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Estado de Minas

Recupera��o ambiental na regi�o de Bento Rodrigues vai demorar de 10 a 15 anos

H� quem defenda revis�o dos modelos de explora��o de min�rio


postado em 07/11/2015 06:00 / atualizado em 10/11/2015 11:38

Com a ruptura da barragem, a comunidade de Bento Rodrigues, vegetação, margem e leito de rios foram tomados pela lama: inicialmente, foi descartado risco de material ser tóxico(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS )
Com a ruptura da barragem, a comunidade de Bento Rodrigues, vegeta��o, margem e leito de rios foram tomados pela lama: inicialmente, foi descartado risco de material ser t�xico (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS )

Se a trag�dia que devastou o subdistrito de Bento Rodrigues vai demorar a ser superada pelos moradores, a natureza tamb�m vai cobrar o seu tempo pela recupera��o. Especialistas estimam que v� demorar pelo menos uma d�cada para que a vegeta��o se restabele�a na regi�o engolida pela lama, possibilitando o desenvolvimento de um novo ecossistema. A revitaliza��o total, por�m, � dif�cil de determinar, j� que foram atingidas margem e leito dos rios e a pr�pria comunidade.

“O que aconteceu foi uma degrada��o total pelo rompimento da estrutura vegetativa. Daqui um tempo, o solo vai aproveitar este material que veio com a lama: ferro, s�lica, f�sforo, mangan�s, alimentos naturais das plantas. As experi�ncias que temos mostram que, depois de 10, 15 anos, a recupera��o da vegeta��o � quase plena”, explicou o gerente de meio ambiente da Fiemg, Wagner Soares Costa. “O que pode acontecer � que algumas esp�cies tenham sensibilidade maior, sendo extintas naquela regi�o.”

Segundo Wagner, a partir desta revegeta��o, animais como roedores retornam, reequilibrando a cadeia alimentar. “Neste momento, pelas imagens, ficamos assustados, mas depois tudo se adequa. Vamos ter uma v�rzea, que � rica organicamente e, em tr�s, quatro anos, se tudo ocorrer bem, alguma evolu��o”, detalha.

Para o ge�logo Allaoua Saadi, do Departamento de Geografia do Instituto de Geoci�ncias da UFMG, o tempo de regenera��o � dif�cil de determinar. “S�o muitos fatores envolvidos. Temos a quest�o da natureza e da sociedade, que caminham juntas. Leitos e margens dos rios foram afetados e cada um vai ter uma rea��o diferente. A gente s� vai saber quando tiver acesso � �rea”, afirmou. “Do ponto de vista social, a quest�o tamb�m � complexa: essas pessoas v�o querer continuar vivendo l�? Fechar a mina � impens�vel, pois sabemos o impacto econ�mico”, completou.

H� avalia��es bastante negativas, como a da coordenadora do Grupo de Estudos em Tem�ticas Ambientais (Gesta) da UFMG, Andr�a Zhouri. “Em geral, s�o trabalhadores que viviam ali que ter�o de ser realocados, porque ser� invi�vel voltar a morar na �rea devastada. S�o mais de 10 quil�metros de lama, n�o tem recupera��o”, alertou. “A regi�o est� saturada da minera��o e n�o � mais prudente licenciar obras. � um modelo colonial, ultrapassado, que precisamos discutir e rever.”
 (foto: Corpo de Bombeiros/divulgação)
(foto: Corpo de Bombeiros/divulga��o)

Materiais t�xicos
Especialistas afastaram, em princ�pio, a hip�tese de haver materiais t�xicos. “Esse tipo de minera��o s� faz lavagem do min�rio. Em primeira avalia��o, o poluente n�o � muito grave. Tem que se fazer an�lise, pois se tiver algum material t�xico, como ars�nio, zinco, por exemplo, precisar� ser investigado e cobradas explica��es”, afirma Saadi.

 


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