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Estado de Minas

Temporada come�a mais cedo e ip�s-amarelos j� dividem espa�o com os rosas

Falta de chuva forte antecipou flora��o, afirma especialista da UFMG


postado em 29/07/2015 06:00 / atualizado em 29/07/2015 07:35

Ipê-amarelo na Rua Nancy de Vasconcelos Gomes, no Bairro Sagrada Família: professor da UFMG afirma que a floração será mais intensa este ano em Belo Horizonte(foto: FOTOS: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)
Ip�-amarelo na Rua Nancy de Vasconcelos Gomes, no Bairro Sagrada Fam�lia: professor da UFMG afirma que a flora��o ser� mais intensa este ano em Belo Horizonte (foto: FOTOS: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)

Agosto s� chega no s�bado, abrindo a temporada anual dos ip�s-amarelos, mas em muitas ruas de Belo Horizonte a �rvore s�mbolo do Brasil, em flor, j� d� o ar da sua gra�a. No Bairro Sagrada Fam�lia, na Regi�o Leste, e no S�o Lu�s, na Pampulha, h� exemplares que reluzem feito ouro e enchem de orgulho os moradores, cientes da import�ncia da flora urbana para humanizar a cidade, reduzir o estresse e colorir o dia a dia. Com a falta de chuvas fortes h� meses, a expectativa � que de a flora��o seja mais intensa este ano, prev� o professor Jo�o Renato Stehmann, do Departamento de Bot�nica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


Residente h� 30 anos na Rua Henrique Cabral, no S�o Lu�s, a enfermeira Catarina Bicalho Modesto Aliprandi, casada, m�e de tr�s filhos e se preparando para ser vov�, diz que a fam�lia inteira � apaixonada pelo ip�- amarelo. Em frente � resid�ncia h� dois deles, e Catarina revela o in�cio da admira��o pela �rvore. “Tudo come�ou no in�cio do s�culo 20. Meu av�, Luiz dos Santos Bicalho, falecido em 1950, era fazendeiro no distrito de Vi�oso, em Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata. Era o que se pode chamar de ‘bar�o do caf�’, um homem tamb�m muito severo.”

Naqueles tempos distantes, conta Catarina, a disputa pelas terras era um fato que poderia virar guerra no meio rural. “Mas no caso do meu av�, foi por causa de um ip� frondoso localizado bem na divisa da propriedade com o vizinho. Quando ele estava florido, de t�o bonito que era, o vizinho mudava a cerca de lugar, como se fosse dele; meu av�, muito bravo, n�o aceitava e ent�o voltava com o arame para o limite anterior. E assim iam brigando, sem maiores consequ�ncias, felizmente. A hist�ria passou de gera��o a gera��o e tomamos muito amor pelos ip�s-amarelos.”

Catarina Aliprandi, moradra da Pampulha: família inteira é apaixonada pelo ipê-amarelo, garante ela
Catarina Aliprandi, moradra da Pampulha: fam�lia inteira � apaixonada pelo ip�-amarelo, garante ela

No quintal da casa, Catarina guarda uma muda de bom tamanho, pronta para ir para o ch�o. Mas s�o as duas �rvores do passeio que chamam a aten��o. “A maior tem 32 anos, pois me lembro de que, quando a plantei, ela estava com uns dois anos. A outra, menor, nasceu com a semente da primeira. Pena que cortaram uma que havia bem ali”, aponta Catarina para o outro lado da rua. Sempre de olho nas copas, a enfermeira afirma que as flores chegaram mais cedo este ano. “Acredito que foi a falta de chuvas, embora n�o seja indicado molhar muito o ip�, s� de vez em quando”.

SINCRONIA O bot�nico Jo�o Renato Stehmann explica que o florescimento dos ip�s est� sincronizado com o clima. “Se o outono n�o tem chuvas, ocorre uma antecipa��o das flores, como ocorre agora. Se h� muita chuva, elas v�m mais tarde”, afirma. Em Minas, h� 20 esp�cies diferentes, com incid�ncia de cinco em Belo Horizonte (dois amarelos, rosa, branco e roxo) e vale destacar, segundo o bot�nico, que a flora��o dos ip�s-amarelos se d� numa �poca em que as demais �rvores est�o com a copa verde, s� com as folhas. “Ip�s-amarelos s�o nativos da mata atl�ntica e do cerrado e Belo Horizonte est� numa �rea de transi��o”, diz o professor, lembrando que, na sequ�ncia, vir�o o jacarand�-mimoso e a sibipiruna para colorir BH.

José Oscar Almeida, morador do Sagrada Família:
Jos� Oscar Almeida, morador do Sagrada Fam�lia: "Devemos preservar os ip�s"

Quem passa na Rua Nancy de Vasconcelos Gomes, na Sagrada Fam�lia, n�o deixa de admirar o ip� que se tornou refer�ncia na regi�o. Refletido no parabrisa dos autom�veis, salpicando os arbustos de flores que giram no ar ao cair ou formando tapetes no asfalto, a �rvore s� merece elogios do engenheiro Jos� Oscar de Almeida, morador h� 12 anos do bairro. “Sou de Itabira (na Regi�o Central), ent�o sempre admirei muito os ip�s. Para mim, as �rvores representam a vida e devemos preserv�-las a qualquer custo.”

Na tarde de ontem, Jos� Oscar n�o se cansava de admirar a bela moldura da rua onde mora. “Que seria de n�s se n�o houvesse �rvores assim? Uma vez, cortaram um ip� num lote vago logo ali. Foi triste. Ainda que retiraram uma palmeira-imperial e a transplantaram”, disse o engenheiro, com al�vio.

“Semana que vem, o meu ip� estar� maravilhoso. Estou na maior espera”, aguarda com ansiedade a dona de confec��o Vera Vieira, moradora da Rua Anhanguera, no Bairro Santa Tereza, tamb�m na Regi�o Leste. Para compensar, ela descansa os olhos, quando sai para trabalhar, nas buganv�lias que se debru�am sobre o muro do vizinho. Quem cuida � Jorge Lopes dos Santos, natural de Santa Maria do Sua�u�, na Regi�o do Rio Doce. “N�o sou jardineiro, s� empregado da casa e gosto muito de cuidar da natureza”, explica.

 

Enquanto isso...

...'Tapetes' de p�talas rosas

Os ip�s no tom rosa se despendem da capital, mas muitos ainda tingem as ruas, num belo espet�culo. De lembran�a, deixam nos asfalto tapetes formados pelas p�talas que caem bem devagarinho dos galhos. Quem passa na Rua Marechal Deodoro, no Bairro Floresta, na Regi�o Leste, pode admirar a nova paisagem. Mas � bom andar depressa e ter sorte, pois os garis t�m que fazer o seu servi�o e deixar as vias p�blicas limpas.


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