(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pr�dio da Pra�a Rio Branco completa 90 anos; relembre sua hist�ria

Projetado para ser unidade federal de controle de mercadorias, im�vel guarda parte das hist�rias do Centro de Belo Horizonte


postado em 25/07/2015 06:00 / atualizado em 25/07/2015 07:29

Na década de 1970, prédio abrigava a Secretaria de Agricultura: tranquilidade reinava na Rio Branco(foto: Arquivo EM 24/4/70)
Na d�cada de 1970, pr�dio abrigava a Secretaria de Agricultura: tranquilidade reinava na Rio Branco (foto: Arquivo EM 24/4/70)

Constru�do h� 90 anos, tombado pelo patrim�nio municipal h� 20 e restaurado h� uma d�cada. Dois mil e quinze marca a hist�ria de um dos pr�dios mais emblem�ticos do Centro de Belo Horizonte – um monumento em estilo ecl�tico emoldurado por quatro palmeiras imperiais e com atrativos internos que transportam o visitante para os tempos de uma cidade mais tranquila. Projetado para ser a alf�ndega, bem ao lado do antigo e demolido Mercado Municipal, o edif�cio � testemunha das mudan�as e teve muitas fun��es ao longo do s�culo 20 e in�cio deste: foi, a partir de 1935, Secretaria de Agricultura, Ind�stria, Com�rcio e Trabalho, mais tarde Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento, depois Secretaria de Estado de Turismo (2000) at� receber, totalmente restaurado, em dezembro de 2005, os comandos da 1ª Regi�o Integrada de Seguran�a P�blica da Capital (1ª Risp).


“O pr�dio re�ne beleza arquitet�nica no ponto em que come�a a Avenida Afonso Pena, a mais importante de BH. Al�m disso, � refer�ncia de uma capital moderna, republicana, e marco na sua vida econ�mica. De in�cio com sua caracter�stica administrativa, a cidade ganhou for�a tamb�m como polo comercial”, explica a historiadora Fran�oise Jean, diretora de Prote��o e Mem�ria do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG). A localiza��o estrat�gica permitiria que a alf�ndega federal, que acabou n�o entrando em opera��o, pudesse controlar as mercadorias que chegavam nos trens da Central do Brasil e da Oeste de Minas e fossem entregues no Mercado Municipal (posteriormente ocupado pela Feira de Amostras e atual terminal rodovi�rio) e outros centros de distribui��o.

Hoje, a imponente construção é sede dos comandos da 1ª Região Integrada de Segurança Pública da Capital (1ª Risp)(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Hoje, a imponente constru��o � sede dos comandos da 1� Regi�o Integrada de Seguran�a P�blica da Capital (1� Risp) (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Com projeto do arquiteto Luiz Signorelli (1896-1964), o mesmo da antiga Secretaria de Seguran�a P�blica, hoje Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Circuito Cultural da Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul, e tamb�m da mesma �poca, o pr�dio teria tr�s andares, e n�o dois como agora, edificado “em estilo s�brio, lembrando o estilo renascen�a francesa”, conforme documentos. “Para a fachada principal, foi concebido um p�rtico monumental; no por�o, uma caixa-forte em concreto armado para a guarda dos valores; e, no centro da constru��o, uma escada de m�rmore para o acesso ao pavimento superior.”

No interior do imóvel, um vitral traz elementos referentes à movimentação de uma alfândega: do trem às mercadorias(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
No interior do im�vel, um vitral traz elementos referentes � movimenta��o de uma alf�ndega: do trem �s mercadorias (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
VITRAL Quem visita a sede da 1ª Risp n�o consegue tirar os olhos de um dos �cones do local: um vitral gigantesco. Segundo as pesquisas, “os medalh�es apresentam alegorias alusivas � ind�stria, ao com�rcio e ao meio de transporte ferrovi�rio, representado por uma locomotiva; imagens, portanto, bem pr�prias de um pr�dio com fun��es alfandeg�rias”. E mais: “A sala nobre, destinada � inspetoria, recebeu aten��o especial, com trabalhos em gesso que buscaram se assemelhar a ornamentos de marfim”.

