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Estado de Minas

Ouro Preto: restauro devolve cor original � Matriz de Nossa Senhora da Concei��o

Restaura��o do templo no Centro de Ouro Preto devolve � igreja o tom amarelo-ocrel. Obra deve ser conclu�da em maio


postado em 28/01/2017 07:00 / atualizado em 28/01/2017 08:17

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press Detalhe: Juarez Rodriguesl/EM/D.A Press -14/2/13)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press Detalhe: Juarez Rodriguesl/EM/D.A Press -14/2/13)

Ouro Preto – Nestas f�rias de ver�o, quem visita Ouro Preto encontra uma novidade que enche os olhos pela beleza, tranquiliza o esp�rito diante da restaura��o e valoriza ainda o conjunto arquitet�nico da cidade, tombada pela Uni�o e reconhecida como patrim�nio cultural da humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). Depois de d�cadas com um tom avermelhado, meio puxado para o rosa, devido ao tempo, a Matriz de Nossa Senhora da Concei��o, mais conhecida como Matriz de Ant�nio Dias, no Centro Hist�rico, exibe uma cor bem diferente, “velhinha em folha”, como brincam alguns especialistas: amarelo-ocre, seguindo o padr�o de outras centen�rias, como as de S�o Francisco de Paula, Santa Efig�nia, Merc�s de Baixo e Merc�s de Cima.

O impacto � grande, principalmente para aqueles acostumados com a antiga tonalidade, que se misturava �s cores do casario dos s�culos 18 e 19 e pouco sobressa�a na paisagem barroca. Segundo a superintend�ncia em Minas do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), n�o se trata simplesmente de uma altera��o de cor. Os t�cnicos informam que foi feito o resgate do padr�o crom�tico preexistente obtido a partir de an�lises t�cnicas, entre elas prospec��es crom�ticas, iconografia hist�rica e relatos da pr�pria comunidade de Ant�nio Dias.

Em nota, os t�cnicos afirmam que � “curioso registrar que o padr�o crom�tico resgatado j� podia ser facilmente identificado antes das obras. Na c�pula das torres, por exemplo, o amarelo- ocre j� se encontrava exposto ap�s a perda e desgaste da camada de pintura superficial pela a��o direta das intemp�ries”. Em todo o processo de preserva��o, os restauradores do Iphan ouviram sugest�es de moradores da Par�quia de Nossa Senhora da Concei��o de Ant�nio Dias. Nesse templo do s�culo 18 est� sepultado o “mestre do barroco” Ant�nio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814).

O presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Ant�nio Dias, Gerson Hon�rio, confirma que a escolha da cor foi discutida com a entidade. “Ficou �tima. Com o tempo vai desbotando, como ocorreu com as outras, mas o mais importante � que a igreja est� sendo restaurada. No in�cio, as pessoas podem at� estranhar um pouco, pois a pintura est� nova, mas depois de acostumam, afinal, esse era o tom original dela”, afirma Hon�rio.

Moradora da Rua Santa Efig�nia, a aposentada Marta Cordeiro, de 58, “nascida e criada aqui”, conforme faz quest�o de destacar, diz que a matriz ficou mais “majestosa”. Todos os dias, ela v� a igreja de sua casa, e diz que n�o chegou a conhec�-la nessa tonalidade. “Lembro-me de que era ocre com portas vermelhas, depois pintaram de vermelho. O pessoal do Iphan afirmou que � um resgate, ent�o, quem somos n�s para discutir com quem entende? Para mim, Ouro Preto � bonita de qualquer jeito. At� se passassem tinta preta eu acharia bonito”, brinca.

RESTAURO A expectativa � de que ainda neste semestre, possivelmente em maio, depois de longa espera por parte dos moradores de Ouro Preto e defensores do patrim�nio, o restauro da Matriz de Nossa Senhora da Concei��o seja conclu�do, e as portas do templo do s�culo 18 abertas � visita��o. Em entrevista ao Estado de Minas, no in�cio do m�s, durante as comemora��es dos 80 anos do Iphan, a superintend�ncia da autarquia federal em Minas, C�lia Corsino, adiantou que, t�o logo terminem os servi�os, ser� iniciado o restauro dos elementos art�sticos da igreja. A obra tem recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas.

Segundo pesquisa publicada no portal da Prefeitura de Ouro Preto, a hist�ria do templo come�a por volta de 1699, quando foi elevada, a mando do bandeirante Ant�nio Dias, uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Concei��o. Em 1705, foi institu�da a primitiva matriz de Nossa Senhora da Concei��o, sofrendo provavelmente modifica��es e acr�scimos para se adaptar � nova fun��o. O r�pido crescimento da popula��o do antigo Arraial de Ant�nio Dias fez com que os moradores, em 1711, exigissem a constru��o de um novo templo, o que ocorreu em 1724.

Em 1727, foi iniciada a constru��o da atual matriz, cujo projeto � atribu�do a Manoel Francisco Lisboa. Os trabalhos iniciados antes da Matriz do Pilar seguiram em ritmo mais lento at� 1756, quando se inicia a talha da capela-mor e posteriormente as obras de pintura e douramento. Os altares da nave s�o bem mais antigos, podendo incluir, como no caso da Matriz do Pilar, pe�as remanescentes da primitiva. A decora��o interna da nave � atribu�da tamb�m a Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. J� a talha da capela-mor � atribu�da a Jer�nimo F�lix Teixeira e Felipe Vieira, disc�pulos de Noronha e Xavier de Brito, da� sua afinidade com a Matriz do Pilar.


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