O Conselho Tutelar Nordeste de Belo Horizonte foi invadido pela terceira vez na madrugada desta sexta-feira e ladr�es levaram tr�s computadores, al�m de objetos pessoas de servidores. A funcion�ria Ana Cruz, uma das conselheiras que trabalha na unidade, teme que informa��es sigilosas das m�quinas sejam acessadas. Ela reclama da falta de seguran�a no im�vel, que fica na Avenida Bernardo Vasconcelos, no Bairro Santa Cruz, e conta com a presen�a da guarda municipal das 8h �s 18h.
De acordo com a Pol�cia Militar (PM), uma faxineira chegou por volta das 7h40 e encontrou quatro cadeados arrombados na casa. Os invasores quebraram duas trancas do port�o principal e duas da porta que d� acesso �s salas de conselheiros. O caso ser� investigado pela 2ª Delegacia de Policia Leste.
A conselheira Ana Cruz relata que os ladr�es procuraram especificamente tr�s salas – no total de cinco c�modos que existem na casa. “Aqui n�o tem seguran�a nenhuma. Tem apenas cadeados. Eles levaram tr�s computadores novos e deixaram um do lado de fora, creio que n�o deu tempo de levar. A preocupa��o maior � de fu�arem nos casos sigilosos da promotoria e do juizado. Pelo cen�rio aqui, eles parecerem estar interessados em levar material de casos espec�ficos”, conta.
De acordo com Cruz, a casa n�o tem alarme nem c�meras de seguran�a. Assim que o guarda municipal respons�vel vai embora, o im�vel fica sem prote��o, pois o local � ermo. “J� pedimos seguran�a. A gente manda e-mail para todos os �rg�os p�blicos como promotoria, juizado e prefeitura, mas at� hoje nada”, relata a conselheira.
Os funcion�rios temem pela seguran�a pessoal, al�m de problemas que a divulga��o de den�ncias e apura��es do Conselho podem causar. “A gente fica preocupado porque nossa vida corre risco. Os casos em que trabalhamos s�o de den�ncias de tr�fico de drogas evolvendo adolescentes. A gente manda este material para delegacias e promotorias e fica tudo nesses computadores roubados. Quando agente apura, mant�m o sigilo. Quem tiver acesso pode saber at� quais os pontos de tr�fico de drogas foram denunciados na regi�o”, afirma Cruz.
A funcion�ria ressalta a gravidade da inseguran�a no Conselho relatando o preju�zo para a sociedade com a perda desses computadores. Segundo ele, os processos registrados nos equipamentos ser�o perdidos. Os conselheiros n�o t�m como recuperar os dados das v�timas ou denunciantes, porque n�o h� um sistema unificado, grava��es ou mem�rias externas. “Eu, por exemplo, tinha cinco casos urgentes para enviar a promotoria e perdi”, relata. Segundo ela, s�o relat�rios sobre crian�as v�timas de espancamento e abusos.
Cruz vai reiterar �s autoridades o pedido de seguran�a no Conselho, que funciona em condi��es prec�rias. “A gente � um Conselho para 300 mil fam�lias, n�mero que seria ideal um atendimento de tr�s unidades de Conselho”, denuncia. Os tr�s conselheiros que tiveram os computadores furtados agora v�o tentar voltar � rotina de trabalho, dividindo m�quinas e servi�os com outros colegas. De acordo com Ana Cruz, a chegada de novos computadores deve demorar, o que atrapalha ainda mais os processos. Das outras vezes em que a casa foi invadida, os bandidos tamb�m levaram equipamentos e objetos dos conselheiros, mas o preju�zo nesta sexta-feira foi maior, conforme avaliou a funcion�ria.