Carnaval de Belo Horizonte ter� p�blico recorde, menos recurso e mais restri��es

A duas semanas do in�cio dos batuques de carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte e �rg�os de seguran�a anunciam as diretrizes da festa momesca, que deve atrair 1,6 milh�o de pessoas, p�blico recorde na capital desde o retorno dos blocos de rua. O an�ncio das regras trouxe mudan�as em 2016, como menos dinheiro para organiza��o da festa e aus�ncia de palcos na Savassi. Al�m dessas, uma outra criou impasse entre blocos e autoridades p�blicas. Nessa sexta-feira, o Corpo de Bombeiros informou que grupos que usam trio el�trico nos desfiles e os eventos realizados em locais fechados, com mais de 3 mil pessoas, devem ter projeto aprovado pela corpora��o. A argumenta��o dos Bombeiros � de que as exig�ncias foram criadas para garantir seguran�a � popula��o, mas organizadores de blocos contestam. No Bairro Santa Tereza, o hor�rio da folia fica limitado at� as 19h.

Os documentos, obrigatoriamente entregues com 10 dias �teis de anteced�ncia, devem conter informa��es como estimativa de p�blico, sinaliza��o e ilumina��o de emerg�ncia e previs�o de brigadistas no caso de festas em locais fechados. Itiner�rio, passagem por aclives ou declives, por t�neis ou pr�ximo a linhas de transmiss�o de energia, al�m da altura do ve�culo, s�o alguns dos dados que devem constar nos projetos para desfiles com trios el�tricos. Como o prazo � de 10 dias �teis anteriores ao evento, aqueles que v�o iniciar os desfiles no s�bado de carnaval j� devem apresentar o projeto na segunda-feira. Os bombeiros ter�o at� oito dias para analisar os documentos, j� que a vistoria deve ser feita at� dois dias antes.

“� importante usar esse prazo, para n�o haver nenhum problema �s v�speras do evento”, afirma o tenente Fabr�cio Rocha, da Divis�o de Auditoria da Diretoria de Atividades T�cnicas do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, mais de 40 blocos pretendem usar trios el�tricos em desfiles na cidade. Por outro lado, organizadores defendem que os blocos de rua n�o se caracterizam como evento e sim como manifesta��o art�stica. E afirmam que a norma foi imposta muito em cima da hora e que, em alguns casos, h� grupos que n�o teriam tempo suficiente para apresenta��o do projeto.

� o que defende Marcela Pieri , uma das integrantes do bloco Juventude Bronzeada,  que se concentra na Pra�a Lions, no Bairro Floresta, e de l� parte para desfilar nas imedia��es, com uso de um minitrio el�trico. Nesta terceira edi��o do bloco surgido em 2014, a expectativa � reunir cerca de 15 mil pessoas. “Fizemos o cadastro na Prefeitura e, em nenhum momento, n�o nos foi informada a necessidade desse projeto pela administra��o municipal nem pelos Bombeiros”, afirma. “Os blocos  s�o caracterizados como manifesta��o cultural e t�m direito de ir � rua. E existe uma obriga��o legal dos �rg�os de seguran�a de proteger essa manifesta��o”, disse Marcela, lembrando que o grupo est� aberto ao di�logo com os bombeiros sobre como sair com seguran�a. “Mas a gente n�o pode estar sujeito a imposi��es”, afirmou.

Neste ano, a capital prev� reunir cerca de 1,6 milh�o de pessoas, 100 mil a mais do que o ano passado. Do p�blico esperado para 2016, a expectativa da Belotur � que 1,3 milh�o de foli�es participem dos desfiles dos blocos carnavalescos, que viraram os grandes atrativos da folia.

Uma das novidades do carnaval � a estrat�gia para a Savassi. N�o haver� a instala��o de palcos fixos na regi�o. De acordo com a Belotur, a regi�o vai funcionar como um espa�o de passagem dos blocos e foli�es. “A Savassi chegou ao seu limite”, observou a presidente da Belotur, Cl�udia Pedrozo.

INVESTIMENTO Os recursos totais para o carnaval de 2016 sofreram uma redu��o em rela��o ao ano passado. Em 2015, cerca de R$ 5, 7 milh�es – R$ 3,5 milh�es da iniciativa privada e R$ 2,2 milh�es da prefeitura – foram empregados na realiza��o da festa. Neste ano, a cidade recebeu R$ 3,372 milh�es, sendo R$ 2,4 milh�es dos cofres p�blicos e o restante dos patrocinadores. J� os repasses financeiros para as escolas de samba e blocos caricatos tiveram aumento de 25%. Em 2015, o valor destinado �s agremia��es foi de R$ 40 mil e aos blocos, 20 mil.  Neste ano, as escolas receber�o R$ 50 mil e os blocos, R$ 25 mil.

Para atender � demanda de p�blico, a prefeitura credenciou 3.426 mil vendedores ambulantes, n�mero tr�s vezes superior ao do ano passado. Oito mil banheiros qu�micos v�o servir a popula��o. O desfile oficial das sete escolas de samba e dos 10 blocos caricatos foi mantido na Avenida Afonso Pena, no Centro, que vai receber uma arquibancada com capacidade para 2 mil pessoas. Tr�s palcos fixos ser�o instalados na Pra�a da Esta��o, na Avenida Brasil e no Parque Municipal. Todas as regionais da cidade ter�o uma programa��o especial, com atra��es diurnas.

CARA NOVA
Principais mudan�as no carnaval 2016

» SEGURAN�A
Blocos que usem trios el�tricos ou eventos realizados em locais fechados precisam apresentar um projeto para evento tempor�rio, uma esp�cie de plano de seguran�a em que conste itiner�rio do bloco, n�mero de foli�es, previs�o de brigadistas, entre outras informa��es.

» SAVASSI
Ponto tradicional de concentra��o na capital, n�o ter� instala��o de palcos fixos – diferentemente do que ocorreu no ano passado – e vai funcionar como um espa�o de passagem dos blocos e foli�es.

» SANTA TEREZA
Termo firmado entre moradores e o Minist�rio P�blico Estadual (MPE) limita o hor�rio da apresenta��o dos bloco at� as 19h no tradicional bairro da Regi�o Leste.

» TRANSPORTE GRATUITO
Uma linha de �nibus foi criada e 14 ve�culos v�o circular na Avenida do Contorno, de 6 a 9 de fevereiro, das 10h �s 20h. O custo do servi�o ser� financiado por um dos patrocinadores do evento.

N�MEROS

1,6 milh�o de pessoas devem participar do carnaval em BH; 100 mil a mais do que o ano passado

3.426 vendedores ambulantes foram credenciados pela Prefeitura, n�mero tr�s vezes maior que no ano passado

8 mil banheiros qu�micos instalados em vias p�blicas v�o servir a popula��o

R$3,372 milh�es ser�o investidos no carnaval de BH, sendo R$ 2,4 milh�es dos cofres p�blicos e o restante dos patrocinadores; no ano passado foram R$ 5,7 milh�es