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Estado de Minas ENTRE O AL�VIO E O ALERTA

Chuvas mais intensas amenizam risco de desabastecimento; inunda��es preocupam

Maior �ndice de chuvas traz expectativa de recupera��o de mananciais, mas tamb�m dispara o alarme para as amea�as de cheias na Grande BH, que j� registra os primeiros preju�zos


postado em 07/02/2015 06:00 / atualizado em 07/02/2015 08:02

A manhã chuvosa na Praça do Papa, na Zona Sul da capital, foi comemorada por muitos belo-horizontinos preocupados com consequências da estiagem...(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A manh� chuvosa na Pra�a do Papa, na Zona Sul da capital, foi comemorada por muitos belo-horizontinos preocupados com consequ�ncias da estiagem... (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Aguardada com ansiedade, a chegada de chuvas mais consistentes � Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, especialmente nos �ltimos tr�s dias, representa um pequeno al�vio na esperan�a de minimizar o risco de desabastecimento e iniciar a recarga dos reservat�rios. Por�m, as tempestades, que pela primeira vez na temporada 2014/2015 d�o sinais de maior dura��o, tamb�m ligam o alerta para os problemas relacionados ao excesso de chuva. Um dos sinais veio do Ribeir�o Arrudas, que no fim da noite de quinta-feira transbordou na altura do Bairro das Ind�strias, na Regi�o do Barreiro, e inundou a Avenida Tereza Cristina. Parte do muro de uma escola desabou, mas n�o houve feridos. A chuva complicou tamb�m as opera��es no aeroporto de Confins, provocando o cancelamento de pelo menos 42 decolangens – o �ndice mais alto registrado ontem no pa�s – e atrasos em outros 61 voos, al�m dos 37 que tiveram de ser deslocados para terminais de outras cidades. Outra preocupa��o � a amea�a de prolifera��o do mosquito transmissor da dengue e da chikungunya, j� que boa parte da popula��o vem armazenando �gua em dias chuvosos.

Segundo o centro de climatologia TempoClima/PUC Minas, nos seis primeiros dias de fevereiro choveu 69,2 mil�metros, sendo 39,2 mil�metros em 24 horas, de quinta-feira para ontem. O total corresponde a 33,59% da m�dia hist�rica de 206 mil�metros para o m�s. Depois de um movimento de queda, mesmo com as primeiras chuvas de fevereiro, ontem o Sistema Paraopeba registrou, segundo medi��o da Copasa, recupera��o t�mida. Entre os tr�s principais componentes do sistema, os reservat�rios Serra Azul e Vargem das Flores puxaram a recupera��o, enquanto a represa do Rio Manso se manteve est�vel. J� o Rio das Velhas, cuja capta��o ocorre diretamente no curso d’�gua, atingiu a maior vaz�o dos �ltimos 30 dias, conforme monitoramento da Copasa. A �ltima medi��o dispon�vel � de quinta-feira, com 29,7 metros c�bicos por segundo, 52,3% a mais do que os 19,5 metros c�bicos por segundo de quarta-feira. Juntos, os dois sistemas garantem a maior parte do abastecimento de �gua da Grande BH.

De acordo com o meteorologista Heriberto dos Anjos, do TempoClima/PUC Minas, as chuvas que j� eram satisfat�rias at� a manh� de quinta-feira melhoraram ao longo do dia e a tend�ncia � de que o volume de precipita��o aumente ainda mais. “At� segunda-feira, a previs�o � de mais chuvas. Somando quinta, sexta e o fim de semana, poderemos ter entre 80 e 110 mil�metros, com redu��o das temperaturas devido � nebulosidade”, diz o especialista. A explica��o para o quadro � a combina��o de uma �rea de baixa press�o entre o litoral do Rio de Janeiro e Minas Gerais com a alta umidade, que tende a permanecer at� segunda.

...mas, em outros pontos, os efeitos foram negativos: uma escola teve o muro destruído (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
...mas, em outros pontos, os efeitos foram negativos: uma escola teve o muro destru�do (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)

PROBLEMAS
Mas a chuva indispens�vel para recuperar os mananciais que abastecem a Grande BH traz consigo o alerta para as ocorr�ncias de alagamentos, quedas de �rvores e outros problemas. De acordo com o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil municipal, na noite de quinta-feira a precipita��o que castigou a Regi�o do Barreiro fez o Ribeir�o Arrudas transbordar. “Tivemos pontos de alagamento na noite de quinta-feira, mas hoje (sexta-feira) tudo j� havia voltado ao normal. N�o tivemos feridos ou desabrigados”, contabilizou.

A �nica ocorr�ncia de ontem registrada pela Defesa Civil foi a queda de parte do muro que faz a conten��o de um lote na Escola Municipal Edith Pimenta da Veiga. Segundo a Secretaria Municipal de Educa��o, o muro caiu de madrugada e o reparo j� foi requisitado. Ontem, a Defesa Civil emitiu alerta de chuva forte, recomendou aten��o especial nas �reas de encostas e morros e pediu que a popula��o evite �reas com hist�rico de inunda��o. Outra preocupa��o � com a prolifera��o do mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya. Como muita gente tem buscado alternativas para acumular �gua da chuva, com o intuito de economizar, o coronel Alexandre Lucas pede que os reservat�rios sejam tampados e protegidos com tela.

OBRAS Segundo a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), est� prevista para sair do papel no segundo semestre deste ano a obra da bacia de deten��o do Bairro das Ind�strias, avaliada em R$ 40,3 milh�es, para resolver os problemas de inunda��es no Ribeir�o Arrudas nas imedia��es do limite entre BH e Contagem. Para este ano, est�o prometidas outras obras importantes para solucionar alagamentos cr�nicos em outros pontos da cidade, como a amplia��o dos canais do C�rrego Cachoeirinha e dos ribeir�es Pampulha e do On�a, grande aposta para acabar com as inunda��es nas avenidas Bernardo Vasconcelos e Cristiano Machado, totalizando investimento de R$ 442 milh�es.

Os alagamentos da Avenida Francisco S� s� ter�o fim quando as interven��es para aumentar a rede de drenagem ocorrerem. O custo � de R$ 15,22 milh�es e o in�cio das interven��es est� previsto para o segundo semestre. Na Avenida Prudente de Morais, est� em andamento a execu��o de uma galeria subterr�nea paralela � existente. O custo aproximado � de R$ 50 milh�es, incluindo o desassoreamento que j� foi feito na Barragem Santa L�cia. A conclus�o da obra est� prevista para o primeiro semestre de 2017. 

 

 

Palavra de especialista

Luiz Palmier, professor do Departamento de Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da UFMG


Da escassez ao excesso

Normalmente, os problemas que a �gua causa para a sociedade s�o a escassez e o excesso. Curiosamente, nesse ver�o temos os dois problemas de uma s� vez. Por um lado, nas �reas urbanas, as chuvas de grande intensidade e, em geral, de curta dura��o causam alagamentos motivados pela alta taxa de impermeabiliza��o. Por outro, as bacias hidrogr�ficas est�o com pouca �gua acumulada devido � temporada com baixo volume de precipita��o. Isso significa que � necess�rio muito tempo chovendo, para que a �gua infiltre e encharque o solo, antes de sentirmos o efeito nos reservat�rios.



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