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Estado de Minas

Combina��o de calor e baixa umidade aumenta procura por servi�os m�dicos em BH

Com temperatura batendo recorde e umidade do ar em n�vel des�rtico, procura por atendimentos em unidades de sa�de e hospitais da rede p�blica municipal chegou a crescer 30% neste m�s


postado em 22/10/2015 06:00 / atualizado em 22/10/2015 06:56

Rita de Cássia Dias atende Michele de Queiroz com quadro que levou outros 12 pacientes à maca em dois dias(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)
Rita de C�ssia Dias atende Michele de Queiroz com quadro que levou outros 12 pacientes � maca em dois dias (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)

Com a temperatura batendo recorde hist�rico na �ltima semana em Belo Horizonte (37,4°C) e cuidados b�sicos com o corpo nem sempre sendo observados, a popula��o tem sentido na pele os efeitos do sol forte e da baixa umidade relativa do ar, que chegou � marca des�rtica de 12%. Resultado disso tem sido percebido em unidades de sa�de e hospitais da rede p�blica municipal, onde a m�dia di�ria de busca por atendimento chegou a crescer 30% neste m�s. Embora a partir de hoje os term�metros tendam a entrar em queda, com chuvas isoladas que tiveram in�cio ontem e devem prosseguir at� domingo, os cuidados para n�o sofrer com o calor devem se manter. De acordo com o meteorologista Luiz Ladeia, do Instituto Nacional de Meteorologia, a temperatura volta a subir a partir da semana que vem e os inc�modos v�o permanecer. Ontem, a marca chegou a 36,3°C na capital, e a umidade ficou em 21%, bem abaixo do n�vel considerado ideal, de 60%.

Nas unidades de pronto-atendimento da capital, as respostas do corpo a ondas de calor elevaram a m�dia de 300 atendimentos di�rios para 390. E no Hospital Odilon Behrens, onde a procura batia a casa de 500 pacientes diariamente, o n�mero saltou para 600. De acordo com a m�dica Paula Martins, integrante do Comit� Gestor de Urg�ncia e Emerg�ncia da Rede SUS-BH, o aumento, que n�o era esperado, veio acompanhado de maior gravidade dos casos. “Muitos pacientes t�m chegado com quadros graves de infec��o, j� com risco de um choque s�ptico”, afirma. Nessas condi��es, o doente pode ter paradas card�acas ou respirat�rias, fal�ncia de algum �rg�o, e at� falecer. Segundo a especialista, a maior parte dos atendimentos tem sido motivada por doen�as gastrointestinais, mas h� tamb�m alta demanda para doen�as respirat�rias, oftalmol�gicas e dermatol�gicas . Na rede municipal, os atendimentos por traumas ortop�dicos tamb�m cresceram, motivados pelo uso crescente de motocicletas e pela pr�tica de esportes ao ar livre.

Ainda de acordo com ela, nenhum caso de insola��o foi registrado este m�s nas unidades de sa�de. No entanto, somente at� setembro foram 51 ocorr�ncias do tipo no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, da Rede Fhemig. Na Maternidade Odete Valadares, tamb�m da Fhemig, bem como nos hospitais municipais, a falta de ar-condicionado em enfermarias aumenta o inc�modo de pacientes. No Hospital das Cl�nicas da UFMG, houve pane na refrigera��o de ar que funciona em parte da unidade, mas ontem o problema j� estava contornado.

EFEITO-DOMIN� Na casa da vendedora Ana F�bia Souto Brand�o, de 40 anos, n�o houve quem escapasse ileso dos problemas de sa�de relacionados ao calor. H� uma semana, foi o filho mais velho, Gabriel Brand�o, de 8 anos, que apresentou quadro de febre, v�mito, diarreia e desidrata��o. Na �ltima sexta-feira, o irm�o Miguel, de 1 ano, precisou tomar medica��o venosa, pelos mesmos sintomas. Em seguida, foi a vez de Ana e do marido, Luciano, ficarem doentes. “No hospital, a m�dica disse que todos tivemos uma virose, comum para esta �poca do ano, por causa do calor. Estamos nos hidratando mais e na mesa s� est�o indo alimentos leves.”

A auxiliar administrativo Michele Beatriz de Queiroz, de 34, tamb�m passou muito mal por causa da desidrata��o. Ontem, ela foi atendida no Centro de Sa�de Pompeia, na Regi�o Leste de BH, onde tamb�m aumentou a demanda. “Fiquei muito fraca e at� desmaiei no trabalho. Comecei a passar mal � 1h da manh� e at� as 11h eu n�o parava de vomitar”, contou. Segundo m�dica que a atendeu, Rita de C�ssia Meira Dias, entre ontem e anteontem foram 12 casos semelhantes.

Diretor do Hospital Infantil Jo�o Paulo II, da Fhemig, Luis Fernando Andrade de Carvalho explica a mudan�a de atendimentos na unidade e faz outra recomenda��o. Segundo ele, ainda que n�o tenha havido aumento no n�mero de pacientes, as demandas por tratamento para casos respirat�rios foram substitu�das por doen�as relacionadas ao calor. “Crian�as, bem como de idosos, sofrem rapidamente com o quadro de desidrata��o. � preciso ficar atento diante de qualquer sintoma”, alerta.

Enquanto isso...

Calor gera alerta em todo o mundo

Os primeiros nove meses do ano bateram recordes de calor no mundo inteiro, o que representa mais um ind�cio de que os riscos do aquecimento global continuam a se intensificar. O alerta foi dado ontem por especialistas do governo norte-americano. O m�s passado foi “o setembro com maior temperatura no registro 1880-2015, superando o recorde anterior, batido no ano passado”, informou a Administra��o Oce�nica e Atmosf�rica Nacional. O �ltimo boletim coloca 2015 mais perto de tirar de 2014 o t�tulo de ano mais quente dos tempos modernos. Os cientistas descobriram que setembro superou em 0,9°C a temperatura m�dia do s�culo 20.


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