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Estado de Minas

Trechos de rodovias na Grande BH registram 11 atropelamentos por m�s

Imprud�ncia de pedestres que ignoram passarelas contribui para �bitos, como o registrado ontem na MG-010


postado em 29/12/2016 06:00 / atualizado em 29/12/2016 07:59

Pedestre arrisca a vida ao atravessar trecho do Anel Rodoviário em meio aos veículos: mistura de características urbanas e rodoviárias do tráfego aumenta o perigo no local(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Pedestre arrisca a vida ao atravessar trecho do Anel Rodovi�rio em meio aos ve�culos: mistura de caracter�sticas urbanas e rodovi�rias do tr�fego aumenta o perigo no local (foto: T�lio Santos/EM/DA Press)
Todos os meses, o Batalh�o de Pol�cia Militar Rodovi�ria (BPMRv) registra, em m�dia, 11 atropelamentos em trechos de 43 rodovias estaduais que somam 1.237 quil�metros cortando a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Neste ano, as 126 ocorr�ncias entre janeiro e novembro j� causaram a morte de 22 pessoas, o que significa dois �bitos por m�s, e deixaram outras 149 feridas, m�dia de 13 em cada um dos 11 meses que j� chegaram ao fim. Apesar de as estat�sticas mostrarem uma t�mida redu��o na quantidade de casos em rela��o ao ano passado (veja quadro), a situa��o liga o alerta da Pol�cia Militar para uma conduta perigosa que contribuiu diretamente para um cen�rio mais favor�vel aos atropelamentos. � muito comum encontrar pessoas atravessando trechos rodovi�rios de intensa movimenta��o bem perto de passarelas, evitando as passagens mais seguras para ganhar tempo e se arriscando em meio aos carros em alta velocidade. Ontem, um homem morreu ao tentar atravessar a MG-010 na regi�o do Morro Alto, em Vespasiano, na Grande BH, perto de uma estrutura pr�pria para os pedestres. O primeiro motorista que passou perto at� conseguiu desviar, mas o segundo n�o evitou a colis�o, causando a morte da v�tima que, at� o fechamento desta edi��o, n�o tinha sido identificada.


O acidente ocorreu por volta das 9h, no sentido Aeroporto de Confins da rodovia. De acordo com o tenente Andr� Muniz, do BPMRv, o condutor do ve�culo envolvido na batida contou que se deslocava pela MG-010, na altura do km 18, quando se deparou com o carro da frente reduzindo a velocidade e desviando de uma pessoa que estava a p� no meio da pista. “Ele contou que n�o conseguiu fazer o mesmo e acabou atropelando a v�tima, em um local perto de uma passarela. A per�cia compareceu, mas n�o encontrou nenhuma identifica��o com o homem, que vestia cal�a jeans e camiseta. H� suspeita de que pode ser um andarilho da regi�o”, afirma o militar. O corpo acabou parando pr�ximo de uma defensa met�lica e foi necess�rio interditar uma das faixas da Linha Verde em dire��o ao aeroporto, causando um congestionamento no local.


A tenente Grazielly Oliveira, que � respons�vel pela assessoria de comunica��o do BPMRv, diz que a unidade tem feito campanhas constantemente para alertar os transeuntes, al�m de abordar os pedestres e solicitar que eles usem as passarelas, mas nem sempre as orienta��es s�o seguidas. Segundo a militar, muitas vezes o acidente acontece embaixo da passarela. “O ideal � que ningu�m perca a vida em acidentes de tr�nsito e para tanto � fundamental que os pedestres tamb�m adotem medidas de seguran�a, como a utiliza��o das passarelas nas travessias. �s vezes, a pessoa quer economizar cinco minutos e acaba morrendo por isso”, afirma.


Numa r�pida passagem pelo Anel Rodovi�rio, entre o Bairro Bet�nia e S�o Francisco, a reportagem do Estado de Minas flagrou pelo menos seis pessoas atravessando a rodovia pelo asfalto, arriscando-se entre carros que trafegam em alta velocidade no local. O mesmo foi visto na Via Expressa, pr�ximo � PUC Minas, em um intervalo de aproximadamente cinco minutos, cinco pessoas atravessaram fora de faixas ou passarelas, apesar da exist�ncia delas.

ANEL RODOVI�RIO Se por um lado os dados gerais de toda a �rea policiada pelo BPMRv mostram ligeira redu��o de casos e tamb�m uma diminui��o das mortes por atropelamento, os n�meros do Anel Rodovi�rio apontam para o aumento da letalidade nesse tipo de ocorr�ncia. Enquanto 71 registros representaram a morte de oito pessoas em 2015, as 69 ocorr�ncias de janeiro a novembro de 2016 mataram 14 pessoas, aumento de 75% na letalidade. “A mistura de caracter�sticas urbanas e rodovi�rias do tr�fego e a urbaniza��o acentuada no Anel contribuem para esse quadro”, afirma a tenente Grazielly.

Um dos trabalhos que est� em andamento para minimizar a situa��o � a instala��o de placas educativas nas 13 passarelas que est�o na �rea de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A nova sinaliza��o orienta os pedestres a usarem as estruturas para garantir uma travessia segura e a instala��o ser� conclu�da at� a semana que vem. O Dnit � respons�vel por 16 dos 26 quil�metros do Anel Rodovi�rio. Os outros 10 est�o sob a gest�o da Via-040, que assumiu o trecho por conta da privatiza��o da BR-040.

Para o professor M�rcio Aguiar, coordenador do Departamento de Transportes da Fumec, v�rios pontos do Anel Rodovi�rio, por exemplo, nunca poderiam receber moradias, pois elas ocupam uma �rea chamada de faixa de dom�nio e impr�pria para as constru��es. “Quando voc� tem muitas pessoas morando nessas �reas, a tend�ncia � de elas atravessarem de qualquer jeito, fora das passarelas. Como as estruturas costumam ser mais longas, eles preferem arriscar at� mesmo pulando muretas”, diz o especialista. Aguiar aponta que a �nica solu��o � o reassentamento das fam�lias que ocupam esses espa�os em lugares de urbaniza��o formal, tratando a faixa de dom�nio como uma �rea livre.

O Estado de Minas mostrou, ao longo de 2016, que ap�s a identifica��o de 1,3 mil fam�lias para serem reassentadas dentro das tratativas de revitaliza��o do Anel Rodovi�rio, ainda sem perspectiva, novas ocupa��es est�o aparecendo na rodovia, aumentando o desafio das autoridades. Um dos pontos de grande adensamento � o trecho compreendido entre o Anel e a Avenida Tereza Cristina, no Bairro Madre Gertrudes, Oeste de BH. Nesse ponto, moradias de madeira ocupam um barranco que come�a no Anel e termina na Tereza Cristina, aumentando consideravelmente a presen�a de pessoas e a circula��o, que muitas vezes motiva a travessia no meio da rodovia.

Viol�ncia retomada


Em 2016 os atropelamentos ajudaram a alavancar o n�mero de mortos por todos os tipos de acidentes no Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte. Depois de dois anos de queda nos �bitos por qualquer ocorr�ncia, em 2016 os n�meros voltaram a subir. E n�o foi necess�rio concluir o ano para observar a viol�ncia aumentar novamente na via mais movimentada de BH, por onde passam 160 mil ve�culos diariamente. De janeiro a outubro deste ano foram 31 mortes, o que naquela ocasi�o j� era 24% acima das 25 vidas perdidas em todo o ano passado. 


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