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Estado de Minas

Visitantes do santu�rio da Serra da Piedade enfrentam nevoeiro e sensa��o t�rmica congelante

Inverno na Serra da Piedade, onde fica santu�rio que abriga a padroeira de Minas, oferece ao turista pacote que inclui religiosidade, nevoeiro denso e temperaturas de juntar as m�os


postado em 13/07/2017 06:00 / atualizado em 13/07/2017 07:43

A uma altitude superior a 1,7 mil metros, Cláudia Rech, gestora do santuário, se protege com acessório comprado em Nova York enquanto desfruta do visual (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
A uma altitude superior a 1,7 mil metros, Cl�udia Rech, gestora do santu�rio, se protege com acess�rio comprado em Nova York enquanto desfruta do visual (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
A professora cearense T�nia Salgado, acostumada ao clima em Fortaleza, onde vive, j� tinha ouvido falar do frio nas montanhas mineiras, mas nunca sentira na pele temperatura t�o baixa. Na manh� de ontem, em visita com amigas ao topo da Serra da Piedade, em Caet�, na Grande BH, ela se encolheu dentro do casaco de couro, tomou um caf� quente e relaxou, bem-humorada: “� tudo diferente da minha terra, que tem praia e sol o ano inteiro. Tanta beleza, como aqui, significa uma b�n��o”, disse T�nia, ao lado da amiga e tamb�m professora Nat�lia Costa, mineira que mora h� 15 anos na capital do Cear�. “Comprei casaco, luvas e botas para enfrentar este inverno”, contou a cearense, com uma imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, nas m�os, e feliz ao saber que o maci�o celebra, em 2017, 250 anos de peregrina��o.


Funcion�rio h� seis anos do espa�o Boas Lembran�as, perto da ermida do Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, Marcos Pessoa Morais entende a surpresa dos turistas e se diz preparado para as baixas temperaturas. “Trabalho das 8h �s 18h. O frio aperta de manh�zinha e no entardecer. J� tivemos 3 graus, com vento muito forte, e, por isso, venho de gorro, luvas de l� e cachecol”, conta Marcos, de Caet�, que j� pegou inverno rigoroso em Praga, na capital tcheca, e considera a esta��o um chamariz para os visitantes. “Outro dia recebemos um �nibus de Feira de Santana (BA), e estavam todos gostando muito. Aqui sempre � um �timo passeio. Estamos a uma altitude de 1.746 metros.”

Enquanto nas alturas o frio continua intenso, a capital e demais munic�pios da regi�o metropolitana tiveram uma tr�gua. De acordo com o Instituto PUC Minas TempoClima, a menor temperatura registrada ontem em BH foi de 12 graus, bem acima dos 6,1 graus da manh� do �ltimo dia 4, quando a cidade foi a mais gelada das capitais. Apenas no fim de semana a temperatura cai novamente, mas a m�nima dever� ficar na casa dos 10 graus.

Os meteorologistas explicam que uma massa de ar seco deixa o tempo est�vel em Minas. Em BH, a quarta-feira ensolarada teve temperatura m�xima chegando aos 24 graus, � tarde, com umidade relativa do ar na casa dos 40%. A menor temperatura do estado foi de 3 graus, na Serra da Mantiqueira, no Sul do estado. Nas demais �reas, predom�nio de sol e aus�ncia de chuva. Na Serra da Piedade n�o h� esta��o meteorol�gica, mas funcion�rios registraram 7 graus ontem de manh�.

A professora cearense Tânia Salgado, com a colega Natália Costa, se surpreende com a temperatura na montanha(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
A professora cearense T�nia Salgado, com a colega Nat�lia Costa, se surpreende com a temperatura na montanha (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Quando n�o est� no escrit�rio ao lado da ermida, a gestora do Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, vinculado � Arquidiocese de Belo Horizonte, Cl�udia Rech, se protege como pode, e deve. Ontem, �s 8h30, ela usava um gorro de pele – “sint�tica”, enfatiza – adquirido em Nova York, nos EUA. “Devido � altitude, a Serra da Piedade, em qualquer �poca do ano, tem uma amplitude t�rmica alta, com grande diferen�a entre as temperaturas m�nima e m�xima. As pessoas sobem a montanha movidas pela f� e depois se aquecem na sua devo��o. � muito bonito”, contou ela, encostada no parapeito do adro, que parece flutuar na imensid�o branca de nuvens.

VENTO SUL Da rodovia BR-381, motoristas e passageiros podem contemplar o topo do maci�o envolto numa nuvem densa. � medida que as pessoas v�o percorrendo a estrada de cinco quil�metros, a p� ou de carro, v�o sentindo a cerra��o que bate no rosto e faz buscar um agasalho com urg�ncia, principalmente prote��o para o pesco�o. Prestes a completar 40 anos de servi�o no santu�rio, o guardi�o Zacarias Profeta Pereira, de 63, garante que inverno assim s� mesmo em 1979, quando choveu muito em Minas. “A gente tolera pela precis�o de trabalhar, ainda com o vento do Sul trazendo mais frio aqui para a serra”, diz ele, que sentiu na pele, semana passada, os 3 graus de temperatura.

Participando de um retiro espiritual de tr�s dias no local, os di�conos Emerson Rodrigo e Lucas Vin�cius Oliveira, ambos de 27 e visitantes de primeira viagem, e Marcos de Freitas Santos, de 37, n�o economizam nos cobertores e n�o deixam de lembrar que o lugar ganha mais charme nessa �poca. “Durmo com cinco cobertores”, garante Emerson. “Eu, com quatro”, assegura Lucas, enquanto Marcos se contenta com tr�s. Quem trabalha ao ar livre, na manuten��o, passa seus perrengues em junho e julho, admitem Elias Corr�a, de 45, e J�nio Alex, de 21. O primeiro usa at� cinco blusas e o outro, duas cal�as. “�s 6h, a gente n�o enxerga nada”, diz Elias, que trabalha h� quatro anos no santu�rio aprendeu a conviver com os nevoeiros.


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