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Estado de Minas

Matriz de Paracatu chega a seis meses de interdi��o sem perspectiva de resgate

Obra de igreja que tem 270 anos foi or�ada em R$ 550 mil. N�o h� perspectiva de abertura aos fi�is e � visita��o tur�stica


postado em 15/03/2016 06:00 / atualizado em 15/03/2016 08:06

A historiadora Terezinha Guimarães explica que a construção segue estilo jesuítico, com características mais próximas dos templos católicos de Goiás(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
A historiadora Terezinha Guimar�es explica que a constru��o segue estilo jesu�tico, com caracter�sticas mais pr�ximas dos templos cat�licos de Goi�s (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)

Paracatu
– Hist�ria interrompida, fi�is consternados e solu��o em compasso de espera. Ao completar 270 anos de constru��o, a Matriz de Santo Ant�nio, no Centro de Paracatu, na Regi�o Noroeste, est� com as portas fechadas, impedindo que cat�licos participem das cerim�nias e os visitantes de ver um templo com caracter�sticas �nicas no pa�s. A interdi��o j� dura seis meses. “Estou triste com a situa��o, pois sempre vim aqui para rezar. Este local marca a religiosidade da cidade e tem grande import�ncia para nossa vida”, diz a fazendeira T�nia Maria Monteiro da Silva, de 65 anos, que mant�m o h�bito de longa data, fazendo as ora��es “no Sant�ssimo”, pequena capela lateral ligada � matriz.

Tombada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) desde 1962, a matriz em honra ao padroeiro de Paracatu tem seus maiores problemas na cobertura, com madeiras atacadas pelos cupins, afirma o titular da Par�quia Catedral de Santo Ant�nio, monsenhor Jo�o C�sar Teixeira de Melo. Ele explica que a par�quia n�o tem recursos para bancar a reforma, or�ada em R$ 550 mil, sendo necess�rio, portanto, que os fi�is se mantenham distantes para evitar acidentes.

“Dentro de alguns dias, o Sant�ssimo tamb�m ser� fechado”, diz o p�roco, que foi obrigado a transferir missas e outras celebra��es, como batizados e casamentos, para as capelas do Ros�rio e de S�o Vicente. O tr�nsito intenso � outro fator de risco para a matriz, favorecendo ainda a degrada��o, o deslocamento de telhas e a consequente infiltra��o da �gua de chuva. O Centro Hist�rico de Paracatu, cujo n�cleo primitivo (Arraial de S�o Luiz e Santana da Minas do Paracatu) surgiu em meados do s�culo 18, est� sob tombamento federal desde 2010. Ap�s entendimentos, t�cnicos da autarquia federal, da prefeitura e a par�quia decidiram interditar o templo.

O secret�rio municipal de Cultura, Isac Costa Arruda, acredita que a obra de reforma do telhado dever� come�ar no m�s que vem. Ele informa que o projeto j� foi encaminhado � superintend�ncia do Iphan, em Belo Horizonte, que sinalizou com recursos de R$ 160 mil, ficando a cargo da prefeitura local a contrapartida de R$ 400 mil. “O projeto contempla inicialmente a cobertura. H� alguns anos, foi feita a restaura��o dos altares, mas a prioridade deveria ser o telhado, a fim de evitar a deteriora��o”, diz o secret�rio.

O Iphan, via assessoria de imprensa, confirma que a autarquia federal vai assinar com a prefeitura conv�nio no valor de R$ 160 mil para a restaura��o da cobertura e dos beirais da igreja. No entanto, ap�s an�lise pelos t�cnicos do �rg�o, foi solicitada � prefeitura revis�o da planilha or�ament�ria e especifica��o mais detalhada dos servi�os a serem executados. Os t�cnicos, agora, aguardam a revis�o da administra��o municipal para dar seguimento ao processo.

HIST�RIA Apaixonada pelo patrim�nio cultural de sua terra e pelos fatos relevantes que marcam os quase tr�s s�culos de Paracatu, a historiadora Terezinha de Jesus Santana Guimar�es, da Secretaria Municipal de Cultura, passa quase diariamente em frente � Matriz de Santo Ant�nio, e aguarda com muita esperan�a a reabertura. “Conforme as fontes que consultamos, a igreja foi constru�da pelo padre Ant�nio Mendes Santiago, em 1746, mas demorou 50 anos para ficar pronta”, conta Terezinha, que faz um trabalho de educa��o patrimonial com estudantes da rede municipal. “Ela � diferente da arquitetura barroca de cidades como Ouro Preto, seguindo o estilo jesu�tico, com caracter�sticas mais pr�ximas dos templos cat�licos de Goi�s”, diz Terezinha.

Os estudos mostram que a igreja foi edificada em linhas s�brias e de fachada austera do aut�ntico barroco, apresentando altares em cedro. Ela conta que o altar-mor pertenceu � primitiva Igreja de Sant’Anna, que ficava no Bairro Santana, o mais antigo do munic�pio. “Na d�cada de 1930, com a degrada��o da igreja, os moradores retiraram o altar e o levaram, em carro de boi, para a matriz, de forma a n�o perder o acervo”, explica.

“O modelo arquitet�nico pode ser considerado uma evolu��o dos projetos jesu�ticos seiscentistas. A aus�ncia de torres � caracter�stica marcante desse modelo. Na fachada, sobressai o corpo da nave, dominado pela grande portada, pelas janelas do coro e pelo �culo”, explica Terezinha. J� as naves laterais s�o marcadas por volumes mais baixos.

Numa reforma em 1950, a igreja perdeu a escadaria, os pilares e seu cruzeiro, mas a fileira de palmeiras continuou. Uma curiosidade � que foram plantadas, uma a uma, pelo major Dem�stenes Roriz, a cada vez que um filho seu nascia. A �ltima interven��o ocorreu em 1988.


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