
A alegria e o ritmo que anima as madrugadas do carnaval diamantinense se espalharam pela regi�o da Boa Viagem, ontem, atr�s da bateria da Bartucada. A logo do grupo do Vale do Rio Jequitinhonha estava em camisas, estandartes e em adesivos que se tornaram adere�os para a pele dos foli�es, como universit�rias e as amigas Lara Ramos, de 20 anos, e Gabriela Silveira Val�rio, de 21. “� a primeira vez que a gente sai no bloco e estamos adorando, principalmente por causa da m�sica. Ontem a gente saiu em v�rios blocos e quando chegar o carnaval vamos curtir ainda mais. Gostamos mais de Ax� e de Funk”, disse Gabriela. “O clima est� maravilhoso, com muita gente animada. Est� contagiante”, define Lara.
Muita gente n�o sabia que a Bartucada n�o vai mais tocar em Diamantina e lamentou essa aus�ncia. “O carnaval de Diamantina � o mais legal de Minas Gerais. Ficar sem a Bartucada vai ser p�ssimo para quem gosta de ir para l�. N�s aqui em BH, ent�o, � que vamos aproveitar”, disse a arquiteta Renata Freitas, de 23 anos. “O que mais chama a aten��o aqui � que tem muita gente bonita e alegre. Isso deixa a gente com vontade de dan�ar e de pular o carnaval tamb�m. H� muito tempo que o carnaval de BH � um dos mais animados do pa�s”, disse a universit�ria Gabriela Vianna, de 22. “Ontem n�s pulamos demais. Foi muito bom o Ax� dos blocos. Quando o carnaval chegar, a gente j� vai ter pulado bastante. Est� tudo lindo, com vendedores � vontade para quem quiser”, disse a tamb�m universit�ria Yasmine Carvalho, de 24.
A felicidade dos belo-horizontinos ser� um sentimento de vazio para os diamantinenses, segundo o diretor-executivo da Bartucada, C�sar Grossi. “Imagine que pessoas que fundaram essa institui��o que � a Bartucada, h� 20 anos, v�o passar um carnaval em Diamantina sem ela. Essa alegria e descontra��o que vemos aqui em BH vai faltar por l�. Isso � triste”, disse. De acordo com ele, por�m, a Bartucada vai animar outros carnavais, como o de Vi�osa, Capelinha e Serro. “No Serro, cidade vizinha a Diamantina, para se ter uma ideia, a prefeitura nos proporcionou o mesmo cach� que t�nhamos em Diamantina. Ficamos surpresos com a decis�o da prefeitura de n�o apoiar o carnaval, j� em janeiro, em cima da hora”, lamenta Grossi.
Ambulantes viram obst�culo na folia
Um labirinto de isopores e coolers intercalados e despejando gelo no asfalto se tornou obst�culo para foli�es e at� para o movimento dos blocos devido � grande concentra��o de ambulantes dentro e na parte externa dos blocos do pr�-carnaval de Belo Horizonte. Ante uma concorr�ncia t�o acirrada, houve at� vendedor que desistiu de continuar com a atividade devido ao volume muito fraco de vendas. “Cheguei aqui � Rua Alagoas �s 10h, sendo que o bloco (Xai-Xai) s� ia come�ar a concentra��o �s 14h. J� estava tudo tomado pelos ambulantes. N�o vendi nada e vou embora, ver se no Padre Eust�quio, onde est� tendo outro bloco (Encontro dos Blocos Amigos) consigo vender melhor”, reclamou o ambulante cadastrado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), S�rgio Alves, que veio do Bairro Nazar�, Regi�o Nordeste de BH, para vender cervejas, �gua e refrigerante empurrando um carrinho com isopor. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) licenciou 10 mil ambulantes para atuar no carnaval, mas al�m desse grande contingente, v�rios clandestinos atuaram nos seus carros e usando isopores e coolers.

Em meio � multid�o de foli�es que de t�o compacta tornou o tr�nsito sem esbarrar nas pessoas um feito de agilidade, ladr�es foram vistos batendo os telefones celulares de alguns foli�es. “Eram pelo menos tr�s homens. Eles aproveitam o aperto na muvuca (multid�o) e enfiam a m�o nos bolsos das bermudas. Dei sorte, porque senti quando fizeram isso e coloquei a m�o no bolso da bermuda, n�o deixando eles pescarem meu telefone”, disse o dentista Jo�o Vitor Marques Pra�a, de 21, que estava com um grupo de amigos no bloco que desceu a Rua Alagoas. Um dos colegas, no entanto, acabou tendo o aparelho furtado e chamou a pol�cia, que n�o conseguiu, at� o fim da tarde, reaver o telefone.
Espa�o para o poder feminino
O empoderamento feminino foi o que deu a t�nica do pr�-carnaval de Belo Horizonte na manh� de ontem. Dois blocos predominantemente de mulheres – o Bruta Flor e ClandesTinas– sa�ram �s ruas do Centro da Capital com gritos de ordem e m�sicas com tem�ticas voltadas para elas. O Bruta Flor participa pela segunda vez do carnaval de BH. “O bloco tenta ser um espa�o para discutir o respeito � mulher”, afirmou a cantora e idealizadora do grupo, Cl�udia Manzo. Com roupas predominantemente verdes, muito glitter e adere�os, as integrantes do Bruta Flor sa�ram da Pra�a da Esta��o rumo � Rua Guaicurus, onde o estreante ClandesTinas, em roxo e amarelo, formado por mulheres ligadas � ocupa��o Tina Martins, tamb�m fez a sua concentra��o (foto). L�, gritos como “se cuida, se cuida, seu machista, a Am�rica Latina vai ser toda femininista”. (Isabella Souto)
