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Estado de Minas

Tsunami de lama avan�a mais de 100 quil�metros e pode chegar ao Esp�rito Santo

Ap�s arrasar Bento Rodrigues, deixando pelo menos 13 desaparecidos, mancha de res�duos inunda distritos e cidades e j� corre pelo Rio Doce. Barragens operam para amortecer danos


postado em 07/11/2015 06:00 / atualizado em 10/11/2015 11:38

 

Número de vítimas no primeiro povoado atingido ainda é incerto(foto: Corpo de Bombeiros/divulgação)
N�mero de v�timas no primeiro povoado atingido ainda � incerto (foto: Corpo de Bombeiros/divulga��o)

O vagalh�o de �gua, lama e rejeitos liberado pela maior trag�dia da minera��o na hist�ria de Minas Gerais atingiu ontem a Bacia do Rio Doce, varrendo pelo caminho povoados, cidades e cursos d’�gua e acrescentando uma nova d�vida �s dezenas de perguntas ainda sem respostas em torno do desastre: at� onde chegar�o os danos ambientais causados pelo rompimento de barragens da mineradora Samarco? Ap�s arrasar o povoado de Bento Rodrigues, a mancha atingiu os cinco distritos de Mariana pelo caminho e fez o Rio Gualaxo do Norte subir repentinamente cinco metros, inundando a cidade vizinha de Barra Longa. Agora, avan�a por um dos maiores rios de Minas – j� castigado pela crise h�drica e pela polui��o – e amea�a afetar munic�pios at� no Esp�rito Santo, onde o manancial des�gua no Atl�ntico. O alerta foi emitido pelo Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM), que mant�m monitoramento de hora em hora da bacia. Segundo o �rg�o, a onda se desloca pela calha do Rio Doce, onde atingiu a Usina Risoleta Neves (Candonga), a 111 quil�metros de Mariana, logo na manh� de ontem. A previs�o � de que Governador Valadares, a maior cidade mineira no curso do acidente, sinta os efeitos na madrugada de amanh�.

Segundo a Ag�ncia Nacional de �guas, o Operador Nacional do Sistema El�trico est� coordenando manobras em regime especial em barragens ao longo da bacia, para amortecer o volume da onda. Pelo menos 15 cidades s�o alertadas sobre efeitos do tsunami que liberou de uma vez volume de rejeitos equivalente ao rompimento simult�neo de nove represas do porte da Pampulha, em BH. No caminho, al�m de Valadares est�o Ponte Nova, Nova Era, Ant�nio Dias, Coronel Fabriciano, Tim�teo, Ipatinga, Tumiritinga, Resplendor, Galileia, Conselheiro Pena e Aimor�s, em Minas. Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Esp�rito Santo, j� foram alertados para o risco de enchentes.

Ap�s receber o alerta da CPRM, a C�mara T�cnica de Gest�o de Eventos Cr�ticos (CTGEC) do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce divulgou alerta para altera��o abrupta do n�vel d’�gua, raz�o pela qual recomenda aos usu�rios que protejam suas instala��es de capta��o durante a passagem da cheia. N�o h� raz�es para alarme sobre inunda��es nos munic�pios.
 Mistura de água e rejeitos continuou causando prejuízos e na madrugada chegou pela calha do Rio Gualaxo do Norte ao município de Barra Longa(foto: Jair Amaral/EM/D. A Press)
Mistura de �gua e rejeitos continuou causando preju�zos e na madrugada chegou pela calha do Rio Gualaxo do Norte ao munic�pio de Barra Longa (foto: Jair Amaral/EM/D. A Press)

BUSCAS E DESESPERO

Em Mariana, quem j� havia enfrentado a f�ria da lama se dividia entre a inseguran�a, a perplexidade e o desespero. A situa��o � pior para parentes de desaparecidos. Ontem, os n�meros continuavam conflitantes. A Samarco estimava 13 trabalhadores sumidos na �rea da Mina do Germano, onde estourou a barragem de rejeitos e uma represa de �gua. O sindicato dos trabalhadores (Metabase) em Mariana falava em 15 oper�rios e entre 10 e 15 moradores de Bento Rodrigues cujo destino ainda era desconhecido. Apenas uma morte est� oficialmente confirmada. Um segundo �bito chegou a ser contabilizado, mas n�o foi estabelecida liga��o com o desastre. Cerca de 500 pessoas foram resgatadas ao longo do dia e autoridades trabalhavam no cruzamento de informa��es para chegar ao real n�mero de v�timas procuradas.

A Samarco admitiu que n�o houve alerta sonoro para alertar moradores que estavam no caminho da onda de lama, trabalho que foi feito por liga��es telef�nicas. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais condenou a situa��o e informou que o alarme � obrigat�rio. O MP critica tamb�m a pol�tica de licenciamento de empreendimentos do tipo mantida pelo governo do estado, sustentando que faltam crit�rios t�cnicos, a fiscaliza��o � omissa e nem as estruturas devidamente licenciadas t�m seguran�a garantida. A Coordena��o das Promotorias de Meio Ambiente instaurou investiga��o para apurar a trag�dia, com prazo de 30 dias para conclus�o. N�o est� descartado pedido de revoga��o de licen�a da mineradora ao fim do processo, que mobiliza 12 promotores.


ABALOS

Fazem parte da investiga��o do MP tremores de terra que foram confirmados por sism�grafos de Bras�lia e S�o Paulo nas proximidades da estrutura que entrou em colapso. O desafio agora � definir qual pode ser a rela��o dos abalos com a trag�dia. Est� em apura��o tamb�m uma suposta explos�o de uma mina da Mineradora Vale, do mesmo grupo da Samarco, que ocorreu em hor�rio pr�ximo ao do rompimento do reservat�rio de rejeitos. Por�m, promotores s�o claros ao sustentar que a estrutura que se rompeu deveria ter capacidade para absorver ambos os fen�menos.

 


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