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Estado de Minas

Estudante de BH quer entrar no Guinness com maquetes feitas de lixo eletr�nico

Lixo eletr�nico ergue maquetes pelas m�os de Rafael dos Santos Silva, que espera divulga��o de recordes no Guinness e no RankBrasil. De quebra, ele quer que seu trabalho incentive a pr�tica da reciclagem


postado em 10/08/2016 06:00 / atualizado em 10/08/2016 07:55

Rafael dos Santos Silva usou 1.908 peças de lixo eletrônico para montar suas cidades, em trabalho desenvolvido durante sete meses(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Rafael dos Santos Silva usou 1.908 pe�as de lixo eletr�nico para montar suas cidades, em trabalho desenvolvido durante sete meses (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)
Eis que do lixo nasce uma cidade. N�o uma cidade qualquer nem feita pelos moldes tradicionais. Pelas m�os e pelas ideias do estudante de arquitetura e urbanismo Rafael dos Santos Silva, de 29 anos, lugares surgem a partir do lixo eletr�nico. Dissipadores de calor de placas-m�e de computadores, CPUs, modens, cartuchos e at� disquetes se tornam pr�dios, ind�strias, aeroportos... Tudo isso em escala diminuta. As miniaturas come�aram a tomar forma h� sete meses e foram conclu�das h� algumas semanas, resultado da criatividade, do esp�rito art�stico e dos conhecimentos em inform�tica do rapaz. Hoje, o trabalho de nove cidades constru�das com pe�as que seriam descartadas espera para entrar em dois livros de recordes: o Guinness e o RankBrasil.


Era v�spera de carnaval e o universit�rio estava � toa em casa quando enxergou, num dissipador que estava em cima de um m�vel do quarto, a figura de um pr�dio. Assim v�m as ideias. Ele olha e percebe potencial que ningu�m mais avista naquilo que foi descartado. Aluno do 5º per�odo do Centro Universit�rio UNA, usou um pente de mem�ria e um roteador wi-fi como bases do primeiro edif�cio. E come�ou a via-sacra para conseguir mais material.

Rafael pediu ajuda dos colegas t�cnicos em inform�tica para ter acesso � sucata e se deparou com uma placa-m�e que, na vis�o do jovem, parecia uma cidade. “Fui atr�s de amigos, algumas lojas e, infelizmente, achei at� alguns objetos na rua. Mas gostei de reciclar. Desempregado, abri m�o de procurar emprego para focar nesse trabalho”, conta. Quatro meses reaproveitando material lhe renderam uma quantidade e tanto de mat�ria-prima. Desmontadas, as pe�as encheram 11 caixas de papel�o de aproximadamente 50 cent�metros de comprimento.

Pega, junta, desmonta, monta. “Sempre gostei de montar quebra-cabe�a. Fiz a maioria das miniaturas de madrugada, que � quando consigo usar mais a imagina��o”, diz. Tr�s meses e meio se passaram no processo de montagem. O desejo era fazer uma maquete de 2 metros de uma cidade, mas n�o encontrou nenhum material grande o suficiente para dar suporte. O jeito foi aproveitar duas bases de papel�o achadas numa gr�fica, que de t�o fortes pareciam madeira. Uma delas, de 1,70 metro de comprimento, foi usada para sustentar a cidade. Outra, de 1,40m, para montar um aeroporto.

Al�m delas, Rafael se aventurou ainda na confec��o de outras sete cidades, cujas bases s�o a lateral de CPU. “Constru� a primeira cidade, que tem 60 pr�dios, uma subesta��o de energia e uma ind�stria, numa escala de 1 para 200. A cada momento vinham novas ideias. Queria um disquete, por exemplo. Rodei BH e n�o achei. Consegui com uma tia, que tinha 80 deles guardados”, afirma. Os discos foram usados para fazer as plataformas de embarque e desembarque do aeroporto que, sem escala exata, foi feito com base em propor��es. At� mesmo um teclado virou pr�dio, numa maquete de escala de 1 para 100. O resultado de sete meses de trabalho � uma maquete feita quase totalmente com 1.908 pe�as de lixo eletr�nico. O custo da fa�anha impressiona: o estudante gastou menos de R$ 100.

