
Segundo a Ag�ncia Nacional de �guas, o Operador Nacional do Sistema El�trico est� coordenando manobras em regime especial em barragens ao longo da bacia, para amortecer o volume da onda. Pelo menos 15 cidades s�o alertadas sobre efeitos do tsunami que liberou de uma vez volume de rejeitos equivalente ao rompimento simult�neo de nove represas do porte da Pampulha, em BH. No caminho, al�m de Valadares est�o Ponte Nova, Nova Era, Ant�nio Dias, Coronel Fabriciano, Tim�teo, Ipatinga, Tumiritinga, Resplendor, Galileia, Conselheiro Pena e Aimor�s, em Minas. Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Esp�rito Santo, j� foram alertados para o risco de enchentes.
Ap�s receber o alerta da CPRM, a C�mara T�cnica de Gest�o de Eventos Cr�ticos (CTGEC) do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce divulgou alerta para altera��o abrupta do n�vel d’�gua, raz�o pela qual recomenda aos usu�rios que protejam suas instala��es de capta��o durante a passagem da cheia. N�o h� raz�es para alarme sobre inunda��es nos munic�pios.

BUSCAS E DESESPERO
Em Mariana, quem j� havia enfrentado a f�ria da lama se dividia entre a inseguran�a, a perplexidade e o desespero. A situa��o � pior para parentes de desaparecidos. Ontem, os n�meros continuavam conflitantes. A Samarco estimava 13 trabalhadores sumidos na �rea da Mina do Germano, onde estourou a barragem de rejeitos e uma represa de �gua. O sindicato dos trabalhadores (Metabase) em Mariana falava em 15 oper�rios e entre 10 e 15 moradores de Bento Rodrigues cujo destino ainda era desconhecido. Apenas uma morte est� oficialmente confirmada. Um segundo �bito chegou a ser contabilizado, mas n�o foi estabelecida liga��o com o desastre. Cerca de 500 pessoas foram resgatadas ao longo do dia e autoridades trabalhavam no cruzamento de informa��es para chegar ao real n�mero de v�timas procuradas.
A Samarco admitiu que n�o houve alerta sonoro para alertar moradores que estavam no caminho da onda de lama, trabalho que foi feito por liga��es telef�nicas. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais condenou a situa��o e informou que o alarme � obrigat�rio. O MP critica tamb�m a pol�tica de licenciamento de empreendimentos do tipo mantida pelo governo do estado, sustentando que faltam crit�rios t�cnicos, a fiscaliza��o � omissa e nem as estruturas devidamente licenciadas t�m seguran�a garantida. A Coordena��o das Promotorias de Meio Ambiente instaurou investiga��o para apurar a trag�dia, com prazo de 30 dias para conclus�o. N�o est� descartado pedido de revoga��o de licen�a da mineradora ao fim do processo, que mobiliza 12 promotores.
ABALOS
Fazem parte da investiga��o do MP tremores de terra que foram confirmados por sism�grafos de Bras�lia e S�o Paulo nas proximidades da estrutura que entrou em colapso. O desafio agora � definir qual pode ser a rela��o dos abalos com a trag�dia. Est� em apura��o tamb�m uma suposta explos�o de uma mina da Mineradora Vale, do mesmo grupo da Samarco, que ocorreu em hor�rio pr�ximo ao do rompimento do reservat�rio de rejeitos. Por�m, promotores s�o claros ao sustentar que a estrutura que se rompeu deveria ter capacidade para absorver ambos os fen�menos.