretende restaur�-lo. “Vamos colocar o escudo da Virgem do Carmo”, planeja frei Evaldo. Com a doa��o da fam�lia Toledo, a igreja ganhou ainda um chafariz de azulejos, instalado no p�tio, uma porta de madeira com aldrava (a “campainha” dos tempos antigos) e um arm�rio. “Essas pe�as n�o ficam � mostra, mas quem quiser v�-las � s� falar conosco”, convida o carmelita. “Minas tem um patrim�nio maravilhoso e essa riqueza deve ser mantida, embora muitos monumentos sejam desconhecidos de moradores e visitantes”, diz frei Evaldo, que deseja, em 2014, que a Igreja do Carmo, maior templo cat�lico da capital, seja tombada pelo munic�pio.


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