
Com o per�odo de seca longe do fim, Minas Gerais j� registra recorde de focos de calor e entra em alerta para a possibilidade de uma temporada de inc�ndios mais rigorosa. De janeiro at� ontem, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) a partir de sat�lites de monitoramento indicaram a ocorr�ncia de 13.213 focos de calor este ano, 109% a mais que no mesmo per�odo de 2015 (6.136). O n�mero � o maior desde que a medi��o come�ou, em 1997.
A multiplica��o dos focos ocorre tamb�m nas unidades de conserva��o estaduais. J� foram identificados 1.776 focos de calor nesses locais este ano, n�mero 27,2% superior aos 1.396 registrados no mesmo per�odo do ano passado. No fim de semana, um inc�ndio foi controlado na Serra do Rola Mo�a por brigadistas e bombeiros que atuam na unidade. No Parque Estadual Serra Verde, entre Belo Horizonte e Vespasiano, tr�s inc�ndios destru�ram recentemente mais de 20% da �rea de conserva��o, que fica atr�s da Cidade Administrativa, o �ltimo deles no dia 16.
Apesar do alto n�mero de focos de calor, o que exige aten��o � preven��o e combate ao fogo, o uso de avi�es para despejar �gua sobre as chamas, que ajudaram na temporada de inc�ndios do ano passado, ainda n�o est� garantido este ano. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), aeronaves do modelo airtractor ainda n�o foram alugadas. No ano passado, 10 avi�es do tipo foram usados para combater grandes inc�ndios em unidades de conserva��o como a Serra do Rola Mo�a (estadual) e a Serra do Cip� (federal).
Para o diretor de preven��o e combate a inc�ndios florestais da Semad, Rodrigo Belo, o uso dos airtractors � fundamental e a aus�ncia das aeronaves pode comprometer o trabalho em solo. “O mais importante � o homem em campo, mas a aeronave consegue combater as chamas em locais �ngremes demais para se chegar e ainda ajuda quem est� em campo. Abre caminho pela mata ao despejar �gua sobre o inc�ndio e resfria a �rea para que os brigadistas e bombeiros possam entrar”, explica.
Segundo ele, o or�amento para a preven��o e combate era de R$ 25 milh�es, mas o aprovado at� agora � de R$ 8 milh�es. “O pedido para alugar os avi�es airtractors foi feito e est� sendo analisado pela Secretaria de Planejamento e pela Secretaria de Fazenda. Mas, quando os grandes inc�ndios come�arem a ocorrer, entre setembro e outubro, o aluguel dos avi�es acabar� sendo inevit�vel”, disse Belo.

“Quem mais p�e fogo aqui s�o as crian�as, que soltam papagaios nos bairros vizinhos. Queimam a vegeta��o para abrir caminho para recuperar as pipas que ficam presas nas �rvores”, afirma Rodrigo Belo. “A maior parte dos inc�ndios � criminosa, iniciada pelo homem. Seja para queimar lixo, para abrir pastagens, ampliar �rea de plantio ou apenas para ver o fogo queimando o mato, por mais impressionante que isso possa parecer. A segunda maior causa � a queda de raios”, acrescentou Belo.
De acordo com a Semad, a for�a-tarefa montada para combater os inc�ndios florestais no estado foi refor�ada pela contrata��o de 381 brigadistas tempor�rios, que trabalham com bombeiros, guardas dos parques e policiais. O combate a�reo � feito com cinco helic�pteros, sendo dois da secretaria, dois dos bombeiros e um da Pol�cia Civil, al�m das aeronaves da Pol�cia Militar que podem ser empenhadas em diferentes regi�es do estado. Tr�s avi�es de monitoramento e transporte tamb�m auxiliam levando combatentes e equipamentos e identificando focos em lugares muito extensos e isolados.