Levantamento da Defesa Civil com os atendimentos feitos nesses primeiros dias da temporada chuvosa indica quais regi�es t�m sido mais afetadas. Das 106 ocorr�ncias que exigiram presen�a de t�cnicos do �rg�o entre o dia 1º e a manh� de ontem, a Regi�o Centro-Sul concentrou o maior n�mero de chamados (23), seguida pela Nordeste (16) e Oeste (15). Para o engenheiro Euler Magalh�es da Rocha, da Associa��o Brasileira de Mec�nica dos Solos e Engenharia Geot�cnica (ABMS), um conjunto de fatores pode explicar o maior n�mero de ocorr�ncias nessas regi�es, em especial na Centro-Sul. “Essa regi�o � uma �rea de relevo muito acidentado e ao mesmo tempo muito adensada, ou seja, com muitas edifica��es, principalmente pr�dios de grande porte. A maioria dessas obras precisa de muros de conten��o e da estabiliza��o de taludes devido aos cortes feitos nas encostas”, afirma. “Nem sempre essas interven��es s�o bem executadas e com o tempo elas podem ceder”, acrescenta.

O engenheiro alerta ainda para um problema nas edifica��es da cidade, de modo geral, mas em especial para aquelas erguidas em terrenos de maior instabilidade. “As obras exigem manuten��o com o passar do tempo e, infelizmente, as pessoas n�o t�m essa cultura, o que leva ao colapso das estruturas”. Ele afirma ainda que, mesmo em �reas nobres, as constru��es feitas em terrenos �ngremes e com condi��es especiais de solo exigem solu��es de engenharia e projetos adequados para cada realidade. Para o per�odo chuvoso, ele recomenda ainda mais cuidado com obras de preven��o.
A recomenda��o da Defesa Civil � para que toda a popula��o se envolva na preven��o de acidentes. Depois da interdi��o de um apartamento no Buritis por causa da queda de um muro de arrimo, no s�bado, o �rg�o refor�ou pedido para que s�ndicos de pr�dios e donos de casas verifiquem a situa��o do sistema de drenagem da �gua pluvial e, diante de uma situa��o de risco, pe�am vistoria de t�cnicos do �rg�o. “Todos os anos s�o muitos os casos de queda de muros, de danos estruturais em edif�cios, deslizamento de encostas e a sociedade pode contribuir para evitar muitos desses problemas”, diz o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil.
Bueiros
Al�m de problemas de drenagem, bueiros entupidos tamb�m contribuem para problemas em per�odo de chuvas em Belo Horizonte. Um exemplo ocorre no Bairro Olhos d’�gua. Desde sexta-feira, est� completamente alagada a Rua Pedro Moreira do Nascimento, entre as ruas Moicanos e S�o Pedro da Aldeia, com interdi��o completa para ve�culos e pedestres. O maior s�mbolo da situa��o � um carro de luxo, da marca BMW, que est� submerso, podendo-se ver apenas parte do teto. Na tarde de s�bado, houve uma tentativa de retirada do carro, mas a opera��o n�o deu certo.
“Todo ano � o mesmo drama. Ningu�m toma provid�ncia”, disse ontem o funcion�rio de uma madeireira, Geraldo Z�zimo Ferreira. O estabelecimento teve parte atingida pelas �guas, como ocorreu no fim de 2015. Segurando uma ripa, Geraldo verificou a profundidade do alagamento e viu que est� em 90 cent�metros. “Os bueiros ficam entupidos. Da �ltima vez, tiveram que arrebentar uma parte da rua para o escoamento da �gua”, afirmou Geraldo.
Ontem, o Corpo de Bombeiros atendeu a pelo menos 12 chamados de corte de �rvores e dois de desabamentos na Grande BH. Parte de um muro de arrimo desabou sobre uma casa na Rua Santa Terezinha, pr�ximo ao Beco J�nio Monteiro, no Bairro Alto Vera Cruz, na Regi�o Leste. A �rea atingida foi isolada para checagem da Defesa Civil. Outro muro caiu sobre uma casa na Rua Miami, no Bairro G�vea, em Vespasiano, na Grande BH. N�o houve feridos.
Enquanto isso...
…Reuni�o define obra no Buritis
Moradores dos dois dif�cios envolvidos no desmoronamento de encosta no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, e reuniram ontem para discutir os rumos da reconstru��o do muro de arrimo que desabou no s�bado. Por causa do acidente, um apartamento t�rreo continua interditado. A Defesa Civil monitora o local e pela manh� fez nova vistoria para avalia��o de riscos. Segundo a assessoria de imprensa do �rg�o, os t�cnicos constataram a estabilidade do talude.