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Estado de Minas

Baixa vacina��o coloca Minas em alerta para surtos de doen�as j� eliminadas do estado

H� doses para todos, mas falta aten��o das fam�lias, diz secretaria


postado em 07/09/2017 06:00 / atualizado em 07/09/2017 07:37

Vacinação de crianças é obrigação para os pais, com previsão em lei(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Vacina��o de crian�as � obriga��o para os pais, com previs�o em lei (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Minas Gerais enfrenta um quadro de alerta na preven��o de doen�as consideradas j� eliminadas no estado, assim como para a possibilidade da ocorr�ncia de surtos dessas enfermidades. Depois de historicamente registrar �ndices acima das metas de cobertura vacinal, as taxas t�m seguido em curva descendente, com �ndices inclusive abaixo da faixa de seguran�a de imuniza��o, o que abre portas para a reinser��o dessas amea�as. A lista inclui males seculares, como sarampo, rub�ola, caxumba, poliomielite, al�m de meningite C, infec��o por HPV (que causa c�ncer de colo de �tero em mulheres), e at� febre amarela. No caso dessa �ltima, o Minist�rio da Sa�de anunciou ontem o fim do surto no Brasil, que n�o tem novos casos desde junho. S� em Minas, a virose deixou pelo menos 162 mortos, al�m de outros 15 �bitos ainda sob investiga��o. Mesmo com o an�ncio, e apesar do refor�o de vacina��o no estado, ainda h� grande preocupa��o com novos casos, diante da baixa cobertura vacinal, que permanece em 76%, abaixo da meta de 95%.


No caso da polio, por exemplo, a cobertura, que chegou a atingir 105,99% da meta em 2000 (ou seja, mais crian�as foram vacinadas do que o previsto), chegou no ano passado � taxa de 88,29%, percentual abaixo do alvo, que � 95%. Neste ano, quando a Secretaria de Estado da Sa�de j� esperava ter chegado ao �ndice preconizado, apenas 65,83% da meta foi cumprida. Preocupa ainda a situa��o da tr�plice viral (contra sarampo, caxumba e rub�ola), que at� agora soma 79,13% de cobertura, contra o m�nimo de 95% (veja arte). “Esperamos aumentar esse n�mero, mas, muito provavelmente, n�o vamos bater a meta”, afirma a diretora de Vigil�ncia Epidemiol�gica da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais, Jana�na Fonseca Almeida.

S�o diversas as raz�es para o recuo da vacina��o em Minas, explica a diretora. Segundo ela, chamam a aten��o a falta de tempo cada vez mais marcante da atualidade, a falta de interesse da popula��o e o descuido de fam�lias sobre a import�ncia da aplica��o das doses. “Essa queda � muito preocupante, e est� ocorrendo porque as pessoas est�o deixando de procurar a vacina. Fazemos chamadas e mais chamadas. Promovemos vacina��o nas escolas, principalmente entre os adolescentes, e tentamos estimular os munic�pios a adotar a��es para ampliar a cobertura. Ainda assim, os percentuais de algumas vacinas, que j� deveriam ter atingido a meta, ainda est�o muito baixos”, afirma Janaina, lembrando que, al�m da campanha vacinal marcada para este m�s, a SES est� orientando munic�pios a adotar outras a��es, o que inclui vacina��o no ambiente escolar.

Em Minas, permanecem tamb�m abaixo da meta as coberturas vacinais para prevenir contra o v�rus HPV e a meningite C, ambas voltadas para o p�blico adolescente. A vacina contra o HPV – abrevia��o para papilomav�rus humano, passou a ser oferecida na rede p�blica de sa�de no in�cio do ano para meninos de 12 e 13 anos. Em 20 de junho, o Minist�rio da Sa�de anunciou a amplia��o para a faixa et�ria entre 11 e 15 anos incompletos (at� 14 anos, 11 meses e 29 dias). A medida tem o objetivo de aumentar a cobertura da vacina em adolescentes do sexo masculino e, consequentemente, a redu��o da transmiss�o para mulheres.

At� 2016, o foco da campanha contra ao HPV eram apenas as meninas, grupo em que a meta da cobertura vacinal tamb�m permanece como desafio. Dados da sa�de estadual mostram que, enquanto a meta � de 80% do p�blico priorit�rio, apenas 51,8% delas receberam duas doses neste ano (a segunda � aplicada seis meses ap�s a primeira). Entre os meninos, a taxa � alarmante. Apenas 0,11% dos adolescentes tomaram as duas doses.

Meningite

No caso da meningite C, liberada neste ano para adolescentes de 12 e 13 anos, a meta � 95%, mas at� agora a cobertura vacinal s� atinge 22% desse p�blico. Entre os menores de 1 ano, a taxa, que chegou a 94,75% no ano passado, est� em 66,14% atualmente. “O tipo C � a forma mais grave da meningite e ainda assim a vacina vem sendo negligenciada. Essa situa��o � muito preocupante”, afirma Janaina.

A diretora da secretaria lembra ainda que n�o h� problema de falta de doses no estado e, segundo o Minist�rio da Sa�de, todas as vacinas recomendadas pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) s�o distribu�das no pa�s por meio do Programa Nacional de Imuniza��es. O Calend�rio Nacional de Vacina��o do Sistema �nico de Sa�de oferece gratuitamente 19 tipos de imunizantes para proteger a popula��o contra mais de 20 doen�as, em diversas faixas et�rias. Atualmente s�o disponibilizadas pela rede p�blica de sa�de de todo o pa�s cerca de 300 milh�es de doses de imunobiol�gicos por ano. No entanto, o Minist�rio da Sa�de destaca que os munic�pios t�m papel fundamental na vigil�ncia dos dados de suas salas de vacina��o para que, quando observada uma tend�ncia de queda, avaliem os motivos e estimulem a vacina��o, que � obrigat�ria para crian�as e adolescentes, como previsto no Estatuto da Crian�a e do Adolescente, nos casos recomendados pelas autoridades sanit�rias. Ao n�o vacinar seus filhos, os pais podem ser responsabilizados civil e penalmente pela decis�o.

Debate Mundial

Para tratar do retrocesso nos movimentos de vacina��o no Brasil e no mundo, autoridades em sa�de se re�nem no 28º Congresso Brasileiro de Virologia, que come�a hoje e vai at� domingo na UFMG. O encontro contar� com uma das maiores refer�ncias mundiais no assunto, o professor e pesquisador Geoffrey L. Smith, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Campanha � esperan�a para melhorar meta


Para refor�ar o acesso �s vacinas, o Minist�rio da Sa�de promove em todo o pa�s, entre os pr�ximos dias 11 e 22, a Campanha de Multivacina��o. Nessa ocasi�o, as fam�lias devem procurar um posto para avalia��o e atualiza��o da situa��o vacinal das crian�as e adolescentes menores de 15 anos. A pasta defendeu, por meio de nota, que n�o h� baixa ades�o � vacina��o infantil no pa�s, mas sim uma oscila��o nas taxas de cobertura de um ano para o outro, por mudan�a em curso no sistema de informa��o. Informou ainda estar atenta �s coberturas vacinais, especialmente se houver redu��o de pessoas vacinadas, criando assim bols�es suscet�veis a doen�as j� controladas ou mesmo eliminadas no pa�s, e que trabalha sempre para manter os �ndices de acordo com a meta de cada imunobiol�gico. No Brasil, informa, muitas doen�as – como a var�ola, o sarampo, rub�ola e a p�lio – foram erradicadas devido aos esfor�os de imuniza��o.


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