Belo Horizonte tem b�n��os aos animais e resgate da f� no dia de S�o Francisco

A tradicional b�n��o dos animais no dia dedicado a S�o Francisco, conhecido como o santo protetor da bicharada, ganhou ares de resgate da f� humana na Igreja de S�o Francisco, popularmente conhecida como igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte. Ao longo da tarde de ontem, cerca de 70 animais foram levados por seus donos ao ponto tur�stico, �s margens da Lagoa da Pampulha, onde se aglomeraram para receber ora��o e �gua-benta. Os fi�is come�aram a chegar bem cedo e participaram da missa durante � noite.

A b�n��o faz parte do evento organizado na cidade para homenagear o santo, que se despojou de todos os seus bens e passou a dedicar-se aos doentes e aos pobres. Conhecido por pregar a humildade e o amor aos p�ssaros e � natureza, S�o Francisco � enaltecido em 4 de outubro, data que tamb�m batiza o Dia Mundial da Natureza e o Dia Mundial dos Animais.

A advogada Roberta Ferreira, de 30 anos, levou a sobrinha Nathalia Ferreira, de 16, para pedir pela melhora da cachorrinha Mia. A vira-lata sofreu traumas quando ainda morava em um s�tio e, hoje, tem problemas de locomo��o e de sociabilidade. Arredia, a cadela tem medo de estranhos e enfrenta momentos de dores na coluna. “Repare, ela anda com as pernas traseiras muito juntas. Achamos que ela foi mordida por outro cachorro. Portanto, decidi lev�-la para casa para dar medica��o e fazer radiografia”, conta Roberta.

Depois do diagn�stico, que identificou problemas psicol�gicos e neurol�gicos, Roberta decidiu adotar a cachorrinha. A funcion�ria p�blica Francis Martins participa todos os anos da b�n��o aos animais e, desta vez, foi acompanhada do trio Luke, Joli e Lion. Os tr�s c�es da ra�a shitszu, enfeitados com medalhas e la�os com motivos associados a S�o Francisco, se acomodaram na beira da lagoa para aguardar a b�n��o.

“O Luke � o mais velho e tem 10 anos de idade. Ele vem todos os anos, desde filhote. Acho importante para pedir prote��o e sa�de a eles”, observou Francis. O capel�o da Igrejinha da Pampulha, padre Ot�vio Juliano, afirma que o santo � um exemplo maior despojamento e humildade.

Sobre os donos, o capel�o destaca a busca pela f�, por tr�s da atitude de levar os animais ao rito da b�n��o. “A ben��o existe h� anos. Mas, hoje o animal dom�stico se tornou parte da fam�lia. A celebra��o � uma maneira de evangelizar as pessoas que v�m, trazendo-os para o ambiente da igreja. Elas procuram a ben��o motivadas pelo animal, mas geralmente s�o cat�licos que acabam resgatando a sua f�”.

VIRTUAL A fisioterapeuta Andressa Balbi, 35, n�o conseguiu trazer os seus quatro cachorros para a celebra��o, mas a f� a levou at� a igrejinha � procura da “b�n��o virtual”. “Tenho quatro cachorros. Eles moram na casa dos meus pais em Santos Dumont, Zona da Mata mineira. Mas, h� quatro anos, uma delas, chamada Bonequinha, fugiu. Nunca me esqueci dela e ainda tenho esperan�as. Hoje, eu vim aqui pensando em todos para pedir sa�de, mas tamb�m pela volta da Bonequinha”, contou.

Apaixonada por animais desde crian�a, a funcion�ria p�blica Francis Martins trata seus bichos como filhos. O amor n�o vem por acaso: “O meu nome � Francis porque minha m�e fez promessa pra S�o Francisco. Eu amo animais, n�o tinha como ser diferente”, afirma. A fisioterapeuta Andressa Balbi acrescenta que � bom ver todos aqueles cachorros reunidos, pois assim mata a saudade dos seus c�es que est�o no interior de Minas. Para o capel�o Ot�vio Juliano, a b�n��o � uma forma de acolher os animais. “Para os animais tamb�m � bom e eles devem ser aben�oados”, diz.