
O delegado da PF Elster Lamoia Moraes, que investiga o caso, confirmou que n�o havia qualquer monitoramento do avi�o, que apresentava irregularidades em rela��o � inscri��o do prefixo na fuselagem e adapta��es vis�veis na estrutura para ganho de autonomia na viagem. “Foi uma surpresa para n�s o flagrante de Par� de Minas. Moradores da cidade reclamaram das manobras do piloto e policiais militares foram checar. Pela janela, viram os 415 tabletes embalados em sacos de aniagem”, explicou o delegado.
Elster aponta para a necessidade de melhorias na seguran�a de aer�dromos de cidades do interior, que t�m sido utilizados como polos para desembarque de carregamentos das quadrilhas internacionais de tr�fico de drogas. “Faremos recomenda��es aos administradores do aeroporto e dos hangares, no sentido da melhoria da seguran�a, para evitar opera��es do tipo”, afirmou. Outro aspecto que aponta para fragilidade da fiscaliza��o no setor � que a aeronave apreendida em Par� de Minas usava o prefixo de uma outra, que est� inv�lido. O delegado suspeita que o avi�o seja produto de furto, um artif�cio comum das organiza��es criminosas para o transporte de drogas.
Por meio de nota, a Prefeitura de Par� de Minas confirmou que � respons�vel pela administra��o do Aeroporto Municipal Arnaud Marinho e esclareceu que o local � monitorado por c�meras de seguran�a. “As imagens do pouso da aeronave foram cedidas � Pol�cia Federal”, diz o comunicado. A prefeitura informou ainda que ser� aberto processo administrativo para apura��o de responsabilidade. “Antes mesmo desse epis�dio, j� estavam em an�lise pelo munic�pio medidas relacionadas �s condi��es de funcionamento do aeroporto, que n�o opera com voos comerciais.”
O piloto, um senhor de 62 anos, do Mato Grosso, apresentou sua documenta��o, que lhe permite voar, mas n�o tinha nenhum registro da aeronave que pudesse ter sido checado no aerodr�mo. A droga, segundo a PF, � de origem boliviana e, de acordo com o piloto, seria entregue a pessoas que ele n�o conhecia, no aer�dromo de Par� de Minas. Para o delegado, as manobras de aproxima��o da pista, que chamaram a aten��o de moradores da cidade, denunciaram toda a opera��o criminosa, que seria conclu�da com a entrega da pasta de coca�na para distribui��o no estado ainda no feriad�o do carnaval. Os policiais apuraram que o piloto receberia R$ 20 mil para transportar a droga da Bol�via at� a cidade mineira.
O policial conta que as apura��es est�o em fase preliminar e n�o tem como ligar o carregamento a a��es de qualquer quadrilha. Segundo ele, a movimenta��o de criminosos ligados ao tr�fico de drogas internacional em munic�pios das regi�es Central e Centro-Oeste � uma constata��o, diante dos flagrantes realizados nos �ltimos anos na �rea. Foram pris�es de carregamentos por via terrestre e a�rea. Elster lembra que no fim de 2015 um avi�o vindo do Paraguai foi interceptado sobrevoando Minas Gerais.
No caso de ontem, al�m dos tabletes de coca�na, na aeronave foi encontrado cerca de um quilo de folhas de coca in natura. O valor da droga apreendida pode chegar perto de R$ 2 milh�es, dependendo do mercado. O piloto, que foi preso num hotel em Belo Horizonte depois de deixar a aeronave no hangar, foi indiciado por crime de tr�fico internacional de drogas e levado para a ala de presos federais na Penitenci�ria de Contagem, na Grande BH.A pena pode chegar a 25 anos de pris�o. Foi realizada per�cia no avi�o, e constatada altera��es na estrutura da asa, para maior armazenamento de combust�vel para viagens longas.