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Estado de Minas

Fot�grafo Sebasti�o Salgado pede apoio para a revitaliza��o do Rio Doce

" Se n�o fizermos alguma coisa, ele ir� morrer", alerta o fot�grafo


postado em 03/06/2014 06:00 / atualizado em 03/06/2014 09:17

Salgado no Palácio das Artes:
Salgado no Pal�cio das Artes: "Conseguimos recuperar cerca de 600 (nascentes), mas n�o � o bastante" (foto: Alexandre Guzanshe/em/d. a press)
O fot�grafo Sebasti�o Salgado, que veio a Belo Horizonte para abertura da Exposi��o Genesis, aproveitou a passagem pela capital mineira para manifestar preocupa��o com o Rio Doce, um dos mais importantes de Minas. Natural de Aimor�s, na Regi�o Leste do estado, Salgado costumava nadar nessas �guas quando era crian�a. Hoje, desenvolve projeto para tentar melhorar as condi��es do rio. “Temos um projeto para ajudar a revitaliz�-lo. O Doce, que � um dos rios mais importantes do Sudeste brasileiro, j� foi naveg�vel, tinha uma fundura m�dia de quatro metros, o que hoje � de cerca de 70 cent�metros. Se n�o fizermos alguma coisa ele ir� morrer”, disse ontem, em entrevista no Pal�cio das Artes. “Mas para isso precisamos de ajuda, precisamos de financiamentos para ajudar a recuperar as centenas de nascentes que o formam. J� conseguimos recuperar cerca de 600, mas isso ainda n�o � o bastante, porque elas s�o milhares”, acrescentou.

Salgado mencionou tamb�m projeto em andamento relacionado aos os �ndios brasileiros. Recentemente, o fot�grafo desenvolveu trabalhos com os Ianom�mis e tribos maranhenses. “Por incr�vel que pare�a, no Brasil ainda existem cerca de 100 tribos que n�o tiveram nenhum contato com os brancos. A Funai tem o mapeamento de todas, e caber� a elas decidir ou n�o se querem essa aproxima��o conosco”, afirmou. Em Genesis, podem ser vistas fotos feitas com povos ind�genas de estados brasileiros como o Par� e o Mato Grosso, e tamb�m da Venezuela.

Sebasti�o Salgado traz a BH imagens de lugares intocados do planeta


Na entrevista sobre a Exposi��o Genesis, que poder� ser visitada pelo p�blico de amanh� at� 24 de agosto, na Grande Galeria do Pal�cio das Artes e na Sala Maris´Stella Trist�o, Salgado disse que a ideia de realiz�-la nasceu h� alguns anos Fazenda Bulc�o, em Aimor�s. L�, ele e sua mulher, a arquiteta L�lia Wadick Salgado, criaram o Instituto Terra, projeto de recupera��o da Mata Atl�ntica, que engloba uma �rea de mais de 700 hectares. Do in�cio dos anos 2000, at� hoje, j� foram plantadas mais de dois milh�es de �rvores no local.

“Eu estava muito deprimido ap�s a realiza��o de �xodus, que foi de 1994 a 1999, tinha viajado muito para v�rias partes da terra e visto coisas que realmente me deixaram muito triste, muito descrente com o ser humano, pelas coisas horr�veis que ele � capaz de fazer. Cheguei at� a pensar em deixar a fotografia e voltar para o interior de Minas. Foi quando L�lia, olhando para as terras da fazenda, onde eu tinha passado a inf�ncia, me deu a ideia de reflorestarmos tudo aquilo, e em consequ�ncia disso veio a vontade de tamb�m realizar Genesis, projeto no qual trabalhamos de 2004 a 2011”, contou.

Sele��o

A mostra, com curadoria de L�lia Wadick Salgado, casada h� 51 anos com Sebasti�o Salgado, tem encantado milhares de pessoas em todo o mundo – no Brasil j� foi vista no Rio, S�o Paulo, Santo Andr� e Porto Alegre, antes de chegar � capital mineira. S�o 245 fotografias, divididas em cinco sess�es geogr�ficas. Elas mostram lugares da terra e povos que n�o tiveram maiores contatos com a civiliza��o. “N�o foi f�cil fazer a sele��o das fotos, entre milhares de originais, mas no final acho que deu certo, e estamos muito felizes em compartilh�-las com os mineiros. Minha mensagem, na ess�ncia, � que temos obriga��o de ajudar a preservar o planeta. Cada um de n�s deve fazer a sua parte. Pelo menos � isso que estamos tentando com nosso trabalho”, disse L�lia.
Sebasti�o Salgado compartilha com as opini�es da sua mulher, e � otimista em rela��o ao futuro da Terra. Acredita que o planeta, como um todo, ir� sobreviver, pois tem um poder de recupera��o muito grande. Basta deix�-lo em paz, que ele se recupera. J� n�o pensa o mesmo em rela��o ao homem, que se continuar no ritmo de autodestrui��o em que se encontra atualmente, tem uma “boa chance”, segundo ele, de desaparecer da face da terra. “O que ser� uma pena, pois ainda temos muito o que descobrir”, diz.

Aplausos em bate-papo
Depois de entrevista sobre a Exposi��o Genesis, Sebasti�o Salgado e L�lia Wanick Salgado foram recebidos com empolga��o por cerca de 1,7 mil pessoas que lotaram o Grande Teatro do Pal�cio das Artes, � noite, para participar do projeto Sempre um papo. Os dois foram aplaudidos de p� assim que entraram no local. Na plateia, elogios e alegria por conhecer o fot�grafo mais de perto. “O trabalho de Sebasti�o Salgado � fundamental para a fotografia brasileira e mundial. A quest�o dos deslocamentos de popula��o, por exemplo, � assunto relevante e vai ficar marcado para o resto da hist�ria da fotografia”, avaliou o gerente-executivo do Grupo Galp�o, Fernando Lara. “Salgado � um �cone, uma lenda viva. Quero conhecer um pouco mais dele”, disse a musicista K�tia Rocha. A professora Raquel de Meirelles, por sua vez, definiu o fot�grafo como um g�nio. “A imagem dele � carregada de assuntos relativos �s quest�es sociais e isso me toca muito”, afirmou. (Landercy Hemerson)


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