
A for�a-tarefa criada pelo governo estadual para combater a crise h�drica trabalha com o m�s que vem como data limite para a poss�vel ado��o de sobretaxa na conta de �gua, para for�ar maior economia de consumo. A informa��o partiu do secret�rio de estado de Transportes e Obras P�blicas, Murilo Valadares, um dos integrantes da equipe, durante a posse da presid�ncia da Associa��o Mineira dos Munic�pios (AMM). Para ele, se a economia dos cidad�os continuar a ser feita e as obras de nova capta��o no Rio Paraopeba se iniciarem mesmo nos pr�ximos dias, pode ser que nem mesmo a ado��o de uma taxa de conting�ncia seja necess�ria. “A decis�o (de cobrar a sobretaxa) ocorrer� at� o fim de junho. Agradecemos a popula��o, que vem economizando muito, e com isso existe essa possibilidade (de n�o ser necess�ria uma tarifa extra), mas ainda estamos avaliando”, disse Valadares.
Em um momento em que os reservat�rios que abastecem a Grande BH se mant�m est�veis, apresentando o mesmo n�vel do m�s passado, o governo d� mais uma vez sinais de que pode n�o precisar lan�ar m�o da f�rmula de sobretaxa que vem sendo elaborada pela Ag�ncia Reguladora de Servi�os de Abastecimento de �gua e de Esgotamento Sanit�rio de Minas Gerais (Arsae-MG). De acordo com o diretor-geral da ag�ncia, Ant�nio Abrah�o Caram Filho, na semana que vem dever� ocorrer a consulta p�blica para definir o modelo de cobran�a extra. “A copasa nos enviou estudos para requisitar esse instrumento e � isso que estamos fazendo. A decis�o de adotar ou n�o � da Copasa”, afirma.
Al�m de impopular, a sobretaxa � considerada de pouca efici�ncia por especialistas. “Em S�o Paulo se economizou mais com a redu��o de press�o na distribui��o, porque isso teve efeito educativo em quem sentiu na pele a falta de �gua. O rod�zio tem controle mais efetivo e a conscientiza��o � o melhor instrumento”, disse Uriel Duarte, professor de engenharia, geoci�ncias e recursos h�dricos da Universidade de S�o Paulo.
Nos bastidores, a equipe que gerencia a crise pela Copasa comemorou a libera��o de verba de R$ 128,4 milh�es do governo do estado, no �ltimo dia 23, para a constru��o de uma capta��o no Rio Paraopeba, em Brumadinho, pr�ximo ao Centro de Arte Contempor�nea Inhotim, para refor�ar o tratamento de �gua no Sistema Rio Manso. As obras estavam previstas para come�ar nesta semana, mas, apesar de j� haver R$ 30 milh�es liberados, as interven��es sofreram atrasos e a expectativa � de que se iniciem na pr�xima semana. A nova extra��o ser� dotada de adutora com quatro quil�metros de extens�o, capaz de bombear 4 mil litros por segundo at� a Esta��o de Tratamento de �gua do Rio Manso. O objetivo principal sempre foi evitar a todo custo o racionamento. Com o in�cio do bombeamento previsto para outubro, j� se tinha confian�a na empresa de n�o ser necess�rio adotar medidas impopulares de conten��o de consumo, como o rod�zio e a sobretaxa.
Os reservat�rios do Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores, que comp�em o Sistema Paraopeba, apresentaram ontem 39% de volume total, o mesmo n�vel do m�s passado. Esse sistema responde por 30% do abastecimento da Grande BH e desde 9 de mar�o se encontra em estado de restri��o de consumo, ou seja, todas as capta��es tiveram de ser reduzidas, j� que n�o seria poss�vel atender a 70% das outorgas at� o fim do per�odo seco. Os usos humano e animal tiveram de encolher em 20%, irriga��es, em 25%, minera��o e ind�stria, em 30% e em 50% as demais atividades.
Por enquanto, o que a Copasa vem fazendo � trabalhar na conten��o de vazamentos na distribui��o, redu��es de press�o no sistema e manobras de compensa��o na capta��o, sobretudo para preservar o reservat�rio mais comprometido, o Serra Azul, que tem hoje 15,9% de volume. No m�s passado, a capta��o do Serra Azul girou em torno de 18% do normal para a �poca, cerca de 430 litros por segundo. Para suprir o d�ficit foi necess�rio retirar mais �gua dos rios Manso e das Velhas.