Gustavo Werneck

Previsto para ser conclu�do em abril, conforme anunciado h� um ano, o Espa�o Multiuso em constru��o no lugar do antigo Col�gio Imaco, dentro do Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti, no Centro da capital, est� com as obras paradas. Esta � segunda vez que os servi�os s�o interrompidos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) – outra ocorreu em agosto e mais de dois meses. A Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), respons�vel pela interven��o, n�o se manifesta sobre o assunto, mas um especialista ouvido pelo Estado de Minas, e que prefere o anonimato, explicou que o atraso e interrup��o decorrem de um problema financeiro, tecnicamente denominado “reequil�brio de pre�os”.
Por duas vezes na semana passada, a reportagem esteve no local e verificou que a paralisa��o desta vez j� dura 20 dias. E mais: h� apenas cinco oper�rios praticamente sem ter o que fazer, situa��o muito diferente de antes, quando de 35 a 40 trabalhavam para erguer a constru��o no lugar do Imaco. Conforme o EM apurou, o atraso nos servi�os � de quase 50% em rela��o ao cronograma inicial. Nenhum dos trabalhadores, incluindo encarregados da empreiteira contratada, quis dar entrevista ou explicar o motivo da paralisa��o.
O certo mesmo � que, em vez de um equipamento prestes a ser entregue � comunidade, est�o apenas funda��es e alicerces numa �rea fechada com tapumes, sem sinal de paredes, mobili�rio e, principalmente, gente. Durante a semana, foram feitas sucessivas liga��es telef�nicas para a Sudecap, acompanhadas de e-mail solicitando explica��es, mas a �nica resposta do �rg�o municipal, via assessoria de imprensa, � de que ainda n�o havia resposta para o caso.
RECURSOS Com projeto do arquiteto Gustavo Penna e demandando recursos de R$ 15 milh�es – R$ 13,5 milh�es do governo de Minas e R$ 1,5 milh�o da PBH –, o Espa�o Multiuso, com 2 mil metros quadrados de �rea constru�da, dever� ter um palco para shows e plateia com capacidade para 3 mil pessoas, al�m de varand�o integrado ao meio ambiente, acessos a uma biblioteca, cafeteria e outros servi�os. Na solenidade de lan�amento do projeto em 6 de abril de 2013, foi divulgado que a gest�o do espa�o ser� da Funda��o Municipal de Cultura (FMC), embora o parque seja administrado pela Funda��o de Parques Municipais.
Na �poca, diante do governador Antonio Anastasia e outras autoridades, o prefeito Marcio Lacerda declarou: “Trata-se de uma obra emblem�tica para todos n�s, pois o Parque Municipal � um espa�o democr�tico e ter� sua import�ncia mais destacada. O projeto foi elaborado entre 2007 e 2008, teve processo de licita��o h� mais de um ano, mas enfrentou dificuldades, na �poca, para obter financiamento no Minist�rio do Turismo. Dessa forma, o governador entrou como parceiro”.
Em nota, o governo de Minas, via Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop), informou que “mant�m estreito alinhamento com a PBH com o objetivo de assegurar o cumprimento de todas as exig�ncias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), agente financiador do empreendimento, quanto � libera��o de recursos necess�rios � obra”.
No fim da d�cada de 2000, causou pol�mica o projeto de demoli��o do Col�gio Imaco, inaugurado em 1952, quando Am�rico Renn� Ginnetti (de 1951 a 1954) era prefeito. Em 2009, o pr�dio foi desativado. Mas o arquiteto Gustavo Penna, defende que ele � da maior import�ncia para o espa�o p�blico, que deixar� de ter um “Imaco opaco” para ganhar uma �rea revitalizada e um equipamento cultural e com outras finalidades. Ao ver o local fechado com os tapumes, a professora aposentada Rose Almeida, moradora do Centro, ficou impressionada. “N�o era para ficar pronto antes da Copa?”, perguntou, certa de que a situa��o demanda melhor planejamento.
Mem�ria
Atraso em projetos
Em 23 de agosto de 2013, houve paralisa��o dos servi�os durante mais de dois meses. O motivo do atraso alegado pela Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) decorreu de “refinamento dos projetos”. Isso se traduz por problemas nas funda��es, o que depois foi resolvido. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop) informou que a libera��o de recursos por parte do governo estadual estava condicionada � solu��o de algumas pend�ncias t�cnicas no projeto.