Parte da 'cidade principal', formada por 60 prédios, uma indústria e uma subestação de energia elétrica(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Parte da 'cidade principal', formada por 60 pr�dios, uma ind�stria e uma subesta��o de energia el�trica (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)
Rafael est� agora ansioso para mostrar ao mundo o que fez. O mineiro espera para o fim do m�s que vem resultado do Guinness Book, que poder� eleger seu projeto como a maquete com a maior quantidade de pe�as de lixo eletr�nico do mundo, uma categoria que ser� criada especialmente para contempl�-lo. O universit�rio poder� integrar ainda o rol de celebridades do RankBrasil, o livro de recordes brasileiros. “J� fiz contato com v�rias empresas pedindo patroc�nio, pois preciso de R$ 1,1 mil para pagar a taxa que homologa o recorde no RankBrasil. Espero conseguir ajuda de alguma institui��o”, diz.

Apesar de poss�veis reconhecimentos nacionais e internacionais, Rafael n�o tem inten��o de comercializar o projeto. O que ele quer mesmo � apresentar o trabalho em exposi��es, oficinas e palestras, para incentivar a pr�tica da reciclagem, al�m de mostrar que uma maquete no curso de arquitetura, que usa desse recurso como elemento did�tico, tamb�m pode usar lixo. O estudante espera ainda inspirar escolas e universidades a criar laborat�rios para reaproveitar esse tipo de material. “Assim como o PET e o alum�nio, esse � um material de f�cil comercializa��o como sucata. Mas, se descartado no meio ambiente, demoraria s�culos para se decompor, al�m de conter metais pesados prejudiciais � sa�de, como o merc�rio, chumbo e cadmo. Por isso, a import�ncia da reutiliza��o”, ressalta. 

Projeto ser� mostrado em evento


O trabalho do estudante Rafael dos Santos Silva ser� mostrado ao p�blico, pela primeira vez, numa exposi��o no Centro Universit�rio UNA, durante a semana de arquitetura. O carro-chefe do projeto � o que ele chama de “cidade principal”, com dimens�es de 1,70 metro por 1,20 metro, em escala de 1 por 200. S�o 60 pr�dios, uma ind�stria e uma subesta��o de energia. As �rvores foram feitas com cobre, os meio-fios dos passeios, com papel�o, a grama, com serragem. “Nos pr�dios, n�o descaracterizei as pe�as, mantendo a forma original delas. Apenas uni e mesclei para dar formas, conseguindo, assim, uma grande varia��o de pe�as”, diz. CDs, dissipadores, processadores, cartuchos, disquetes, modens, HD, leitor de CD e DVD, cabo flat e slots foram alguns dos materiais usados. As bandeiras do pa�s e do estado foram feitas � m�o, com papel.

O aeroporto, de 1,40m por 1,10m, tem base de papel�o, plataformas de embarque e desembarque de disquetes e slots, e torre de comando feita com disquete e placa-m�e. Chama a aten��o tamb�m outra maquete, feita s� de placas, no tamanho 40cm por 40cm. A base � de laterais de CPU e os pr�dios, de placas de v�deo, de rede, de som e pentes de mem�ria RAM. O trabalho tem at� pir�mides (80cm por 35cm), feitas com placa-m�e, base de CPU e serragem. O “pr�dio teclado”, de 45 cent�metros de comprimento por 40cm de altura, foi constru�do numa escala de 1 por 100. A base tamb�m � feita de lateral de CPU, enquanto a torre � o pr�prio teclado. As �rvores s�o de cobre e h� ainda pessoas e carro para mostrar a din�mica de uma verdadeira �rea urbana.

O projeto de Rafael tem at� vista a�rea. A maquete de 42cm por 40cm tem base constru�da a partir de lateral de CPU, �rvores de cobre, casas feitas de bot�es de teclado e grama de serragem. A menor maquete � a miniatura de uma cidade, de 3,5 cent�metros. A base foi feita com processador, os pr�dios com parafusos e peda�os de slots.

Medidores de
performances

O Guinness World Records (antigo Guinness Book of Records ) � uma edi��o publicada anualmente, que cont�m uma cole��o de recordes e superlativos reconhecidos internacionalmente relacionada a performances humanas ou a extremos da natureza. A primeira edi��o foi lan�ada em 1955. O RankBrasil � uma empresa independente e atua h� 15 anos em todo o territ�rio nacional, registrando exclusivamente recordes brasileiros, sem v�nculo com sistemas internacionais, como o Guinness World Records. J� s�o cerca de 1,3 mil t�tulos homologados nas mais diversas categorias, todos expostos em sua publica��o digital.


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