A aposentada Agla� Horta Fernandes Rodrigues, de 76 anos, moradora da Pampulha, em BH, trabalhou como secret�ria dos secret�rios estaduais de Agricultura, de 1961 a 1986. “Foram 25 anos muito felizes, pois sempre gostei muito de trabalhar. A Pra�a Rio Branco era tranquila, bem diferente desse movimento de hoje. No fim de ano, quando os secret�rios tinham que enviar ao governador os relat�rios, costum�vamos ficar at� 1h da madrugada preparando os documentos. N�o havia computador, ent�o datilograf�vamos em quatro vias, com carbono”, conta Agla� com bom humor. Na hora de ir embora para casa, nada de estresse “N�o tinha medo, a cidade era calma”, afirma a aposentada, m�e de tr�s filhos e orgulhosa dos seis netos.

ENTUSIASMO Era grande a expectativa quanto � instala��o da alf�ndega federal em BH, que acabou n�o se concretizando. O projeto previa a constru��o de quatro armaz�ns para receber os trens. Com cerca de 100 metros de comprimento cada um, eles ficariam entre o Ribeir�o Arrudas e o Mercado Municipal. O impulso ao desenvolvimento econ�mico de Minas na d�cada de 1920 teve como uma de suas marcas a implanta��o do pr�dio, custeado pelo governo do estado, para o funcionamento dos servi�os sob a responsabilidade da Uni�o. Na mensagem de 1925, que est� com a grafia da �poca, o ent�o presidente (n�o se falava ainda governador) do estado Fernando de Mello Vianna destacou os prop�sitos da iniciativa.  O entusiamo contagiou toda a sociedade. A Associa��o Comercial de Minas se manifestou (grafia da �poca): “...come�a a converter-se em realidade um dos id�aes mais antigos e mais desejados da grande classe, com o lan�amento da primeira pedra da Alfandega Central, alavanca m�xima do verdadeiro desenvolvimento mercantil do povo mineiro, e eixo de todos os progressos de nossas opera��es futuras”.

 

Aglaé Horta Fernandes Rodrigues, de 76 anos, aposentada, trabalhou no prédio durante 25 anos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Agla� Horta Fernandes Rodrigues, de 76 anos, aposentada, trabalhou no pr�dio durante 25 anos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Mensagem de Mello Vianna


“N�o pretendemos importar desde j� directamente todas as mercadorias que consome o Estado, nem a maior parte delas. T�o pouco cogitamos de crear novas correntes commerciaes nem de desviar as existentes. O que o Estado pretende, com a Alfandega, � suprimir intermedi�rios dispens�veis entre os importadores desta Capital, que j� � um grande emporio de commercio, e o exportador extrangeiro, permittindo que fiquem no Estado os lucros da importa��o das mercadorias de que se v�m abastecer em Bello- Horizonte grande parte da zona do Oeste, servida pela E.F. Oeste de Minas, parte do Triangulo Mineiro atravessada pela mesma via-ferrea, a regi�o do norte cortada pela E.F.Central e seus ramaes de Diamantina e Montes Claros e parte da Matta”.

Linha do Tempo

1923

Em 20 de julho, � autorizada a cria��o de uma alf�ndega em Minas. O local escolhido � a Pra�a Rio Branco, no Centro da capital, ao lado do Mercado Municipal, j� demolido

1925
Em 24 de agosto, come�am as obras de constru��o do pr�dio da alf�ndega, com o lan�amento da pedra fundamental pelo ent�o presidente do estado Fernando de Mello Vianna

1935
Pr�dio se torna sede da Secretaria de Agricultura, Ind�stria, Com�rcio e Trabalho, que, mais tarde, muda no nome para Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento

1988
Em 15 de mar�o, pr�dio constru�do pelo governo mineiro � tombado pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG)

1995
Em 1º de fevereiro, constru��o � tombada pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte

2000
Secretaria de Estado de Turismo transfere suas depend�ncias para o pr�dio

2005
Depois de restaurado, pr�dio passa a sediar a 1ª Regi�o Integrada de Seguran�a P�blica da Capital (1ª Risp)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)