
A tenente Grazielly Oliveira, que � respons�vel pela assessoria de comunica��o do BPMRv, diz que a unidade tem feito campanhas constantemente para alertar os transeuntes, al�m de abordar os pedestres e solicitar que eles usem as passarelas, mas nem sempre as orienta��es s�o seguidas. Segundo a militar, muitas vezes o acidente acontece embaixo da passarela. “O ideal � que ningu�m perca a vida em acidentes de tr�nsito e para tanto � fundamental que os pedestres tamb�m adotem medidas de seguran�a, como a utiliza��o das passarelas nas travessias. �s vezes, a pessoa quer economizar cinco minutos e acaba morrendo por isso”, afirma.
Numa r�pida passagem pelo Anel Rodovi�rio, entre o Bairro Bet�nia e S�o Francisco, a reportagem do Estado de Minas flagrou pelo menos seis pessoas atravessando a rodovia pelo asfalto, arriscando-se entre carros que trafegam em alta velocidade no local. O mesmo foi visto na Via Expressa, pr�ximo � PUC Minas, em um intervalo de aproximadamente cinco minutos, cinco pessoas atravessaram fora de faixas ou passarelas, apesar da exist�ncia delas.

Um dos trabalhos que est� em andamento para minimizar a situa��o � a instala��o de placas educativas nas 13 passarelas que est�o na �rea de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A nova sinaliza��o orienta os pedestres a usarem as estruturas para garantir uma travessia segura e a instala��o ser� conclu�da at� a semana que vem. O Dnit � respons�vel por 16 dos 26 quil�metros do Anel Rodovi�rio. Os outros 10 est�o sob a gest�o da Via-040, que assumiu o trecho por conta da privatiza��o da BR-040.
Para o professor M�rcio Aguiar, coordenador do Departamento de Transportes da Fumec, v�rios pontos do Anel Rodovi�rio, por exemplo, nunca poderiam receber moradias, pois elas ocupam uma �rea chamada de faixa de dom�nio e impr�pria para as constru��es. “Quando voc� tem muitas pessoas morando nessas �reas, a tend�ncia � de elas atravessarem de qualquer jeito, fora das passarelas. Como as estruturas costumam ser mais longas, eles preferem arriscar at� mesmo pulando muretas”, diz o especialista. Aguiar aponta que a �nica solu��o � o reassentamento das fam�lias que ocupam esses espa�os em lugares de urbaniza��o formal, tratando a faixa de dom�nio como uma �rea livre.
O Estado de Minas mostrou, ao longo de 2016, que ap�s a identifica��o de 1,3 mil fam�lias para serem reassentadas dentro das tratativas de revitaliza��o do Anel Rodovi�rio, ainda sem perspectiva, novas ocupa��es est�o aparecendo na rodovia, aumentando o desafio das autoridades. Um dos pontos de grande adensamento � o trecho compreendido entre o Anel e a Avenida Tereza Cristina, no Bairro Madre Gertrudes, Oeste de BH. Nesse ponto, moradias de madeira ocupam um barranco que come�a no Anel e termina na Tereza Cristina, aumentando consideravelmente a presen�a de pessoas e a circula��o, que muitas vezes motiva a travessia no meio da rodovia.
Viol�ncia retomada
Em 2016 os atropelamentos ajudaram a alavancar o n�mero de mortos por todos os tipos de acidentes no Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte. Depois de dois anos de queda nos �bitos por qualquer ocorr�ncia, em 2016 os n�meros voltaram a subir. E n�o foi necess�rio concluir o ano para observar a viol�ncia aumentar novamente na via mais movimentada de BH, por onde passam 160 mil ve�culos diariamente. De janeiro a outubro deste ano foram 31 mortes, o que naquela ocasi�o j� era 24% acima das 25 vidas perdidas em todo o ano passado.