(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Das 130 mortes no tr�nsito de BH em 2016, 71 estavam relacionadas com motocicletas

Na data que marca o Dia do Motociclista, estat�sticas mostram que imprud�ncia e avan�o das motos, em ritmo duas vezes maior que a frota geral, fazem multiplicar mortos e feridos


postado em 28/07/2017 06:00 / atualizado em 28/07/2017 07:59

Motociclistas no corredor entre carros no Anel Rodoviário, onde dividem pistas com tráfego pesado: risco extra devido à velocidade e ao deslocamento de ar(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Motociclistas no corredor entre carros no Anel Rodovi�rio, onde dividem pistas com tr�fego pesado: risco extra devido � velocidade e ao deslocamento de ar (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Um grupo de risco no tr�nsito vem crescendo em velocidade duas vezes maior que o avan�o da frota geral em Minas e em Belo Horizonte: enquanto sua participa��o avan�a nas ruas, os motociclistas representaram, nos �ltimos sete anos, mais da metade (53%) das pessoas atendidas por acidentes de tr�nsito no Hospital Jo�o XXIII, o principal pronto-socorro de Belo Horizonte. Al�m disso, somam 30% do total de mortes registradas na unidade no per�odo. No intervalo, foram 85.764 acidentados, sendo 45.532 em ocorr�ncias com motos. Das 1.764 pessoas que perderam a vida, 532 foram resgatadas de trag�dias envolvendo motocicletas. A fragilidade desse ve�culo associada ao mau comportamento dos pilotos s�o as raz�es para resultado t�o negativo envolvendo essa classe de condutores, que ontem comemorou seu dia com muitas dificuldades ainda a enfrentar.


No estado, enquanto a frota total teve um salto de 210% entre 2000 e 2016, o n�mero de motos teve assustadores 406,5% de eleva��o. Em BH, a situa��o � semelhante: a alta foi de 159% na frota geral e de 333,5% nos ve�culos de duas rodas. O n�mero de mortes na capital tamb�m chama a aten��o. Das 130 pessoas que perderam a vida no tr�nsito no ano passado, 71 (54,6%) estavam em quedas de moto ou em batidas desses ve�culos com carros, caminh�es e �nibus, entre outras ocorr�ncias. Neste ano, no primeiro semestre, j� s�o 35. Os dados se referem somente a vias municipais de Belo Horizonte e aos �bitos registrados no local do acidente.

Na avalia��o do delegado Bernardo Machado, da Delegacia Especializada em Acidentes de Ve�culos, a imprud�ncia � a maior causadora das trag�dias e mortes. “A moto j� � um ve�culo fr�gil, que exp�e o condutor a altos �ndices de ferimentos e mortalidade. Al�m disso, muitos se acidentam ap�s ingest�o de bebida alco�lica ou conduzindo sem habilita��o e desrespeitando as regras de tr�nsito. Em praticamente todas as hip�teses, tanto por parte do motociclista quanto por motoristas de outros ve�culos, os acidentes ocorrem por descumprimento das leis de tr�nsito”, afirma. Ele comenta a explos�o na frota de motocicletas e explica que o avan�o est� muito relacionado ao v�nculo com atividades de trabalho. “Em uma cidade com cada vez mais engarrafamentos, o motociclista consegue se deslocar com rapidez no tr�nsito, usando um ve�culo mais barato que os autom�veis e tamb�m mais economicamente vi�vel”, diz. O policial, no entanto, chama a aten��o para a necessidade de mais cautela e observ�ncia �s leis de tr�nsito para mudar essa realidade que coloca pilotos de moto em um grupo de risco entre os demais agentes do tr�nsito.

LES�ES Na ponta dos atendimentos, os Bombeiros tamb�m destacam o poder devastador dos acidentes de moto. “Diferentemente do carro, que tem a estrutura que protege seus ocupantes, a moto exp�e as v�timas, em caso de acidentes, a uma maior possibilidade de les�es, especialmente fraturas e outros traumas. Geralmente ocorrem fraturas graves, de t�bia, f�mur e da pelve, que t�m dif�cil e demorada recupera��o”, explica o assessor de imprensa do Corpo de Bombeiros, tenente Padro Aihara. Ele lembra ainda o impacto econ�mico do problema, que extrapola os gastos com atendimentos hospitalares, j� que os desastres deixam v�timas afastadas do trabalho por muitos meses, ou at� mesmo fisicamente incapacitadas. “Essa � uma realidade que tem que mudar. O motociclista muitas vezes se preocupa com equipamentos de seguran�a, como capacete, luvas e outros, mas esquece que seu comportamento � um dos itens principais no tr�nsito”, ressalta.

Em rela��o a essa conduta de cautela, o tenente recomenda que o motociclista se programe, tanto para atividades de trabalho quanto em outros momentos em que estiver de moto. “� importante que saia mais cedo, n�o fa�a ultrapassagens perigosas, n�o use o corredor entre os carros nem conduza em alta velocidade. As pessoas devem se lembrar sempre de que em busca do ganho de tempo elas podem perder a vida”, afirma. O militar alerta ainda para que os demais motoristas mantenham uma postura de aten��o e respeito ao motociclista, indicando corretamente mudan�as de faixa de tr�nsito e usando a seta nessas manobras, por exemplo.

O m�dico R�mulo Souki, cirurgi�o-geral do HPS, ressalta que falta preven��o. “O n�mero de motos cresce a cada dia, j� que � um meio de transporte que pode ser adquirido por um baixo valor. Por�m, o que mais causa acidentes � a falta de preven��o, tanto do setor p�blico, com leis espec�ficas, como por imprud�ncias dos motociclistas. Grande parte dos acidentes est� ligada ao segundo item”, alerta. O especialista acredita que o uso acess�rios de prote��o pode prevenir algumas les�es provocadas por quedas, mas sozinho n�o resolve. “O problema � que o motociclista n�o � atingido apenas em um lugar: sofre traumas multissist�micos. E a gravidade da queda est� relacionada � velocidade que o condutor estava quando sofreu a batida”, pontua. (Com Larissa Ricci)

Dicas de preven��o


Motociclistas que trafegam pelo Anel Rodovi�rio de BH (foto), por onde circulam diariamente 160 mil ve�culos, foram abordados ontem pela Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv) para receber orienta��es e dicas de seguran�a no tr�nsito. A a��o fez parte do Dia do Motociclista e orientou 79 desses condutores, que, al�m de receber kits com dicas e brindes, tiveram a oportunidade de submeter seus ve�culos a uma checagem r�pida para itens como transmiss�o e rodas. Segundo o tenente Pedro Barreiros, que comanda o policiamento no Anel, o principal objetivo do trabalho foi alertar pilotos para os perigos de condutas imprudentes. “Muitos andam nos corredores estreitos e n�o respeitam o limite de velocidade. Quando passam por ve�culos pesados, acabam perdendo o equil�brio pelo deslocamento do ar e caem.”

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)